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Resistência de piperáceas nativas da Amazônia á infecção causada por Nectria haematococca f. sp. piperis

Resistência de piperáceas nativas da Amazônia á infecção causada por Nectria haematococca f. sp. piperis

Autores:

Fernando Carneiro de ALBUQUERQUE,
Maria de Lourdes Reis DUARTE,
Ruth Linda BENCHIMOL,
Tadamitsu ENDO

ARTIGO ORIGINAL

Acta Amazonica

Print version ISSN 0044-5967On-line version ISSN 1809-4392

Acta Amaz. vol.31 no.3 Manaus July./Sept. 2001

https://doi.org/10.1590/1809-43922001313348

RESUMO

A reação de resistência das espécies Piper aduncum, P. arboreum, P. carniconnectivum, P. colubrinum, P. hispidinervium, P. hispidum, P. hostmannianum, P. tuberculatum, P. nigrum e Piper sp. à infecção causada por dois isolados de Nectria haematococca f. sp. piperis foi determinada em condições de telado, através do cultivo em solo infestado e de inoculações no internódio de mudas com três meses de desenvolvimento. Mudas de P. nigrum (pimenta-do-reino) foram usadas como controle, devido a alta suscetibilidade ao patógeno. Aos 110 dias observou-se que o isolado Adu obtido de Ρ. aduncum não causou podridão das raízes em todas as espécies, com exceção de Piper sp. e de P. nigrum, enquanto que o isolado Nig obtido de P. nigrum causou infecção apenas nas raízes desse hospedeiro. Diferenças significativas (p<0,01) foram observadas no nível de resistência entre as espécies, sendo as espécies nativas mais resistentes à infecção causada pelo fungo. Os isolados apresentaram variação para virulência (p<0,01), sendo o isolado Nig mais virulento do que o Adu. Não ocorreu, porém, interação entre Piper spp. e os dois isolados de N. haematococca f. sp. piperis. Concluiu-se, portanto, que o isolado Adu não tem habilidade de infectar os tecidos radiculares das espécies estudadas e que pelo menos sete espécies nativas apresentam uma alta resistência ao patógeno, podendo ser utilizadas como porta-enxertos resistentes para controlar doenças radiculares da pimenta-do-reino.

Palavras-Chave: fontes de resistência; podridão das raízes; controle de doenças; Fusarium solani f. sp. piperis; pimenta-do-reino

ABSTRACT

The resistance of Piper aduncum, P. arboreum, P. carniconnectivum, P. colubrinum, P. hispidinervium, P. hispidum, P. hostmannianum, P. nigrum, P. tuberculatum and Piper sp. to the infection caused by two Nectria haematococca f. sp. piperis isolates was detected under laboratory and shade house conditions. Due to their high susceptibility, black pepper (Piper nigrum) plants were used as control. When grown in soil infested with the isolate from P. aduncum (Adu), no root rot symptoms were observed on the majority of Piper spp., except on Piper sp. and black pepper. However, in soil infested with the isolate from P. nigrum (Nig) root rot was noticed on black pepper, although not on the other Piper spp. Significant differences (p<0.01) were observed when stems of Piper spp. plants were inoculated with Adu and Nig isolates. On P. nigrum stems typical lesions were followed by yellowish, stem blight and death of plants were observed, while on Piper spp. canker-like tissues around stem lesions were detected, evidencing the high resistance of these related species. These results showed that the isolate from P. aduncum has no ability to colonise Piper spp. root tissues and that at least seven related species are highly resistant to N. haematococca f. sp. piperis. This suggests that these species may be used either as rootstocks or for somatic hybridisation and protoplast fusion in amelioration studies aiming to control Fusarium diseases on black pepper.

Key words: resistance source; root rot; disease control; Fusarium solani f. sp. piperis; black pepper

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