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Sinergia entre Rampamicina e Cianoacrilato na Redução da Hiperplasia Intimal

Sinergia entre Rampamicina e Cianoacrilato na Redução da Hiperplasia Intimal

Autores:

Marcia Kiyomi Koike

ARTIGO ORIGINAL

Arquivos Brasileiros de Cardiologia

versão impressa ISSN 0066-782Xversão On-line ISSN 1678-4170

Arq. Bras. Cardiol. vol.112 no.1 São Paulo jan. 2019

https://doi.org/10.5935/abc.20180269

A cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) se mantém entre os principais tratamentos para doença coronariana. No entanto, a doença vascular que ocorre após a CRM permanece como um desafio à medicina. As alterações mecânicas, moleculares e celulares sofridas pelo enxerto vascular venoso quando inserido no fluxo arterial coronariano culmina em trombose, hiperplasia intimal e processo aterosclerótico e finaliza-se com a reestenose.1,2

Os modelos experimentais da CRM foram fundamentais para compreender os mecanismos presentes durante o curso da doença vascular. O modelo de enxerto vascular com anastomose da veia jugular externa com a carótida representa um modelo experimental de doença vascular semelhante ao que ocorre após a CRM. Porcos, coelhos e ratos podem ser utilizados neste modelo devido à reprodutibilidade do protocolo, custo e benefício.3,4

Estratégias que interferem nos mecanismos da doença vascular após CRM podem reduzir a reestenose do enxerto venoso. A rampamicina, um imunossupressor, mostrou efeito antiproliferativo das células musculares lisas vasculares em modelos experimentais.4,5 Tianshu-Chu et al.,6 em um estudo experimental em ratos que reproduz a doença vascular após CRM, demonstraram que a combinação entre a rampamicina e o cianoacrilato apresentaram sinergia para prevenção do espessamento intimal. A combinação da rampamicina com o cianoacrilato inibiu a proliferação celular principalmente de células musculares lisas vasculares desdiferenciadas (miofibroblastos) e células vasculares, prevenindo a hiperplasia intimal, a deposição intensa de matriz extracelular e a neoangiogenese. Assim, a combinação da rampamicina com o cianoacrilato apresenta uma sinergia quando comparada ao uso isolado.

REFERÊNCIAS

1 de Vries MR, Quax PHA. Inflammation in vein graft disease. Front Cardiovasc Med. 2018; 5:3.
2 Gooch KJ, Firstenberg MS, Shrefler BS, Scandling BW. Biomechanics and mechanobiology of saphenous vein grafts. J Biomech Eng. 2018; 140(2):020804-020804-16.
3 Mylonaki I, Allain E, Strano F, Alle'mann E, Corpataux J-M, Meda P, et al. Evaluating intimal hyperplasia under clinical conditions. Interact Cardiovasc Thorac Surg. 2018;27(3):427-36.
4 Chen HL, Liu K, Meng XY, Wen XD, You QS. Local application of rapamycin inhibits vein graft restenosis in rabbits. Transpl Proc. 2011;43(5):2017-21.
5 Skalsky I, Szarszoi O, Filova E, Parizek M, Lytvynets A, Maluskova J, et al. A perivascular system releasing sirolimus prevented intimal hyperplasia in a rabbit model in a medium-term study. Int J Phamaceutics. 2012;427(2):311-9.
6 Tianshu-Chu, Congrong-Gao, Zhiwei-zhao, Fei-Ling, Ayu-Sun, Yuanbiao-Zheng, Jing-Cao, et al. Rapamycin combined with a-Cyanoacrylate contributes to inhibiting intimal hyperplasia in rat models. Arq Bras Cardiol. 2019; 112(1):3-10.