versão impressa ISSN 1806-3713versão On-line ISSN 1806-3756
J. bras. pneumol. vol.44 no.3 São Paulo maio/jun. 2018
http://dx.doi.org/10.1590/s1806-37562017000000324
A síndrome de embolia gordurosa (SEG), caracterizada pela combinação de insuficiência respiratória aguda, envolvimento do sistema nervoso central e petéquias, pode ocorrer após um trauma ou secundária a alguma doença.1,2 Aqui, descrevemos o caso de uma mulher de 72 anos de idade, internada em nosso hospital devido a fratura pertrocantérica traumática do fêmur esquerdo. A paciente apresentava história clínica de lúpus eritematoso sistêmico, positividade para anticorpos antifosfolípides, trombose venosa profunda, uso de marca-passo com sensor de demanda ventricular e troca valvar aórtica por estenose grave. Na admissão, ela estava hemodinamicamente estável. Trinta e seis horas depois, foi submetida a cirurgia ortopédica envolvendo o uso de pinos do tipo gamma. No primeiro dia de pós-operatório, apresentava dispneia aguda, confusão e agitação. Seus sinais vitais foram os seguintes: pressão arterial, 100/60 mmHg; FC, 103 bpm; temperatura, 37,1; FR, 26 ciclos/min; e SpO2, 75% no ar ambiente. A TC com contraste do tórax excluiu embolia da artéria pulmonar e revelou opacidades em vidro fosco perifericamente localizadas e consolidações bilaterais segmentadas, além de dilatação de artéria pulmonar, átrio direito e ventrículo direito (Figuras 1 e 2). Dez dias depois, uma TC de controle mostrou a regressão completa das lesões (Figura 3). Portanto, os achados na TC podem refletir a fisiopatologia da SEG e contribuir para o seu diagnóstico.3
Figura 1 TC do tórax revelando opacidades em vidro fosco perifericamente localizadas e consolidações bilaterais segmentadas.