versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170
Arq. Bras. Cardiol. vol.107 no.2 São Paulo ago. 2016
https://doi.org/10.5935/abc.20160123
Ao Editor,
Li o artigo intitulado "Relação entre Escore GRACE e Espessura da Gordura Epicárdica em Pacientes com IMSSST" de Gul et al.1 com grande interesse. Os investigadores relataram que o escore GRACE mostrou uma correlação positiva com a espessura da gordura epicárdica (EGE) ao final da sístole e EGE ao final da diástole,1 e análises estatísticas também demonstraram uma melhor correlação entre o escore GRACE e a EGE ao final da diástole, em vez da EGE ao final da sístole.1
O tecido adiposo epicárdico tem a mesma origem do tecido adiposo visceral. O tecido adiposo epicárdico é conhecido por ter funções de atividade endócrina e metabólica. A secreção de citocinas inflamatórias e a liberação de moléculas bioativas por meio da EGE pode desencadear a aterosclerose coronária.2,3
A avaliação da EGE através de ecocardiografia apresenta várias vantagens, tais como baixo custo, fácil acessibilidade e boa reprodutibilidade. No entanto, a avaliação de EGE por ecocardiografia é de utilização restrita devido ao conhecimento insuficiente nesta área.4 No presente estudo, a EGE foi medida no corte paraesternal do eixo longo ao final da sístole e da diástole, em três ciclos cardíacos. A avaliação ecocardiográfica da EGE pode não ser uma alternativa ideal para a quantificação do tecido epicárdico. O padrão-ouro na avaliação da EGE é a ressonância magnética (RM); a falta da RM constitui uma das limitações desse estudo. A EGE tem uma distribuição tridimensional e a ecocardiografia bidimensional não pode avaliar de forma adequada todas as estruturas cardíacas.5
Embora a EGE esteja intimamente relacionada com a doença arterial coronariana, há dados escassos sobre o acompanhamento da EGE em pacientes com doença arterial coronariana na literatura. Desse ponto de vista, mais estudos são necessários para avaliar o acompanhamento da EGE em pacientes com doença arterial coronariana.