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Prevalência e fatores associados à utilização de serviços públicos de saúde por homens adultos

Prevalência e fatores associados à utilização de serviços públicos de saúde por homens adultos

Autores:

Guilherme Oliveira de Arruda,
Thais Aidar de Freitas Mathias,
Sonia Silva Marcon

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561

Ciênc. saúde coletiva vol.22 no.1 Rio de Janeiro jan. 2017

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232017221.20532015

Introdução

A produção de riscos à saúde deve ser focalizada sob a ótica das relações culturais e sociais, incorporando-se a dimensão de gênero, enquanto determinante do processo saúde-doença da população masculina1. Esta dimensão assinala a concepção de que os cuidados com a saúde se fazem distantes dos homens adultos jovens, pois suscitam fragilidade e reafirmam a caracterização dos serviços de saúde como locais para mulheres, crianças e idosos2. Sob este olhar, verifica-se que, no Brasil, tradicionalmente, as particularidades masculinas não têm sido reconhecidas na assistência prestada aos homens nos serviços de saúde3.

Ainda sobre o contexto de utilização dos serviços de saúde pelos homens, salienta-se que a busca de atendimento, normalmente, se dá em situações extremas ou em níveis especializados do sistema de saúde1. Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de saúde (SAI-SUS), conforme estados e regiões do Brasil, indicam que, em 2010, a média anual de consultas médicas de homens com idade entre 20 e 59 anos foi de 0,06, bastante inferior à encontrada entre as mulheres, de 4,33.

Este panorama pode ser resultante do número elevado de registros incompletos de consultas devido a não identificação do sexo, idade e local de residência, mas, também, da dificuldade de socialização das necessidades de saúde masculinas3. No Canadá, segundo estudo de revisão da situação de saúde dos homens no país, verificou-se que a recusa de procura por consulta médica chega a 80%4 , o que pode convergir para o aumento das taxas de morbidade hospitalar. No município de Maringá, entre 2000 e 2011, o número de internações pela maioria das causas, inclusive por aquelas passíveis de resolução no âmbito da atenção primária à saúde, foi significativamente maior entre os homens do que entre as mulheres5.

Frente à baixa média de consultas médicas e às elevadas taxas de internação de homens, o Ministério da Saúde lançou, em 2009, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), em aliança com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), com o intuito de facilitar o acesso destes aos serviços públicos de saúde, fomentar ações de promoção em saúde, diminuir as internações por causas evitáveis e a mortalidade precoce, constituindo-se marco importante do direcionamento de recursos públicos para as ações voltadas à saúde do homem, principalmente em idade adulta6.

A despeito de suas limitações, como a baixa ênfase nas barreiras institucionais para o acesso dos homens aos serviços de saúde, a supervalorização da saúde sexual e reprodutiva e da incipiência na proposição de estratégias de assistência à saúde masculina6 , em seu âmago, o texto político apresenta aspectos importantes da morbimortalidade masculina no Brasil, como por exemplo, a sobremortalidade, em relação às mulheres, por quase todas as causas de óbitos, sobretudo por doenças graves e crônicas e causas externas (especialmente por acidentes de trânsito e homicídios), além das altas prevalências de comportamentos não saudáveis – uso abusivo de álcool, sedentarismo e não uso de preservativos6.

Em consonância com esse perfil está a utilização menos frequente dos serviços pelos homens, prática historicamente ancorada em uma construção sociocultural de gênero que produz representações capazes de afastar os homens do cuidado e dificultar o reconhecimento de fatores associados às práticas masculinas em saúde1. Neste sentido, conforme a literatura, a satisfação dos usuários do sexo masculino com os serviços de saúde também é um fator que pode predispor o homem a busca-los ou não. Com isso, destaca-se a pertinência de investigações que visem arrolar dados acerca da utilização dos serviços públicos de saúde por homens, visto que estes podem subsidiar a organização dos serviços em articulação com a dimensão sociocultural de gênero que permeia as demandas masculinas7.

Dessa forma, frente à escassez de estudos que abordem aspectos relativos à utilização de serviços de saúde por homens, torna-se importante investigar de forma mais específica a proporção em que esta população utiliza a rede pública e os fatores associados a esse comportamento. Estes achados permitirão a descrição do perfil do homem que utiliza os serviços de saúde, porque os utiliza e se estão satisfeitos com o atendimento prestado, contribuindo para o planejamento do setor na elaboração e aperfeiçoamento de estratégias de cuidado e de políticas públicas. Portanto, o objetivo do presente estudo foi identificar a prevalência e os fatores associados à utilização de serviços públicos de saúde por homens adultos residentes no Município de Maringá-Paraná.

Método

Estudo transversal a partir de inquérito domiciliar de base populacional, realizado junto a homens adultos residentes no Município de Maringá-PR. Para o cálculo amostral, tomou-se como base a contagem populacional de 2010 para homens de 20 a 59 anos8 , ou seja 103.488 homens.

Adotaram-se os seguintes parâmetros e estimativas: 50%, para a prevalência de utilização de serviços públicos de saúde por homens adultos, associado a erro máximo de estimativa de 5% e confiança da amostra em 95%. Foram acrescentados 10% (38 indivíduos) à amostra mínima (383 indivíduos) considerando-se a possibilidade de perdas, resultando em uma amostra de 421 homens. Para a seleção dos entrevistados utilizou-se a técnica de amostragem aleatória sistemática e a divisão de Maringá em 20 Áreas de Ponderação, definidas a partir de critérios sócio-ocupacionais e elaborada pelo IBGE. Consideraram-se elegíveis indivíduos do sexo masculino e com idade de 20 a 59 anos.

Os participantes do estudo foram entrevistados em seus domicílios, conforme as subamostras proporcionais ao número de homens adultos residentes em cada Área de Ponderação. Foram sorteadas aleatoriamente as ruas a serem visitadas e abordado um homem por domicílio, a cada quatro casas à direita da rua. As entrevistas foram realizadas predominantemente nos dias úteis da semana, nos períodos matutino e vespertino, entre os meses de janeiro e julho de 2013. Da amostra entrevistada foram excluídos 11 indivíduos que responderam “Não” para a questão “Você utiliza/já utilizou algum tipo serviço de saúde?”. A partir desta resposta, a entrevista era concluída. As questões anteriores abordavam comportamentos e necessidades em saúde e não foram incluídas no recorte que constitui o presente trabalho. Neste trabalho, portanto, foram considerados para a análise da utilização de serviços públicos informações fornecidas por 410 homens.

A variável dependente foi obtida a partir da questão Que tipo de serviço de saúde o senhor utiliza com mais frequência, em termos de gestão/ financiamento? , com as seguintes respostas: Público e Privado/Por plano de saúde. A partir desta questão, foi possível estimar a prevalência de utilização dos serviços públicos de saúde, porém, não definindo-se a princípio, um período entre a entrevista e o último episódio de utilização do serviço de saúde. As variáveis sociodemográficas foram: faixa etária (20 a 29, 30 a 39, 40 a 49 e 50 a 59), cor da pele (branca, não branca), situação conjugal (Sem companheira e Com companheira), filhos (Sim e Não), religião (Sim e Não), escolaridade (Até a 4ª Série, Fundamental, Médio e Superior), trabalho (Sim e Não), renda familiar (Até 2, 2 a 4, 4 a 6, Mais de 6), status ocupacional (Empregador/Autônomo, Empregado, Estudante e Outros) plano de saúde (Sim e Não) e classe econômica (Classes A, B e C/D) que foi coletada e categorizada conforme o Critério de Classificação Econômica Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa9.

As variáveis de utilização de serviços de saúde foram: contato profissional (Médico, Dentista, Enfermeiro e Outros – Agente Comunitário de Saúde, Farmacêutico, Técnico de Enfermagem), motivo frequente (Check up, Doença/Sintomas/ Urgências), necessidade de tratamento (Sim e Não), autopercepção da saúde (Positiva e Negativa) e morbidade referida (Sim e Não). Já as variáveis referentes à satisfação com o serviço de saúde foram: dificuldades no atendimento (Sim e Não), preparo dos profissionais de saúde para o atendimento (Sim e Não), classificação do serviço de saúde (Bom/Muito Bom, Regular e Ruim/ Muito ruim), recomendação do serviço para outro homem (Sim e Não) e aspecto mais importante no atendimento (Resolução do problema, Comunicação, Atenção, Prontidão e Outros). Foram definidas como categorias de referência das respectivas variáveis aquelas que apresentassem a menor proporção quando cruzadas com a variável dependente.

As variáveis de satisfação foram adotadas com base em indicadores qualitativos de satisfação com o atendimento em saúde, identificados em estudo realizado junto a 201 homens adultos jovens e idosos, em quatro estados brasileiros7 e em estudo que identificou fatores associados à satisfação com os serviços públicos de saúde na região metropolitana de Belo Horizonte10.

Os instrumentos preenchidos foram conferidos quanto à presença de falhas, codificados antes da compilação e duplamente digitados em bancos de dados no software Microsoft Office Excel 2010 e submetidos à análise descritiva e inferencial.

Foram verificadas associações da utilização de serviço de saúde com as variáveis sociodemográficas e de satisfação. Com auxílio do programa IBM SPSS 20, realizou-se análise univariada por meio do teste Qui-quadrado de Pearson e análise múltipla por meio de Modelos de Regressão Logística Múltipla não condicionada. Utilizou-se o método Forwards , em que as variáveis com p < 0,20 na análise univariada foram inseridas no modelo logístico de acordo com a ordem de significância, o que permitiu verificar, gradualmente, as variações de significância e ajustes, além da permanência ou exclusão de variáveis do modelo. Destaca-se que as variáveis de ajuste identificadas foram elencadas como tal conforme as alterações que provocaram ao longo da análise de regressão logística e não com base em modelo hierárquico pré-estabelecido.

Utilizou-se o teste de Hosmer e Lemeshow (HL) para verificar a qualidade do ajuste dos modelos (valores de p mais próximos de 1 indicam melhores ajustes) e o R2 de Negelkerke para apresentar a capacidade explicativa do modelo quando a qualidade do ajuste foi considerada baixa. A utilização do R2 de Negelkerke, por si só, não implica em alterações nos achados, mas aponta a proporção de variabilidade da variável dependente que é explicada pelas variáveis independentes e ajustes do modelo. A medida de associação foi representada pelo Odds Ratio (OR), com intervalo de confiança de 95% e nível de significância estabelecido quando p < 0,05 para os testes realizados.

O projeto que deu origem ao presente estudo foi aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá. O desenvolvimento do estudo atendeu às normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos.

Resultados

Observou-se predominância de homens de 40 a 49 e de 50 a 59 anos, de cor da pele branca, com companheira, filhos, religião, ensino médio completo, que trabalham, possuem renda familiar entre 2,1 e 4 salários mínimos, são empregadores/autônomos, da classe econômica B e não possuem plano de saúde (Tabela 1).

Tabela 1 Caracterização dos homens entrevistados, conforme variáveis sociodemográficas. Maringá, PR, 2013. 

Variáveis sociodemográficas n %
Faixa etária
20 a 29 91 22,2
30 a 39 93 22,7
40 a 49 113 27,6
50 a 59 113 27,6
Cor da pele
Branca 237 57,8
Não branca 173 42,2
Situação conjugal
Sem companheira 134 32,7
Com companheira 276 67,3
Filhos
Sim 289 70,5
Não 121 29,6
Religião
Sim 371 90,5
Não 39 9,5
Escolaridade
Até 4a série 45 11,0
Fundamental 99 24,1
Médio 153 37,3
Superior 113 27,6
Trabalho
Sim 327 79,8
Não 83 20,3
Renda Familiar
Até 2 68 16,6
2 a 4 136 33,2
4 a 6 94 22,9
Mais de 6 112 27,3
Status ocupacional
Empregador/ Autônomo 167 40,7
Empregado 152 37,1
Estudante 25 6,1
Outros 66 16,1
Plano de saúde
Sim 197 48,0
Não 213 52,0
Classe econômica
Classe A 32 7,8
Classe B 217 52,9
Classe C/D 161 39,3

A prevalência de utilização de serviços públicos foi de 56,3%. A exclusão de 11 homens que referiram não utilizar/ter utilizado serviços de saúde representou uma superestimação de aproximadamente 2% na prevalência de utilização dos serviços públicos de saúde. Contudo, como estes indivíduos não faziam uso de serviços de saúde, não seria possível identificar qual o tipo de serviço mais utilizado por eles, se público ou privado.

De forma geral, a maioria dos participantes declarou estabelecer maior contato profissional de saúde com o médico, buscar o serviço de saúde por doenças/sintomas/urgências, e perceber a própria saúde de forma positiva. A maioria também referiu possuir alguma morbidade e 32,4% necessitavam/realizavam algum tratamento de saúde. Quanto à satisfação com o serviço de saúde que utiliza, 27,2% informaram enfrentar algum tipo de dificuldade para conseguir atendimento, sendo a demora para ser atendido a principal delas (48,7%); a maioria acreditava que o serviço de saúde que utiliza com mais frequência está preparado para o atendimento à saúde do homem, classificava o serviço de saúde como bom ou muito bom, recomendaria o mesmo a outros homens e considerava a resolução do problema o aspecto mais importante em um serviço de saúde (Tabela 2).

Tabela 2 Caracterização dos homens entrevistados, conforme variáveis de utilização dos serviços de saúde, de saúde e de satisfação com os serviços, Maringá, PR, 2013. 

Variáveis n %
Variáveis de Utilização dos Serviços de Saúde
Contato Profissional
Médico 287 70,0
Dentista 39 9,5
Enfermeiro 21 5,1
Outros 63 15,4
Motivo Frequente
Check up 113 27,5
Doença/Sintomas/Urgências 254 62,0
Outros 43 10,5
Variáveis de Saúde
Morbidade Referida
Sim 179 43,7
Não 231 56,3
Necessidade de Tratamento
Sim 133 32,4
Não 277 67,6
Autopercepção da Saúde
Positiva 314 76,6
Negativa 96 23,4
Variáveis de Satisfação com o Serviço de Saúde
Dificuldades no atendimento
Sim 112 27,3
Não 298 72,7
Preparo para o atendimento
Sim 226 55,1
Não 183 44,9
Classificação do Serviço de Saúde
Bom/Muito Bom 267 65,1
Regular 110 26,8
Ruim/Muito Ruim 33 8,1
Recomendação do Serviço de Saúde
Sim 362 88,3
Não 48 11,7
Aspecto Importante
Resolução do Problema 161 39,3
Comunicação 62 15,1
Atenção 116 28,3
Prontidão 65 15,8
Outros 6 1,5

Em análise univariada, observou-se que as variáveis sociodemográficas “faixa etária”, “cor da pele”, “escolaridade”, “renda familiar”, “status ocupacional”, “plano de saúde” e “classe econômica” apresentaram associação com a utilização de serviços públicos de saúde, ao passo que “situação conjugal”, “ter filhos” e “religião” apresentaram valor de p < 0,20. Assim sendo, no modelo logístico múltiplo, verificou-se que os homens com companheira, nível fundamental de escolaridade e sem plano de saúde utilizaram significativamente mais os serviços públicos de saúde, sendo que este modelo foi ajustado pelas variáveis “renda familiar” e “classe econômica” (Tabela 3). Embora tenha-se verificado associação com não ter plano de saúde, salienta-se que 23,1% daqueles que possuem plano de saúde também referiram utilizar os serviços públicos.

Tabela 3 Análises univariada e múltipla da associação de características socioeconômicas e demográficas com a utilização de serviços públicos de saúde por homens adultos, Maringá, PR, 2013. 

Variáveis sociodemográficas Utilização de serviços públicos de saúde
Análise Univariada Análise Múltipla*
n % OR(IC95%) P OR(IC95%) p
Faixa Etária
20 a 29 46 51,1 1 - NS#
30 a 39 48 52,2 1,04 (0,58;1,86) 0,886
40 a 49 67 58,8 1,36 (0,78;2,37) 0,275
50 a 59 76 66,7 1,91 (1,08;3,37) 0,025
Cor da pele
Branca 125 53,0 1 0,021 NS
Não branca 112 64,4 1,60 (1,07;2,39)
Situação Conjugal
Sem companheira 84 63,2 1,39 (0,91;2,12) 0,128 2,10 (1,10;3,99) 0,024
Com companheira 153 55,2 1 1
Filhos
Sim 175 60,3 1,42 (0,93;2,18) 0,105 NS
Não 62 51,7 1
Religião
Sim 209 56,5 1 0,100 NS
Não 28 70,0 1,79 (0,88;3,64)
Escolaridade
Até 4a série 39 84,8 10,85 (4,43;26,54) < 0,001 3,06 (0,85;10,91) 0,085
Fundamental 81 83,5 9,85 (5,07;19,14) < 0,001 3,94 (1,47;10,55) 0,006
Médio 78 51,3 2,05 (1,24;3,39) 0,005 1,36 (0,65;2,82) 0,408
Superior 38 33,9 1 - 1 -
Trabalho
Sim 189 57,6 1 0,881 NS
Não 48 58,5 1,04 (0,64 – 1,70)
Renda Familiar
Até 2 54 79,4 11,03 (5,35;22,77) < 0,001 1,71 (0,60;4,82) 0,310
2 a 4 94 68,6 6,25 (3,59;10,90) < 0,001 1,75 (0,77;3,94) 0,176
4 a 6 60 64,5 5,20 (2,86;9,47) < 0,001 1,60 (0,69;3,75) 0,271
Mais de 6 29 25,9 1 - 1 -
Status Ocupacional
Empregador/ Autônomo 105 62,9 2,15 (0,92;5,04) 0,077 NS
Empregado 76 50,0 1,27 (0,54;2,98) 0,579
Outros 45 68,2 2,72 (1,06;7,01) 0,037
Estudante 11 44,0 1 -
Plano de Saúde
Sim 45 23,1 1 < 0,001 1 < 0,001
Não 191 89,3 27,68 (16,03;47,78) 20,44 (11,06;37,75)
Classe Econômica
Classe A 4 12,9 1 - 1 -
Classe B 95 44,0 5,30 (1,79;15,66) 0,003 0,96 (0,27;3,44) 0,956
Classe C/D 137 84,6 37,0 (11,91;114,88) < 0,001 2,74 (0,64;11,65) 0,171

*Ajustadas por “renda familiar” e “classe econômica”; Teste de Hosmer e Lemeshow = 0,434; R2 de Nagelkerke = 0,615 – o modelo explica 61,5% da utilização de serviços públicos de saúde pelos homens.

#NS = Não significativo.

Quanto às variáveis de utilização de serviços de saúde constatou-se que “contato profissional”, “motivo frequente”, “morbidade referida” e “autopercepção de saúde” se mostraram associadas. Logo, o modelo múltiplo mostrou que homens que mantinham contato frequente com enfermeiros ou outros profissionais, que costumavam procurar o serviço por doença/sintoma/urgência e que possuíam alguma morbidade utilizaram mais os serviços públicos de saúde, sendo que o modelo final foi ajustado pela variável “necessidade de tratamento” (Tabela 4).

Tabela 4 Análises univariada e múltipla da associação de variáveis de utilização do serviço de saúde com a utilização de serviços públicos de saúde por homens adultos, Maringá, PR, 2013. 

Variáveis de utilização do serviço e de saúde Utilização de serviços públicos de saúde
Análise Univariada Análise Múltipla*
n % OR(IC95%) p OR(IC95%) p
Contato Profissional
Médico 140 49,0 1 - 1 -
Dentista 22 56,4 1,35 (0,68;2,65) 0,383 1,41 (0,69;2,87) 0,342
Enfermeiro 18 85,7 6,25 (1,80;21,71) 0,004 6,37 (1,81;22,44) 0,004
Outros 57 89,1 8,49 (3,74;19,25) < 0,001 8,47 (3,68;19,52) < 0,001
Motivo Frequente
Check up 51 45,5 1 - 1 -
Doença/Sintomas/Urgências 156 60,9 1,86 (1,19;2,92) 0,006 1,93 (1,18;3,15) 0,008
Outros 30 71,4 2,99 (1,39;6,43) 0,005 2,15 (0,92;4,99) 0,074
Morbidade Referida
Sim 116 65,2 1,71 (1,14;2,56) 0,008 2,46 (1,22;4,95) 0,011
Não 121 52,2 1 1
Necessidade de Tratamento
Sim 84 63,6 1,41 (0,92;2,17) 0,108 0,67 (0,32;1,42) 0,304
Não 153 55,2 1 1
Autopercepção da Saúde
Positiva 171 54,5 1 0,014 NS#
Negativa 66 68,8 1,84 (1,13;2,99)

*Ajustado por “necessidade de tratamento”; Teste de Hosmer e Lemeshow = 0,993.

#NS = Não Significativo.

Todas as variáveis de satisfação com os serviços de saúde mostraram-se associadas à utilização dos serviços públicos, ao menos na análise univariada. Porém, na análise múltipla a associação com as variáveis “preparo para o atendimento” e “recomendação do serviço” não permaneceu (Tabela 5).

Tabela 5 Análises univariada e múltipla da associação de variáveis de satisfação com a utilização de serviços públicos de saúde por homens adultos, Maringá, PR, 2013. 

Variáveis de satisfação com o serviço de saúde Utilização de serviços públicos de saúde
Análise Univariada Análise Múltipla*
n % OR (IC95%) p OR (IC95%) p
Dificuldades no atendimento
Sim 88 78,6 3,69 (2,22;6,12) < 0,001 3,19 (1,75;5,80) < 0,001
Não 148 49,8 1 1
Preparo para o atendimento
Sim 116 51,3 1 0,003 NS#
Não 121 65,8 1,82 (1,22;2,72)
Classificação do Serviço de Saúde
Bom/Muito Bom 134 50,2 1 - 1 -
Regular 79 71,8 2,53 (1,56;4,08) < 0,001 1,77 (1,03;3,02) 0,036
Ruim/Muito Ruim 24 72,7 2,64 (1,18;5,90) 0,017 1,27 (0,49;3,28) 0,615
Recomendação do Serviço de Saúde
Sim 200 55,2 1 0,005 NS
Não 37 77,1 2,72 (1,34;5,51)
Aspecto Importante
Resolução do Problema 75 47,2 1 - 1 -
Comunicação 35 57,4 1,50 (0,83;2,73) 0,176 1,57 (0,84;2,93) 0,158
Atenção 74 63,8 1,97 (1,21;3,22) 0,007 2,22 (1,32;3,72) 0,002
Prontidão 47 70,1 2,63 (1,43;4,83) 0,002 3,02 (1,60;5,71) 0,001
Outros 5 83,3 5,60 (0,64;49,02) 0,120 3,39 (0,35;32,39) 0,288

*Teste de Hosmer e Lemeshow = 0,874.

#NS = Não Significativo.

Discussão

A prevalência de utilização de serviços públicos de saúde entre os homens residentes em Maringá se diferencia da identificada em outros estudos, em razão também de diferenças metodológicas, como o tipo de amostragem, o período entre a entrevista e a última utilização do serviço de saúde, que não foi pré-definida no presente estudo, de restrições quanto ao tipo de serviço, além do fato de que outros estudos abordam em sua maioria ambos os sexos e indivíduos em outras faixas etárias11,12.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio, em 2003, 58,1% dos homens de todas as idades utilizaram serviços oferecidos pelo SUS, e 56,3% em 200811. Em estudo realizado no município de Pelotas-RS, com indivíduos na faixa etária de 20 a 69 anos, foi constatada prevalência de 35,1% de utilização de serviços públicos, exclusivamente para atendimentos médicos buscados nos três meses anteriores à entrevista12. Em outro estudo, também realizado no Sul do Brasil, e com população com idade entre 20 e 69 anos, foi constatado que 45,1% dos homens tinham passado por consultas médicas no SUS no último mês antes da entrevista13. Observou-se prevalência de 52,5% de utilização do setor público em população de adultos com idade entre 20 e 59 anos (ambos os sexos), em município de médio porte no Sul do Brasil14.

No presente estudo, constatou-se que homens adultos sem plano de saúde apresentaram cerca de 20 vezes mais chances de utilizarem o serviço público de saúde do que aqueles com plano de saúde. Esse achado, além de corroborar os de outro estudo que também investigou a utilização de serviços de saúde por homens (não exclusivamente) e identificou importante associação com a posse ou não de plano de saúde15, também reforça a importância do sistema público no suporte à saúde de homens que não possuem planos e seguros, constituindo-se, assim, em ponto de atenção para os atores do trabalho em saúde no âmbito do SUS (Tabela 3).

Dos homens que possuíam plano de saúde, 23,1% também utilizaram os serviços públicos de saúde, e isto ocorre em decorrência da procura por atendimentos tanto na atenção básica – por exemplo a vacinação e a administração de medicamentos injetáveis – como em outros pontos da rede de maior complexidade e custo – como quimioterapia, radioterapia, hemodiálise, hemoterapia, entre outros – os quais são alvo de controle pelas operadoras de planos de saúde, para contenção de gastos16. Embora o presente estudo não tenha investigado esta utilização concomitante, ressalta-se a importância de se atentar também para os homens que a utilizam a fim de complementar seus cuidados em saúde (Tabela 3).

A expansão dos serviços, em especial da estratégia saúde da família, tem possibilitado que mais pessoas utilizem os serviços públicos, embora tenham condições de ter plano de saúde, como é o caso de muitos residentes do município de Maringá, que possui Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,808, considerado muito alto – IDH > 0,80017 – além de ter a segunda maior renda per capita do Estado, a qual já é maior do que a média nacional8.

Quanto aos fatores socioeconômicos, ressalta-se que, a despeito de ajustes estatísticos, a baixa condição socioeconômica repercute diretamente na utilização de serviços públicos de saúde18. A identificação de que a escolaridade em nível fundamental apresentou associação com utilização de serviços públicos por homens, corrobora achados de estudo realizado em Pelotas-RS que constatou associação inversa entre escolaridade e utilização do sistema público12.

Em suma, a escolaridade e a situação econômica constituem preditores da utilização de serviços de saúde, porque se associam ao nível de conhecimento sobre saúde e à adoção de comportamentos mais saudáveis19. Esses fatores possuem relação entre eles, pois o nível de escolaridade implica, além do conhecimento e da adoção de ações de autocuidado, a situação ocupacional e as condições de trabalho. Estas, por sua vez, refletem a situação econômica, a qual pode limitar o acesso a bens como a saúde20 , o que explica o ajuste do modelo das variáveis sociodemográficas pela renda familiar e classe econômica. Além disso, destaca-se que o sistema público de saúde tem acolhido parte da população historicamente menos favorecida e desassistida por profissionais de saúde, sobretudo na Atenção Básica21.

A influência da situação conjugal na utilização de serviços públicos de saúde por homens identificada neste estudo mostra-se relevante, pois este achado não tem sido verificado com frequência em estudos com a população masculina. Considera-se que o fato de os homens sem companheira terem utilizado mais serviços públicos de saúde pode estar relacionado a não adesão aos planos de saúde por falta, também, da influência de uma companheira, além do condicionante econômico. Em estudo realizado no município de Ribeirão Preto, junto a 320 indivíduos na faixa etária de 18 a 65 anos, os autores verificaram que a situação conjugal esteve associada ao sexo masculino na predição do uso dos serviços públicos de saúde20. Tal associação pode ser explicada à luz da perspectiva de gênero, no sentido de que a manutenção de uma relação social, no caso ter uma companheira, pode ser determinante para o envolvimento do homem em práticas protetoras de cuidado, dentre elas, a procura por serviços de saúde22.

O papel masculino de companheiro/pai, instituído socialmente, pode colaborar para que o homem realize cuidados preventivos, mesmo em serviços públicos de saúde, a fim de garantir o acesso à saúde por ele e pela família, visto que considera necessário manter-se hígido para prover o cuidado aos familiares23. Entre idosos, essa relação de cooperação também já foi evidenciada em estudo realizado em João Pessoa-PB, junto a homens e mulheres, principalmente no que concerne à adoção de medidas preventivas24. Entretanto, é fundamental considerar os casos em que homens, sobretudo adultos, não convivem com companheira.

Os atendimentos médicos são importantes tanto para os usuários dos serviços quanto para o sistema público de saúde, e por isso têm sido alvo de estudos recentes sobre a utilização de serviços de saúde12,14. Como observado no presente estudo, em termos gerais (Tabela 2), o médico se mostrou o profissional com o qual os homens declararam estabelecer contato mais frequente. No entanto, vale salientar que o contato com outros profissionais, dentre os quais o enfermeiro e o agente comunitário de saúde, foi o mais frequente nos serviços públicos. Este contato é fundamental para uma assistência conjunta e integral à população masculina, sobretudo considerando-se a proposta de atuação multiprofissional prevista pela estratégia saúde da família no âmbito da atenção primária25 , enquanto reguladora das redes de atenção à saúde.

Porém, conforme estudo realizado com enfermeiros, ainda se fazem necessárias algumas melhorias para a efetivação das propostas desta estratégia, como a atuação em equipe, a mudança na concepção curativista da população, o aumento do vínculo entre profissionais e usuários, a acessibilidade e o sistema de contrarreferência26.

O presente estudo não focalizou apenas o atendimento médico, ao contrário, avançou no sentido de identificar se os homens mantêm contatos significativos com outros profissionais no âmbito dos serviços públicos de saúde, o que é possível pelas estratégias de mudança dos modelos de atenção à saúde. Considerou-se, assim, a utilização de serviços públicos de forma geral, abarcando outras possibilidades de cuidado, mesmo frente à tendência biomédica que ressalta a doença e a atuação médica e ainda reduz as necessidades masculinas de saúde a problemas exclusivamente físicos27.

Contudo, seus resultados mostraram que, em grande medida, a procura da população masculina pelos serviços públicos de saúde ainda é majoritariamente motivada pela doença e pelas urgências, sobretudo, segundo outros estudos, entre os homens que costumam procrastinar a ida ao serviço de saúde28. Isto leva a um agravamento do problema de saúde desencadeando a necessidade de adentrar o sistema de saúde frequentemente pela atenção especializada e a instituição de cuidados estritamente curativos, aumentando os custos para o SUS22 e o ônus para a pessoa e a família.

Os achados do presente estudo corroboram os de outras pesquisas que também constataram que a doença ainda predomina entre os motivos gerais de procura e utilização de serviços públicos de saúde11,12. A procura por ações preventivas aparece na literatura associada à população feminina, enquanto prática histórica e de ascensão social29.

A morbidade referida mostra-se como importante indicador de necessidades de saúde e determina a utilização de serviços de saúde pelos homens20. Em estudo realizado em Ribeirão Preto-SP, por exemplo, o fato do homem não se perceber doente e referir que não possui doença, constituiu fator associado a não procura por serviços de saúde20. Ressalta-se que os serviços de saúde não devem estar organizados e nem os profissionais de saúde preparados para atender unicamente aos homens doentes, pois o conteúdo preventivo e promocional das ações em saúde pode oferecer possibilidades para a manutenção e a proteção da saúde masculina, especialmente entre indivíduos não doentes20. Institui-se, assim, espaço para a criação de vínculo horizontal entre profissionais e usuários, visando à centralidade no usuário, ao atendimento de necessidades de saúde e à redução da morbimortalidade30.

Quanto às variáveis utilizadas como indicadoras da satisfação destaca-se que, podem servir de sinalizadores da qualidade dos serviços prestados e colaborar para o desenvolvimento de estratégias de adequação dos serviços, conforme suas demandas31.

O presente estudo identificou fatores de associação entre satisfação e utilização dos serviços públicos de saúde quanto à percepção da existência das dificuldades enfrentadas para obtenção dos atendimentos de saúde, a classificação “regular” dos serviços comumente utilizados e a opção por referenciais de bom atendimento pautado na atenção e na prontidão (Tabela 3). Tais fatores perfazem um conjunto de aspectos a serem discutidos visando à melhora da atenção à saúde masculina pelos gestores e profissionais do setor público. Posto isto, há que se considerar a importância do apoio à atenção centrada no usuário masculino do serviço de saúde, de modo a estabelecer a continuidade dos cuidados, qualificar o conhecimento e a tomada de decisões pelo usuário30.

Em estudo qualitativo, realizado em quatro estados brasileiros, os autores constataram que, além de um atendimento baseado na comunicação, na atenção e na resolução do problema, os homens esperam e avaliam como referencial de qualidade a prontidão no atendimento7. Em consonância com esse estudo, a prontidão - menor tempo possível entre a procura pelo atendimento e a efetivação do mesmo – foi o aspecto significativamente mais referido pelos homens que utilizaram os serviços públicos de saúde, sugerindo assim a discussão do paradoxo atenção-prontidão. Neste sentido, o homem em geral alega ter pouco tempo para o cuidado com a saúde, o que determina o imediatismo na busca por resolutividade32,33.

A recomendação para outros homens do serviço de saúde comumente utilizado, sinaliza a satisfação ou insatisfação com determinado serviço e, no caso do presente estudo, os homens que não recomendariam foram os que mais utilizaram os serviços públicos de saúde, supostamente porque conhecem melhor estes serviços e acabam percebendo entraves existentes, o que pode sugerir insatisfação. Embora esta variável não tenha permanecido no modelo múltiplo, mantém sua importância na prática como parâmetro a ser considerado na adequação dos serviços às necessidades masculinas de saúde.

Conclusão

Os resultados mostram que a maioria dos homens adultos residentes em Maringá utilizou, em algum momento, os serviços públicos de saúde. Isto aponta a necessidade de organização da rede pública de assistência à saúde para o acolhimento e atendimento desta parcela populacional.

Práticas alternativas e cuidados centrados no usuário devem ser incentivados, de modo a garantir a/o utilização/acesso dos usuários ao atendimento pelos profissionais de saúde. A opinião do usuário sobre a qualidade do serviço deveria constituir protagonismo e subsídio para a estruturação da atenção à saúde do homem pelos serviços de saúde, o que representaria a aproximação com os usuários e a corresponsabilização dos mesmos.

A despeito de algumas limitações como o não levantamento de dados sobre o acesso ou a acessibilidade dos homens em relação, especificamente, aos serviços públicos de saúde, o fato de não se considerar o uso simultâneo de diferentes sistemas de saúde e o horário de coleta de dados, que dificultou a abordagem aos homens que trabalham, os achados se coadunam com os de outros estudos e encontram amparo nestes, representando um perfil a ser considerado na organização dos serviços e preparo de profissionais de saúde no que tange à efetivação de ações em saúde sensíveis às especificidades socioculturais da população masculina.

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