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Prevalence of signs and symptoms and knowledge about sexually transmitted diseases

Prevalence of signs and symptoms and knowledge about sexually transmitted diseases

Autores:

Paulie Marcelly Ribeiro dos Santos Carvalho,
Rafael Alves Guimarães,
Paula Ávila Moraes,
Sheila Araujo Teles,
Marcos André de Matos

ARTIGO ORIGINAL

Acta Paulista de Enfermagem

Print version ISSN 0103-2100On-line version ISSN 1982-0194

Acta paul. enferm. vol.28 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2015

http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201500016

Introdução

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) constituem um importante problema de saúde pública. Estima-se que a cada ano, 340 milhões de pessoas adquiram alguma DST curável, como clamídia, gonorreia, sífilis ou tricomoníase, sendo de 10 a 12 milhões no Brasil.(1)

Essas infecções podem permanecer de forma assintomática ou manifestar-se, principalmente, por meio de sinais e sintomas como corrimento uretral e/ou vaginal, úlceras genitais, linfadenopatia inguinal e dor abdominal(2) e encontram-se associadas com infertilidade, incapacidades, complicações gestacionais e morte.(3) Ainda, potencializam o risco de aquisição e transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).(1,4)

Adolescentes e jovens são considerados grupos vulneráveis as DST. Muitos apresentam comportamentos de risco, como iniciação precoce da atividade sexual,(5) uso inconsistente do preservativo, múltiplos parceiros sexuais,(6) consumo de álcool e outras drogas, entre outros.(7) Ainda, a fase da adolescência é constituída por transformações anatômicas, cognitivas, emocionais, sociais, econômicas e comportamentais,(8) o que pode contribuir para o aumento dos comportamentos de risco para DST.

Essas mudanças se intensificam quando esses indivíduos estão expostos e em situações de vulnerabilidade, como os adolescentes e jovens que residem em assentamentos urbanos. Apesar desses locais assegurarem o direito a terra e moradia, ainda apresentam condições habitacionais precárias e, sobretudo são desprovidos de usufruto dos direitos sociais, principalmente relacionados à assistência à saúde, o que pode contribuir para o aumento dos determinantes sociais, institucionais e individuais de vulnerabilidade para as DST.

Neste contexto, os objetivos desse estudo foram estimar a prevalência de sinais e sintomas de Doenças Sexualmente Transmissíveis e verificar o conhecimento para essas infecções em adolescentes e adultos jovens de um assentamento urbano de uma cidade de grande porte da Região Central do Brasil.

Métodos

Estudo de corte transversal, realizado entre agosto de 2012 e julho de 2013, em adolescentes e adultos jovens residentes de um assentamento urbano da Região Centro-Oeste do Brasil. Foram elegíveis indivíduos com idade de 12 a 24 anos, residentes do assentamento há pelo menos 12 meses e que entregaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelo responsável legal no caso de indivíduos menores de 18 anos.

A coleta de dados foi realizada em locais privativos nas dependências da instituição de ensino local e unidade básica de saúde do assentamento. Todos os candidatos elegíveis foram convidados a participar do estudo e orientados sobre a natureza, objetivos, metodologia, riscos e benefícios.

Após consentimento dos indivíduos maiores de 18 anos e dos responsáveis dos assentados menores de 18 anos, todos foram entrevistados face a face, por meio de um roteiro estruturado, sobre características sociodemográficas (sexo, faixa etária, escolaridade, renda familiar, estado civil, religião e tempo de assentamento), relato e conhecimento de sinais e sintomas de DST e fatores de risco para essas infecções (consumo de álcool e outras drogas, presença de piercing e/ou tatuagem, uso de preservativo nas relações sexuais, histórico de rompimento do preservativo, relação sexual sob efeito de álcool e número de parceiros sexuais). Definiu-se como variável de desfecho a presença, nos últimos 12 meses, de sinais e sintomas de DST (corrimento uretral ou vaginal e/ou úlcera genital), conforme relato.

Os dados foram analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0. Para as variáveis contínuas foram calculadas médias e desvio-padrão. Prevalências para sinais e sintomas de DST foram calculadas com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Os testes de qui-quadrado (x 2) e exato de Fisher foram utilizados para testar a significância das diferenças entre as proporções e valores com p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes.

O desenvolvimento do estudo atendeu as normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa com seres humanos.

Resultados

Participaram do estudo 105 adolescentes e jovens do assentamento. Observou-se o predomínio de indivíduos entre 12-18 anos (73,3%), com renda familiar até três salários mínimos (81,0%), com até oito anos de escolaridade (64,8%) e que residiam no assentamento há mais de dois anos (66,7%). Quanto ao sexo, 58,1% dos entrevistados eram do sexo masculino e 41,9% do sexo feminino. Em relação à religião, mais da metade (56,2%) se declararam evangélicos e 21,0% católicos (Tabela 1).

Tabela 1 Características sociodemográficas de 105 adolescentes e adultos jovens de um assentamento urbano 

Variáveis Média+DP n(%)
Gênero    
 Masculino   61(58,1)
 Feminino   44(41,9)
Faixa etária (anos) 16,2+3,32  
 12-18   77(73,3)
 19-24   28(26,7)
Escolaridade (anos de estudo) 7,76+1,75  
 < 6   28(26,7)
 7-8   40(38,1)
 > 8   37(35,2)
Renda familiar mensal (salários mínimos)    
 < 1   43(41,0)
 2-3   42(40,0)
 > 3   20(19,0)
Religião    
 Evangélica   59(56,2)
 Católica   22(21,0)
 Outra   4(3,8)
 Sem religião   20(19,0)
Tempo de assentamento (anos) 2,73+0,94  
 < 2   35(33,3)
 > 2   70(66,7)

DP - desvio padrão

Do total de participantes, 102 (97,1%) responderam alguns sinais e sintomas de DST. Desses, 19,6% (IC 95%: 13,1-28,4) e 4,9% (IC 95%: 2,1-11,0) referiram corrimento uretral/vaginal e úlcera genital, respectivamente. Considerando a presença de pelo menos uma dessas condições, a prevalência global de sinais e sintomas de DST nos assentados foi de 20,6% (IC 95%: 13,9-29,4). Ainda, sete indivíduos que relataram sinais e/ou sintomas de DST relataram que não tinham iniciado a vida sexual.

A tabela 2 demonstra os fatores associados à presença de sinais/sintomas de DST nos assentados. Verificou-se uma proporção maior de sinais e sintomas de DST em indivíduos do sexo feminino (p < 0,01), que apresentavam piercing e/ou tatuagem (p < 0,01) e que consumiam bebida alcoólica antes ou durante a relação sexual (p=0,02).

Tabela 2 Fatores associados à presença de sinais e sintomas de doenças sexualmente transmissíveis de 102 adolescentes e jovens de um assentamento urbano 

Variáveis n Sinal e/ou Sintoma de DST* p-value
Sim (%) Não (%)
Gênero        
 Feminino 42 14(33,3) 28(66,7) < 0,01
 Masculino 60 7(11,7) 53(88,3)  
Idade (anos)        
 12-18 74 16(21,6) 58(78,4) 0,67
 19-24 28 5(17,9) 23(82,1)  
Renda familiar (salários mínimos)        
 < 1 42 7(16,7) 35(83,3) 0,44
 2-3 41 11(26,8) 30(73,2)  
 > 3 19 3(15,8) 16(84,2)  
Tempo de assentamento (anos)        
 < 2 34 5(14,7) 29(85,3) 0,30
 > 2 68 16(23,5) 52(76,5)  
Consumo de álcool        
 Nunca 46 8(17,4) 38(82,6) 0,47
 Às vezes/sempre 56 13(23,2) 43(76,8)  
Consumo de drogas ilícitas        
 Sim 28 9(32,1) 19(67,9) 0,08
 Não 74 12(16,2) 62(83,8)  
Uso de piercing e/ou tatuagem        
 Sim 51 17(33,3) 34(66,7) < 0,01
 Não 51 4(7,8) 47(92,2)  
Uso de preservativo nas relações sexuais (n=61)        
 Sempre 37 7(18,9) 30(81,1) 0,40
 Eventualmente/nunca 24 7(29,2) 17(70,8)  
Histórico de rompimento de preservativo (n=57)        
 Sim 16 6(37,5) 10(62,5) 0,06
 Não 41 6(14,6) 35(85,4)  
Consumo de bebida alcoólica antes ou durante a relação sexual (n=61)        
 Sim 23 9(39,1) 14(60,9) 0,02
 Não 38 5(13,2) 33(86,8)  
Número de parceiros sexuais na vida (n=61)        
 < 3 26 8(30,8) 18(69,2) 0,21
 > 3 35 6(17,1) 29(82,9)  

*DST - Doença Sexualmente Transmissível; †Teste de qui-quadrado ou exato de Fisher

O conhecimento sobre sinais e sintomas de DST dos assentados está demonstrado na tabela 3. Verificou-se que 27,6%, 22,8%, 31,4%, 34,3%, 37,1%, 57,1% dos entrevistados, não reconheceram úlcera genital, corrimento, linfadenopatia inguinal, dor/ardência ao urinar, coceira na genitália e dor abdominal como sinal e sintoma de DST, respectivamente.

Tabela 3 Conhecimento sobre sinais e sintomas de doenças sexualmente transmissíveis de 105 adolescentes e adultos jovens de um assentamento urbano 

Variáveis n(%) IC 95%*
Úlcera genital    
 Sim 74(70,5) 61,2-78,4
 Não 28(27,6) 19,1-35,9
 Não sabe 2(1,9) 0,5-6,7
Corrimento genital    
 Sim 78(74,3) 65,2-81,7
 Não 24(22,8) 15,9-31,8
 Não sabe 3(2,9) 0,1-8,1
Linfadenopatia inguinal    
 Sim 68(64,8) 55,3-73,2
 Não 33(31,4) 23,3-40,8
 Não sabe 4(3,8) 1,5-9,4
Dor/ardência ao urinar    
 Sim 67(63,8) 54,3-72,4
 Não 36(34,3) 25,9-43,8
 Não sabe 2(1,9) 0,5-6,7
Coceira genital    
 Sim 64(61,0) 51,4-69,7
 Não 39(37,1) 28,5-46,7
 Não sabe 2(1,9) 0,5-6,7
Dor abdominal    
 Sim 38(36,2) 27,6-45,7
 Não 60(57,1) 47,6-66,2
 Não sabe 7(6,7) 3,3-13,1

*IC 95% - Intervalo de Confiança de 95%

Discussão

As limitações deste estudo incluem a natureza da coleta de dados, uma vez que foi baseada no relato verbal de sinais/sintomas de DST, podendo a prevalência estar sub ou superestimada. Também, há as limitações dos estudos transversais, uma vez que não permitem o estabelecimento de relações de causa e efeito.

Ainda são poucos os estudos que retratam a saúde de indivíduos residentes em áreas de assentamentos urbanos e a maioria foram conduzidos em assentamentos informais.(9-11) No Brasil, para o nosso conhecimento, não foi identificado nenhum estudo com esse grupo social emergente. Identificar os fatores relacionados à vulnerabilidade dessa população para DST pode auxiliar os profissionais de saúde na elaboração de intervenções de prevenção e controle dessas infecções junto a este segmento populacional que fica, em função de sua condição de dispersão e segregação urbana, às margens dos serviços públicos de saúde. Também, poderá colaborar para a formulação, implantação e avaliação de políticas públicas de saúde voltadas para a prevenção, identificação e tratamento das DST nos assentados.

A presença de sinais e/ou sintomas de DST encontra-se associados à infecção pelo HIV.(12) A prevalência global de sinais e sintomas de DST dos participantes foi de 20,6% (IC 95%: 13,9-29,4). Esse índice foi sete vezes superior ao encontrado em um estudo no sudeste da Ásia em adolescentes de 14 a 19 anos (3,0%; IC 95%: 1,7-4,8).(13) Corrimento uretral/vaginal e úlceras genitais foram reportados por 19,6% (IC 95%: 13,1-28,4) e 4,9% (IC 95%: 2,1-11,0) dos assentados, respectivamente.(12) Na África, uma investigação em jovens de 15-24 anos estimou uma prevalência para corrimento genital de 9,2% (IC 95%: 8,3-10,2) e 19,1% (IC 95%: 18,0-20,5) em homens e mulheres, respectivamente.(12) O mesmo estudo encontrou uma prevalência de 5,9% (IC 95%: 5,2-6,7) e 6,9% (IC 95%: 6,1-7,7) para úlceras/feridas genitais em indivíduos do sexo masculino e feminino, respectivamente.(12) Diferenças entre as prevalências dos estudos pode refletir as variações nos comportamentos de risco dos adolescentes e jovens em diferentes contextos.

A identificação de sinais e sintomas das DST, por meio da Abordagem Sindrômica, constitui um método bastante recomendável para populações vulneráveis e de difícil acesso aos serviços de saúde, como adolescentes residentes em áreas de assentamento. Essa metodologia possibilita rápida detecção das síndromes, tratamento precoce, baixo custo terapêutico e não necessita de grandes investimentos laboratoriais.(2)

Para essa população, observou-se uma proporção maior de relato de sinais e sintomas de DST em indivíduos do sexo feminino, que consumiam álcool antes ou durante a relação sexual e que apresentavam piercing e/ou tatuagem.

Mulheres, principalmente adolescentes e jovens, apresentam maior vulnerabilidade às DST que a população masculina, devido a fatores biológicos, sociais e de gênero.(14-17) Diferenças entre os comportamentos sexuais de homens e mulheres devem ser considerados nos planejamentos de políticas de prevenção e controle de DST.

No presente estudo, consumo de álcool antes ou durante a relação sexual foi associado ao relato de sinais/sintomas de DST. Também, consumo de drogas ilícitas mostrou-se marginal (p = 0,08). O uso de álcool encontra-se associado com DST e múltiplos comportamentos de risco que potencializam a aquisição dessas infecções.(6,18-20)

O uso de piercing e/ou tatuagem pode configurar como um indicador de comportamentos de risco para aquisição de DST, tais como, iniciação precoce da atividade sexual, uso inconsistente do preservativo, uso de álcool e drogas ilícitas, entre outros,(21,22) podendo servir assim como uma variável preditora para presença de DST. Essa variável deve ser considerada em estudos epidemiológicos, uma vez que possibilita a mensuração de comportamentos de risco para DST em grupos populacionais de maior vulnerabilidade.

Histórico de rompimento do preservativo mostrou-se marginal a prevalência de sinais/sintomas de DST. Embora essa variável ainda seja pouco explorada nos estudos epidemiológicos, esse dado sugere a necessidade premente de aprofundar essa discussão nos estudos com essa clientela, bem como de expandir os programas preventivos de educação sexual, abordando a temática da colocação correta do preservativo por adolescentes e jovens.

Verificou-se, mesmo com inúmeros meios de divulgação, um conhecimento insuficiente ou insatisfatório sobre os sinais e sintomas de DST em grande parte dos assentados. Esse dado aponta à necessidade de investimentos em intervenções educativas, visando empoderar a população de assentados quanto à identificação de sinais e sintomas de DST, contribuindo, assim, para o diagnóstico precoce, melhor prognóstico e interrupção da cadeia de transmissão.

Nesse contexto, é essencial que os profissionais de saúde, em especial enfermeiros, juntamente com a rede social destes indivíduos, como instituições de ensino, trabalhem de forma interdisciplinar, promovendo discussões com o intuito de orientá-los quanto à vulnerabilidade a que estão expostos e fornecendo informações que visem à assistência integral, equânime e humanizada da população jovem assentada.

Conclusão

A prevalência global para sinais e sintomas de DST foi alta. Observou-se que fatores de vulnerabilidade individual (sexo feminino, consumo de álcool antes ou durante a relação sexual e uso de piercing e/ou tatuagem) foram associados à presença de sinais e sintomas de DST. Também, identificou-se um conhecimento inadequado ou insatisfatório sobre sinais e sintomas de DST em grande parte dos assentados.

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