versão impressa ISSN 1806-3713versão On-line ISSN 1806-3756
J. bras. pneumol. vol.46 no.3 São Paulo 2020 Epub 22-Abr-2020
http://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20190397
Um homem de 34 anos, previamente saudável, apresentou-se ao pronto-socorro um dia após ter estado envolvido em um acidente de automóvel. Ele reclamava de dor no peito do lado direito, tosse e hemoptise. A TC de tórax mostrou um pequeno nódulo escavado, contendo nível líquido e envolto por opacidades em vidro fosco no lobo inferior direito (Figura 1A). Foi feito o diagnóstico de pseudocisto pulmonar traumático (PPT). O caso foi tratado de forma conservadora, e não houve complicações. Uma TC de seguimento, realizada 12 dias depois, mostrou que a lesão cística evoluiu para um nódulo homogêneo (Figura 1B). Outra TC, realizada três meses depois, mostrou uma redução acentuada no volume da lesão.
Uma lesão incomum associada à lesão torácica traumática, o PPT ocorre como consequência de uma ruptura traumática do parênquima pulmonar, com subsequente preenchimento do defeito intraparenquimatoso com ar, sangue ou ambos. Essa condição está frequentemente associada a contusões pulmonares.1-3 Os sintomas comuns incluem dor no peito, dispneia, tosse e hemoptise, embora alguns pacientes sejam assintomáticos. O achado mais comum na TC é uma estrutura cística redonda ou oval, com ou sem nível líquido. A lesão é tipicamente cercada por opacidades em vidro fosco ou consolidações resultantes da contusão pulmonar. O manejo do PPT é conservador, pois o curso clínico geralmente é benigno.1-3