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Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional/SISVAN: conhecendo as práticas alimentares de crianças menores de 24 meses

Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional/SISVAN: conhecendo as práticas alimentares de crianças menores de 24 meses

Autores:

Luciola de Castro Coelho,
Leiko Asakura,
Anita Sachs,
Ingrid Erbert,
Claudia dos Reis Lisboa Novaes,
Suely Godoy Agostinho Gimeno

ARTIGO ORIGINAL

Ciência & Saúde Coletiva

versão impressa ISSN 1413-8123

Ciênc. saúde coletiva vol.20 no.3 Rio de Janeiro mar. 2015

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015203.15952014

Introdução

O propósito da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN 2012)1 é melhorar as condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira. A vigilância alimentar e nutricional, terceira diretriz da PNAN, refere-se à coleta, análise e interpretação de dados sobre o estado nutricional e as práticas alimentares dos indivíduos e, especificamente das crianças menores de 24 meses, sobre a prevalência de aleitamento materno (AM) e aleitamento materno exclusivo (AME), introdução da alimentação complementar (AC) e, também, a qualidade da alimentação quanto à presença de frutas e hortaliças, sódio, gorduras e açúcares simples. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) tem como principal objetivo monitorar o estado nutricional e as características do consumo alimentar dos indivíduos atendidos pelo Sistema Único de Saúde2.

O estado nutricional da criança, especialmente nos primeiros anos de vida, é considerado o principal indicador de saúde desta população, uma vez que reflete as condições ambientais a que estão expostas, como, por exemplo, o tipo de alimentação, adoecimento, condições de moradia e saneamento básico. Sabe-se também que o estado nutricional infantil pode ser influenciado pela idade e escolaridade materna, condição socioeconômica e estrutura familiar3 - 5.

Condutas inadequadas quanto às práticas alimentares ou deficiências nutricionais podem elevar as taxas de morbimortalidade infantil já que têm implicações diretas e imediatas na saúde da criança, assim como consequências futuras, favorecendo o incremento de doenças crônicas não transmissíveis6.

Dessa forma, para viabilizar o propósito da PNAN 20121, os gestores municipais devem identificar e atender situações de risco nutricional, obter informações representativas do consumo alimentar e combinar, monitorar e avaliar os indicadores de alimentação e nutrição, bem como alimentar os sistemas de informação da saúde7. Nesta perspectiva, foi disponibilizado pelo Ministério da Saúde (MS), o SISVAN-Web, operado a partir da Atenção Primária à Saúde (APS), baseado nos indicadores de consumo alimentar e disponíveis pelo próprio Sistema8.

O MS preconiza a vigilância tanto no nível coletivo como no individual, já que em ambos são necessárias decisões e ações imediatas voltadas à reversão do agravo encontrado2. No nível coletivo, as ações podem apresentar um tempo maior para serem implementadas, enquanto que no individual ocorre quase que imediatamente após a identificação do agravo, já que o Sistema informatizado possibilita a análise, a interpretação e a localização exata do indivíduo, possibilitando a atuação das equipes de Saúde da Família (eSF)2.

As eSF compõem a Estratégia de Saúde da Família, que por sua vez visa à reorganização da APS por meio da expansão, qualificação e consolidação, por favorecer a ampliação da resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, já que tem por base a atenção em seu território9.

Reconhecer o território a partir dos indicadores epidemiológicos e nutricionais permite uma maior conscientização e compreensão do contexto social em que os indivíduos estão inseridos, favorecendo uma melhor ação e resolução dos problemas encontrados10. Nesta perspectiva, identificar a associação de fatores sociodemográficos maternos, que podem originar perfis de risco para a ocorrência de agravos à saúde da população infantil, favorece a rápida tomada de ação e prevenção.

Diante disso, o presente estudo teve como objetivo identificar as práticas alimentares de crianças menores de 24 meses, que frequentam Unidades Básicas de Saúde (UBS), utilizando o SISVAN, bem como avaliar sua relação com perfis sociodemográficos maternos.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, realizado em seis UBS da cidade de Diadema, município do Estado de São Paulo, no período de abril a dezembro de 2012, a partir de uma demanda da Coordenação de Atenção Básica do município. Diadema apresenta uma área territorial de 30,840 km2; de acordo com o Censo de 201011, a população total da cidade foi de 386.089 habitantes, apresentando uma densidade demográfica de 12.519,10 habitantes/km2. O município contém 20 UBS, contando com 96 eSF formadas por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes comunitário de saúde (ACS). De acordo com o levantamento do Sistema de Informação de Atenção Básica, a média de atendimento trimestral, de crianças menores de 2 anos, nas 6 UBS acompanhadas foi de 833 no período estudado.

Neste estudo, foram analisadas 350 crianças menores de 24 meses que compareceram por demanda espontânea nas UBS ou durante os dias de coleta de dados referente às condicionalidades de saúde dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF). As mães ou responsáveis foram apresentadas ao estudo e aquelas que concordaram assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no momento da coleta.

Os dados foram coletados por nutricionistas, ACS e demais profissionais das eSF, devidamente treinados.

Obtiveram-se informações sobre variáveis socioeconômicas e demográficas da mãe: idade, escolaridade, situação familiar, renda familiar, ser ou não beneficiária do PBF, número de filhos vivos e de habitantes na casa e condições de moradia; e variáveis do lactente: sexo, idade e consumo alimentar. As informações do consumo alimentar foram coletadas por meio do Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar para Indivíduos Menores de 5 anos, disponível pelo SISVAN8 e SISVAN-Web, e adaptado pelo autor do estudo.

Este formulário é constituído de questões voltadas para as crianças de acordo com a faixa etária: menores de seis meses, entre seis meses e menos de 2 anos e entre 2 anos e menos de 5 anos de idade.

Para os menores de seis meses, as questões objetivam caracterizar a prática do aleitamento materno e identificar o tipo dos alimentos complementares oferecidos atualmente à criança8. Para as crianças entre seis meses e menos de 2 anos, as questões têm por objetivo caracterizar a introdução da alimentação complementar, identificar o tipo de alimentação atual e verificar a adoção de comportamento alimentar de risco para o desenvolvimento de anemia ferropriva e obesidade infantil8. Para ambas as faixas etárias a maioria das questões se refere ao dia anterior ao do inquérito.

Para classificar o consumo alimentar em adequado e inadequado, utilizou-se as recomendações dos "Dez passos para uma alimentação saudável - 2ª edição"6 para cada questão dos formulários, considerando as duas faixas etárias. Para as crianças menores de seis meses, considerou-se o Passo 1 (Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento); para as crianças entre 6 e 24 meses, consideraram-se os Passos: 2 (A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais), 3 (Após 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno) e 8 (Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinho e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação); e o anexo V que orienta sobre "Práticas específicas para controlar o excesso de peso".

Para a identificação dos perfis sociodemográficos maternos, empregou-se a técnica estatística de análise fatorial exploratória. Para avaliar a aplicabilidade desta técnica foi utilizado o teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), cujo resultado foi 0,52 (valores próximos de 1 indicam uma boa adequação)12. Neste estudo, optou-se por reter dois fatores principais, visto que os mesmos explicavam juntos 35% da variabilidade total dos dados, já que os demais fatores encontrados trariam, juntos, um ganho de apenas 14% desta variabilidade. Foi realizada a rotação dos fatores (rotação ortogonal varimax), permitindo a obtenção de fatores independentes um do outro. Após a rotação foram gerados escores para cada fator, representando a medida que cada um dos fatores difere da média para cada escore (em desvios padrão), onde pontuações mais elevadas indicam maior adesão ao perfil.

Na descrição dos dados utilizaram-se medidas de tendência central (média) e de dispersão (desvio-padrão) para variáveis quantitativas, e frequências relativas e absolutas para as de natureza qualitativa. Empregaram-se as estatísticas qui-quadrado e t de Student, considerando o nível de significância α igual a 5%. Para as análises de associação entre as variáveis de interesse, o número amostral variou de acordo com a quantidade de registros com dados completos.

O programa estatístico Stata (10.0) foi utilizado na análise dos dados.

Este estudo não apresenta conflitos de interesse por nenhum de seus autores e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo.

Resultados

Entre as 350 crianças incluídas no estudo, 51,7% eram do sexo feminino; com idade média de 11,3 meses (desvio padrão = 7,1 meses), sendo que 68% tinham idade entre 6 e 23 meses. Em relação às características maternas, 66,3% das mães tinham idade entre 20 e 35 anos, 58,4% tinham o ensino médio (incompleto/completo) e 71,4% viviam com companheiro. Ainda, 57,3% das mães residiam com até 4 pessoas no domicílio e 73,4% apresentavam renda familiar de até 2 salários mínimos, 58,2% não eram beneficiárias do PBF e, em relação ao número de filhos nascidos vivos, 35,1% tinham 1 filho.

Foram encontrados dois perfis socioeconômicos caracterizados por mães com menor renda, menor escolaridade e beneficiárias do PBF (Perfil 1) e mães com mais idade, com maior número de filhos e com maior número de residentes no domicílio (Perfil 2).

Quanto ao aleitamento materno, 56% do total de crianças o recebiam por ocasião da coleta de dados. Dentre as crianças com menos de 6 meses (n = 112), as prevalências de aleitamento materno exclusivo, predominante e complementado foram de 41,1%, 9,8% e 30,4%, respectivamente. Enquanto que nas crianças entre 6 e 23 meses a prevalência de aleitamento materno foi de 44,4%.

Dentre as crianças menores de 6 meses, 58,0% do total apresentaram consumo classificado como não adequado, de acordo com a recomendação para a idade, e os alimentos consumidos com maior frequência foram: água ou chá (58,6%), fórmula infantil (49,2%), leite de vaca (25%) e suco de fruta (19%). Na Tabela 1 apresenta-se o consumo alimentar do dia anterior à coleta de dados de todas as crianças menores de seis meses.

Tabela 1. Número e porcentagem de crianças menores de 6 meses, segundo sexo e consumo alimentar no dia anterior. Diadema/SP, 2012. 

Sexo
Variável Feminino Masculino Total p
n % n % n %
Leite materno 0,525
Sim 45 83,3 44 78,6 88 80,9
Não 9 16,7 12 21,4 21 19,1
Total 54 100 56 100 110 100
Água/chá 0,484
Sim 19 35,9 15 29,4 34 32,7
Não 34 64,1 36 70,6 70 67,3
Total 53 100 51 100 104 100
Leite de vaca 0,842
Sim 8 14,8 7 13,5 15 14,2
Não 46 85,2 45 86,5 91 85,8
Total 54 100 52 100 106 100
Fórmula infantil 0,552
Sim 16 30,2 13 25,0 29 27,6
Não 37 69,8 39 75,0 76 72,4
Total 53 100 52 100 105 100
Suco de fruta 0,801
Sim 6 11,3 5 9,8 11 10,6
Não 47 88,7 46 90,2 93 89,4
Total 53 100 51 100 104 100
Fruta 0,119
Sim 3 5,6 8 14,6 11 10,1
Não 51 94,4 47 85,4 98 89,9
Total 54 100 55 100 109 100
Papa salgada 0,357
Sim 4 7,4 7 12,7 11 10,1
Não 50 92,6 48 87,3 98 89,9
Total 54 100 55 100 109 100
Outros alimentos 0,073
Sim - - 3 5,9 3 2,9
Não 53 100 48 94,1 101 97,1
Total 53 100 51 100 104 100

Dentre as crianças entre 6 e 23 meses, 98,7% apresentaram consumo inadequado em relação às recomendações para a faixa etária. Destas crianças com consumo inadequado, os itens avaliados que apresentaram maior frequência de inadequação foram: consumo de suco ou refresco industrializado no último mês (60,8%), não ter recebido leite materno no dia anterior (56,9%), consumo de mingau com leite ou leite com espessante no dia anterior (54,3%), refrigerante no último mês (54,2%), ter recebido papa salgada antes dos 6 meses de idade (45,2%), ter realizado alguma refeição assistindo TV (33,3%) e ter recebido açúcar antes dos 6 meses de idade (32,4%).

A Tabela 2 apresenta as características do consumo alimentar referente ao dia anterior à coleta das informações das crianças com idade entre 6 e 23 meses. Observou-se que 55,6% dos lactentes não receberam leite materno, 57,2% tomaram mais que dois copos de preparações de leite não humano, 82,1% comeram frutas, 74,1% legumes e verduras, 78,5% carne e 76,1% feijão. Das crianças que não consumiram feijão (p < 0,01) ou comida de panela no jantar (p < 0,01), mas tinham recebido leite materno (p < 0,01) no dia anterior, a maioria tinha entre 6 e 11 meses.

Tabela 2. Número e porcentagem de crianças entre 6 e 23 meses, segundo faixa etária e consumo alimentar no dia anterior. Diadema/SP, 2012. 

Idade
Variável 6 a 11 meses 12 a 23 meses Total p
n % n % n %
Leite materno 0,000
Sim 53 63,1 49 33,6 102 44,4
Não 31 36,9 97 66,4 128 55,6
Total 84 100 146 100 230 100
Preparações de leite animal 0,038
Mais que 2 copos 44 53,7 91 59,1 135 57,2
Até 2 copos 13 15,8 37 24,0 50 21,2
Não tomou 25 30,5 26 16,9 51 21,6
Total 82 100 154 100 236 100
Verduras/legumes 0,956
Sim 58 74,4 114 74,0 172 74,1
Não 20 25,6 40 26,0 60 25,9
Total 78 100 154 100 232 100
Fruta 0,215
Sim 63 77,8 129 84,3 192 82,1
Não 18 22,2 24 15,7 42 17,9
Total 81 100 153 100 234 100
Carne 0,122
Sim 59 72,8 124 81,6 183 78,5
Não 22 27,2 28 18,4 50 21,5
Total 81 100 152 100 233 100
Feijão 0,000
Sim 49 60,5 129 84,3 178 76,1
Não 32 39,5 24 15,7 56 23,9
Total 81 100 153 100 234 100
Comida de panela no jantar 0,000
Sim 47 58,0 128 83,1 175 74,5
Não 34 42,0 26 16,9 60 25,5
Total 81 100 154 100 235 100

Em relação a algumas características da introdução alimentar das crianças com idade entre 6 e 23 meses (Tabela 3), observou-se que, antes dos 6 meses, 31,9% consumiram mel, açúcar ou melado e 44,4% consumiram papa salgada. Em média, 55,4% apresentaram um comportamento alimentar de risco para obesidade, com exceção à pergunta sobre comer assistindo televisão, no qual 67,4% referiram não fazê-lo. Comparando as faixas etárias, verificou-se que o consumo de refrigerante e suco industrializado, assim como assistir TV enquanto come, foi estatisticamente maior nas crianças entre 12 e 23 meses, apesar do alto consumo de suco industrializado entre as crianças de 6 a 11 meses (48,2%).

Tabela 3. Número e porcentagem de crianças entre 6 e 23 meses, segundo faixa etária e características da introdução alimentar e comportamento alimentar de risco para obesidade. Diadema/SP, 2012. 

Idade
Variável 6 a 11 meses 12 a 23 meses Total p
n % n % n %
Consumo de mel, açúcar, melado antes dos 0,257
6 meses
Não 59 72,8 95 65,5 154 68,1
Sim 22 27,2 50 34,5 72 31,9
Total 81 100 145 100 226 100
Consumo de papa salgada/ comida de panela 0,162
antes dos 6 meses
Não 50 61,7 75 52,1 125 55,6
Sim 31 38,3 69 47,9 100 44,4
Total 81 100 144 100 225 100
Consumo de suco industrializado / refresco 0,007
em pó no último mês
Não 43 51,8 48 33,6 91 40,3
Sim 40 48,2 95 66,4 135 59,7
Total 83 100 143 100 226 100
Consumo de refrigerante no último mês 0,000
Não 63 75,9 44 30,1 107 46,7
Sim 20 24,1 102 69,9 122 53,3
Total 83 100 146 100 229 100
Consumo de mingau com leite ou leite 0,636
engrossado com farinha no dia anterior
Não 40 48,8 66 45,5 106 46,7
Sim 42 51,2 79 54,5 121 53,3
Total 82 100 145 100 227 100
Comeu assistindo televisão no dia anterior 0,040
Não 63 75,9 96 62,8 159 67,4
Sim 20 24,1 57 37,2 77 32,6
Total 83 100 153 100 236 100

Quando associados os perfis sociodemográficos e o consumo alimentar das crianças menores de 6 meses (Tabela 4), observou-se que o valor médio do escore do Perfil 1 foi estatisticamente maior nas crianças que consumiram água/chá (p = 0,047), leite de vaca (p = 0,030) e papa salgada (p = 0,019) no dia anterior, do que o observado entre as que não consumiram estes alimentos; enquanto que o valor médio do escore do Perfil 2 foi estatisticamente maior para as crianças que, no dia anterior, receberam leite materno (p = 0,048) e não receberam outros tipos de alimentos diferentes dos apresentados anteriormente (p = 0,041).

Tabela 4. Média e desvio padrão (dp) dos escores dos perfis socioeconômicos maternos 1 e 2, segundo o consumo alimentar, do dia anterior, de crianças entre 0 e 23 meses. Diadema/SP, 2012. 

Perfil 1 Perfil 2
Média dp p Média dp p
Crianças < 6 meses
Leite materno 0,129 0,048
Sim -0,37 0,12 -0,08 0,10
Não -0,07 0,19 -0,48 0,22
Água/chá 0,047 0,184
Sim -0,07 0,15 -0,33 0,16
Não -0,45 0,14 -0,15 0,11
Leite de vaca 0,030 0,283
Sim 0,16 0,22 -0,31 0,24
Não -0,40 0,11 -0,16 0,10
Fórmula infantil 0,104 0,316
Sim -0,54 0,18 -0,27 0,19
Não -0,25 0,13 -0,17 0,10
Suco de fruta 0,489 0,161
Sim -0,32 0,27 -0,49 0,22
Não -0,33 0,11 -0,18 0,10
Fruta 0,212 0,284
Sim -0,07 0,29 -0,01 0,33
Não -0,34 0,11 -0,19 0,10
Papa salgada 0,019 0,238
Sim 0,31 0,31 0,03 0,35
Não -0,39 0,11 -0,20 0,09
Outros alimentos 0,139 0,041
Sim 0,34 0,27 -1,12 0,21
Não -0,35 0,11 -0,18 0,09
Crianças entre 6 e 23 meses
Leite materno 0,353 0,086
Sim 0,18 0,09 0,16 0,09
Não 0,13 0,09 -0,03 0,10
Preparações de leite animal 0,440 0,262
Adequado 0,15 0,07 0,02 0,07
Não adequado 0,12 0,17 0,18 0,27
Verduras/legumes 0,337 0,230
Sim 0,13 0,08 0,01 0,10
Não 0,19 0,10 0,13 0,12
Fruta 0,234 0,474
Sim 0,13 0,07 0,06 0,08
Não 0,25 0,17 0,07 0,20
Carne 0,347 0,384
Sim 0,17 0,10 0,07 0,08
Não 0,11 0,14 0,02 0,15
Feijão 0,040 0,219
Sim 0,24 0,07 0,04 0,10
Não -0,03 0,14 0,16 0,14
Comida de panela no jantar 0,008 0,242
Sim 0,26 0,07 0,07 0,08
Não -0,09 0,15 -0,03 0,13

Já para as crianças entre 6 e 23 meses que consumiram feijão (p = 0,040) e comida de panela no jantar (p = 0,008) no dia anterior, o valor médio do escore do Perfil 1 foi maior estatisticamente quando comparado às que não consumiram (Tabela 4). Para esta faixa etária não se observou relação com o Perfil 2.

Não se observou relação entre os perfis e as características da introdução alimentar e comportamento alimentar de risco para obesidade das crianças entre 6 e 23 meses.

Discussão

No presente estudo, a utilização do protocolo do SISVAN para o conhecimento do consumo alimentar de crianças menores de 24 meses, aliado ao fato das eSF terem realizado a coleta e alimentado o Sistema informatizado, o torna inédito, uma vez que pouco se tem de informações disponíveis no nível nacional, regional, quiçá municipal.

O SISVAN, por meio do formulário de marcadores de consumo, tem o objetivo de gerar informações sobre a situação alimentar e nutricional da população, principalmente crianças menores de 2 anos. No entanto, alguns estudos13 , 14 verificaram um baixo percentual de coleta dos dados de consumo alimentar e falta de regularidade de alimentação do Sistema, que podem ser decorrentes da ausência de compromisso político, complexidade do Sistema e recursos técnico-administrativos exclusivos para o SISVAN13.

As informações sobre o consumo alimentar da população são escassas, conforme observado também no presente estudo, e a inserção do nutricionista na APS é frágil e insuficiente, posto que em nenhuma destas UBS tinha este profissional em seu quadro funcional.

O profissional nutricionista, em sua grande maioria, apenas participa do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que é constituído por profissionais de diversas áreas de conhecimento com o objetivo de apoiar os profissionais das eSF nas práticas em saúde7.

Desta forma, tais dados devem ser coletados pelos profissionais de saúde15, como um procedimento a ser incorporado na rotina dos serviços, considerando a importância da vigilância alimentar e nutricional e a informação sobre o estado nutricional e as condições de alimentação para o direcionamento das ações de alimentação e nutrição.

A prática da coleta de informações para o diagnóstico alimentar e nutricional, pelas eSF, propicia o reconhecimento do território e a identificação de grupos de risco, apresentando material para atuação destas equipes, conscientizando-os, qualificando os serviços e melhorando a resolubilidade dos problemas nutricionais9.

No presente estudo a introdução dos alimentos complementares foi precoce com maior frequência de água ou chá e leite não humano. Dentre as crianças de 6 a 23 meses, a maioria não recebia mais o leite materno, tinha um consumo insuficiente de frutas, legumes/verduras, carnes e feijão, tendo recebido açúcar, mel ou melado e papa salgada antes dos seis meses de idade. As práticas alimentares inadequadas mais frequentes foram o consumo de suco ou refresco industrializado, refrigerante, mingau com leite ou leite com espessante.

O comportamento alimentar da criança é determinado por vários fatores, principalmente os socioeconômicos, culturais e familiares, já que na fase de introdução alimentar a criança ainda é um ser passivo, dependendo exclusivamente das escolhas alimentares da mãe ou cuidador16.

Na literatura, alguns fatores maternos, avaliados de forma isolada, têm sido relacionados à prática alimentar da criança pequena. Em estudo que avaliou crianças de 6 a 12 meses17, a primiparidade, a idade, a escolaridade e o trabalho maternos apresentaram relação com o consumo de refeições lácteas e semissólidas. Enquanto que outro estudo18 sugere que a escolaridade materna seja a variável que mais influencie na introdução de alimentos complementares no primeiro ano de vida. Já outros estudos19 , 20 observaram que a mãe ser mais velha, trabalhar fora do lar e ter baixa escolaridade são fatores associados ao consumo precoce de alimentos sólidos.

Sabendo-se que o consumo alimentar tem vários fatores determinantes, o uso da análise fatorial das variáveis maternas (sociais e ambientais) torna-se um instrumento útil para identificar perfis maternos de risco. Os resultados sugerem que as mães caracterizadas no Perfil 1 (menor renda, menor escolaridade e beneficiárias do PBF) tendem a introduzir a alimentação complementar precocemente enquanto que as mães do Perfil 2 (mais idade, maior número de filhos e maior número de residentes no domicílio) tendem a oferecer o leite materno para as crianças menores de 6 meses. Em compensação, as mães do Perfil 1 tendem a oferecer feijão e comida de panela no jantar para as crianças entre 6 e 23 meses. Considerando que a criança está inserida num contexto familiar em que todos esses fatores estão presentes, conhecer quais destes, quando associados, apresentam uma maior implicação no consumo alimentar e, consequentemente, no estado nutricional, torna-se de grande valia para o manejo mais adequado da situação. Não foram encontrados outros estudos na literatura que aplicaram a técnica de análise fatorial com a mesma finalidade, impossibilitando comparações.

De acordo com os Dez passos para uma alimentação saudável6, a criança deve receber leite materno exclusivo até os seis meses e complementado até os dois anos ou mais. Entretanto, neste estudo, verificou-se baixa prevalência de AME, muito similar ao encontrado na PPAM 200921, de 41,1% e 41,0%, respectivamente; contudo, apesar da introdução precoce de outros alimentos, a prevalência de aleitamento materno na população estudada, considerando crianças de 0 a 12 meses, foi maior do que o observado na mesma pesquisa nacional5, de 73,2% e 58,7%, respectivamente.

Vários estudos também observaram22 - 25, entre outros resultados, que os alimentos complementares mais precocemente introduzidos foram água/chá, seguido das frutas e leite não humano, semelhante ao observado neste estudo. A oferta de líquidos não nutritivos como chás antes dos seis meses, além de favorecer a interrupção precoce do aleitamento materno, ainda é inadequada do ponto de vista energético e nutricional, elevando os riscos de morbidade24.

A frequência de consumo de leite não humano, associado ou não ao leite materno, nas crianças menores de seis meses, neste estudo, foi relativamente baixa se comparada a outros21 , 22 , 26; no entanto, a partir dos seis meses de idade há um aumento expressivo desse consumo. Uma revisão sistemática27, que procurou identificar os fatores determinantes na prática alimentar de lactentes, sugere que a introdução precoce, isto é, antes dos 12 meses de idade, de leite não humano está relacionada à baixa escolaridade materna e ao baixo nível socioeconômico familiar; tal fato se observa no presente estudo, no qual o Perfil de mães com menor escolaridade, menor renda e beneficiárias do PBF apresentou relação estatisticamente significante com o consumo de leite de vaca nas crianças menores de 6 meses. O consumo de leite de vaca no primeiro ano de vida é desaconselhado devido às diversas inadequações nutricionais com consequências na saúde da criança, como por exemplo, alergias e anemia6 , 28 - 30, de modo que no impedimento do aleitamento materno, a primeira opção de escolha é o consumo de fórmula infantil modificada. Entretanto, o custo deste tipo de aleitamento é 3,3 vezes maior do que se é gasto mantendo o materno31, enquanto que o uso de leite de vaca é de 1,7 vezes, justificando a escolha por este último.

A partir dos seis meses de vida, a introdução dos alimentos complementares, que deve ser feita gradualmente e diariamente, precisa conter alimentos saudáveis e variados como frutas, verduras e legumes, carnes ou ovos e feijão, e ainda nos primeiros anos de vida6 , 28, deve-se evitar alimentos considerados de risco para o excesso de peso, como açúcar, refrigerante, sucos industrializados, entre outros. A adequada introdução da alimentação complementar tende a ser base para hábitos alimentares saudáveis no futuro.

Neste estudo, observou-se alta frequência de consumo de alimentos considerados saudáveis, porém aquém da recomendação, considerando que o consumo deveria ser de 100% nas crianças maiores de 6 meses e, quanto à introdução precoce, isto é, antes dos 6 meses de idade, da papa salgada/comida de panela, esta ocorreu em quase metade das crianças estudadas, bem similar ao encontrado na PPAM 200921. No entanto, o consumo de alimentos como carne, feijão e comida de panela no jantar teve um aumento significativo conforme o aumento da idade, bem similar ao encontrado em outro estudo24.

Silveira e Lamounier22 também verificaram um consumo precoce e insuficiente de alimentos como frutas, hortaliças, arroz, feijão e carnes em crianças menores de 24 meses, sugerindo que tais práticas alimentares inadequadas podem estar relacionadas com os fatores culturais, como o receio dos pais em oferecer alimentos semissólidos ou sólidos para as crianças entre 6 e 12 meses.

Saldiva et al.17, avaliando as práticas alimentares de crianças de 6 a 12 meses do Estado de São Paulo, observaram que a criança, aos 6 meses, apresenta alta probabilidade de consumir refeições lácteas, à base de mingaus e sopas, e baixa probabilidade de receber comida de panela.

Neste estudo não se avaliou a consistência da refeição salgada, mas sabe-se que, desde a introdução da alimentação complementar, esta deve ser pastosa e evoluir conforme a idade da criança, de modo a atingir a densidade energética recomendada a fim de suprir as necessidades nutricionais da criança6 , 17 , 28 , 32. Quanto ao consumo de comida de panela no jantar, este foi pouco prevalente entre as crianças de 6 a 12 meses e ocorreu em 83,1% das maiores, indicando uma possível substituição por refeição à base de leite não humano. Essa prática pode levar a deficiências nutricionais, principalmente de ferro, já que a refeição que contém alimentos fonte deste mineral é suprimida. Outros estudos33 - 36 também identificaram uma significativa participação de refeições à base de leite não humano, inclusive acrescidas de algum espessante, prática também observada neste estudo, e que acaba sendo um incremento energético de baixo valor nutricional.

Em relação aos alimentos inadequados, assim como o observado neste estudo, outras pesquisas37 , 38 também relataram uma alta prevalência do consumo precoce de açúcar, refrigerantes e sucos artificiais em lactentes no primeiro ano de vida, situação que pode contribuir para a formação de hábitos pouco saudáveis que permanecerão até a idade adulta, já que as experiências e aprendizagens dos primeiros cinco anos são determinantes na formação das preferências e aversões alimentares39.

Dentre os hábitos inadequados, assistir à TV enquanto comiam foi estatisticamente maior nas crianças mais velhas, sendo preocupante por favorecer o excesso de peso nesta faixa etária, tanto pela distração, quanto pelo contato intensivo com propagandas obesogênicas que poderão influenciar nas escolhas alimentares40.

Por se tratar de um estudo com delineamento transversal não foi possível identificar o tempo de exposição aos fatores dietéticos de risco ou de proteção para o estado nutricional encontrado.

O emprego do formulário de marcadores de consumo alimentar do SISVAN para a obtenção dos dados não permitiu a avaliação da adequação entre o consumo e a recomendação nutricional para a faixa etária, mas foi possível estabelecer tendências de consumo e, somado a isto, não se encontrou na literatura outros estudos que tivessem utilizado o mesmo instrumento de coleta.

Além disso, no formulário não há informação sobre o consumo de alimentos de baixo valor nutricional, como o açúcar de adição e o espessante, nas crianças menores de 6 meses, prática tão usualmente observada nos atendimentos cotidianos de puericultura; observa-se, também, a ausência de informações sobre a consistência dos alimentos oferecidos às crianças menores de 2 anos uma vez que a densidade energética adequada é recomendada4; e, o fato de não se poder estabelecer a duração mediana do AM nas crianças menores de 2 anos, nem a prevalência de AME nas crianças de 6 meses a menos de 2 anos, uma vez que tais informações são obtidas em meses e se referem a um fato ocorrido no passado, dependendo única e exclusivamente da memória materna. Uma forma de se obter informações mais fidedignas a esse respeito é a vigilância alimentar e nutricional sistemática, como proposto pelo SISVAN8.

Atualmente, o formulário de marcadores de consumo alimentar está passando por um processo de atualização41, cujas mudanças minimizariam, em parte, algumas das limitações colocadas neste estudo; entretanto, é precoce dizer que tais mudanças serão capazes de captar mais informações do que o formulário vigente.

E, é importante destacar que, neste trabalho, os ACS utilizaram-se do SISVAN para a coleta dos dados, como orientado pelo Ministério da Saúde. Embora seja reconhecida a importância do SISVAN para o apoio às ações de promoção da saúde, este sistema tem sido pouco utilizado em sua potencialidade para gerar informações sobre um dos mais importantes fatores determinantes da condição de saúde.

Conclusão

Com este estudo pôde-se identificar dois perfis sociodemográficos maternos, no qual aquele caracterizado por mães com menor renda, menor escolaridade e beneficiárias do PBF parece ser de risco para introdução precoce da alimentação complementar.

Além disso, pode-se concluir que os lactentes entre 0 e 23 meses, atendidos nas UBS de Diadema estudadas, apresentaram consumo alimentar inadequado já que o desmame e a introdução da alimentação complementar ocorreram precocemente, o consumo de frutas, legumes/verduras, carnes e feijão foi insuficiente, e as práticas alimentares inadequadas como o consumo de suco ou refresco industrializado, refrigerante, mingau com leite ou leite engrossado com farinha muito frequentes.

Apesar das limitações do instrumento utilizado, ditas anteriormente, este trabalho evidencia a real possibilidade de se fazer a vigilância alimentar e nutricional na atenção básica, e de se gerar informações e pesquisas a partir do SISVAN, já que contempla importantes componentes para avaliação da alimentação das crianças.

A identificação precoce dos hábitos alimentares não saudáveis a partir da utilização do SISVAN por todos os profissionais das eSF, associada à implementação das políticas públicas atuais de alimentação e nutrição para promover o aleitamento materno, a introdução oportuna e adequada da alimentação complementar e hábitos alimentares saudáveis, podem melhorar o comportamento dos responsáveis pela alimentação do lactente, aprimorando assim as práticas alimentares da população estudada.

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