versão impressa ISSN 1808-8694versão On-line ISSN 1808-8686
Braz. j. otorhinolaryngol. vol.83 no.5 São Paulo set./out. 2017
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2017.02.007
Cara Editora,
Gostaríamos de agradecer ao Dr. Zheng-cai Lou por seus comentários valiosos e precisos sobre o nosso artigo.1 Em primeiro lugar, os principais resultados da timpanoplastia pediátrica tipo 1 são as taxas de sucesso do enxerto e os resultados auditivos pós-operatórios. Nossos resultados indicam que a taxa de sucesso do enxerto foi de 92,1% do grupo cartilagem, em comparação com 65% do grupo fáscia temporal, respectivamente. No grupo fáscia, o gap no pré-operatório foi de 33,68 ± 11,44 dB e no pós-operatório, de 24,25 ± 12,68 dB. No grupo cartilagem, o gap aéreo-ósseo no pré-operatório foi de 35,68 ± 12,94 dB e no pós-operatório, 26,113 ± 12,87 dB. A taxa de sucesso anatômico do grupo cartilagem foi significativamente melhor do que a do grupo fáscia (p < 0,01). Não houve diferença significativa nos resultados funcionais entre os grupos fáscia e cartilagem (p > 0,05). A espessura da cartilagem tragal foi medida com precisão por um micrômetro e registada intraoperatoriamente. Uma parte de comprimento regular da cartilagem tragal foi excisada e a espessura da cartilagem tragal foi medida. A mensuração da espessura foi feita pelo mesmo cirurgião (YY). Todas as medidas foram repetidas pelo segundo cirurgião (MÇ) para evitar variações entre observadores. Três medidas foram feitas para evitar discrepâncias e resultados incorretos. As mensurações foram feitas nas partes superior, média e inferior da cartilagem tragal. A espessura média da cartilagem tragal foi aceita como a média de três medidas. A espessura média total da cartilagem tragal foi 0,693 ± 0,094 mm no sexo masculino e 0,687 ± 0,058 mm no sexo feminino. Que seja de nosso conhecimento, o presente estudo é o primeiro estudo de mensuração da espessura da cartilagem tragal na timpanoplastia pediátrica.2
O Dr. Zheng-cai Lou aponta que "revisão retrospectiva" e "alocação aleatória" sejam coisas contraditórias, comenta sobre o desenho de nosso estudo. A observação está correta. Mas, na discussão, a explicação dessa condição foi colocada em destaque. Honestamente, não há consenso sobre a seleção de materiais de enxerto para timpanoplastias; depende inteiramente da experiência e das preferências do cirurgião. Em nossa clínica, a seleção de materiais de enxerto para timpanoplastias pediátricas depende inteiramente da experiência e preferências do cirurgião. Isso resulta em uma alocação aleatória por parte dos cirurgiões, com o uso de enxertos com fáscia do músculo temporal ou cartilagem tragal. A seleção do material de enxerto em geral não é objeto do nosso desenho de estudo. Portanto, para essa condição, não houve contradição. Imaginamos que o Dr. Lou poderia nos entender melhor após uma avaliação mais cuidadosa. Concordamos com a necessidade de futuros estudos prospectivos com controle aleatório e que um maior tamanho da amostra e maior tempo de seguimento são necessários para comparar os resultados anatômicos e funcionais entre vários tipos de cartilagem.
Em relação aos outros comentários sobre os critérios de exclusão, gostaríamos de agradecer por nos chamar a atenção sobre o fato. O tecido de granulação pode afetar o sucesso das timpanoplastias pediátricas, mas nenhum estudo relatou essa condição. Honestamente, no prontuário de nossos pacientes, não há registro a respeito de tecido de granulação em timpanoplastias pediátricas.
Embora os dados sobre a seleção de material de enxerto para timpanoplastias pediátricas continuem a aumentar, não há, por enquanto, consenso.3 No entanto, futuramente também planejamos comparar os resultados anatômicos e funcionais de vários tipos de enxerto (de pericôndrio, de fáscia, de várias cartilagens [conchal e tragal]) e diferentes espessuras de cartilagens em timpanoplastias pediátricas.