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Tumor glômico de parede abdominal

Tumor glômico de parede abdominal

Autores:

Kelen Chistina A. Bezzerra,
Djulienne Marly K. Reis,
Franciele Carla Prichoa

ARTIGO ORIGINAL

Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial

versão impressa ISSN 1676-2444versão On-line ISSN 1678-4774

J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.55 no.1 Rio de Janeiro jan./fev. 2019 Epub 09-Maio-2019

http://dx.doi.org/10.5935/1676-2444.20190001

INTRODUÇÃO

O tumor glômico é um tumor raro e benigno de tecidos moles. Presume-se que se origine de células semelhantes às células modificadas da musculatura lisa do corpo glômico(1-3). Embora se localize mais comumente na região subungueal, também pode ser encontrado, mais raramente, em locais como traqueia, mediastino, pulmão, bexiga, tecido muscular esquelético e tecidos moles(1,4). Manifesta-se, em geral, em mulheres de meia idade(3,5).

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 45 anos de idade, apresenta lesão nodular dolorosa em parede abdominal. Foi realizada a ressecção total do tumor, e o material encaminhado para anatomia patológica, cuja macroscopia revelou lesão nodular medindo 1,5 x 1,1 x 0,6 cm e a microscopia, neoplasia encapsulada constituída por células redondas e pequenas de citoplasma eosinofílico e núcleos uniformes, sem atipias, em bloco sólido ou dispostas ao redor de vasos sanguíneos (Figuras 1 e 2). A análise imuno-histoquímica mostrou que as células eram positivas para actina de músculo liso (1A4), caldesmon (h-CALD) e colágeno tipo IV (CIV 22). O diagnóstico final foi de tumor glômico.

FIGURA 1 Histopatologia, 100× HE: lesão encapsulada com células redondas e pequenas HE: hematoxilina e eosina. 

FIGURA 2 Histopatologia, 400× HE: células com citoplasma eosinofílico e núcleos uniformes dispostas ao redor de vasos sanguíneos HE: hematoxilina e eosina. 

DISCUSSÃO

Tumores glômicos representam cerca de 1,6% de todas as neoplasias de tecidos moles(1). Acredita-se que se originem de células semelhantes às células modificadas da musculatura lisa do glômus neuromioarterial ou do corpo glômico, que é uma forma de anastomose arteriovenosa que pode associar-se à termorregulação(1,5). A ressecção cirúrgica normalmente é curativa, e a recorrência da lesão é rara(3).

REFERÊNCIAS

1 Azevedo-Pereira AE, Rigueiro MP, Abrão FC. Tumor glômico endobrônquico com atelectasia de lobo superior direito. J Bras Pneumol. 2010; 36(3): 390-3. Available at: .
2 Madhusudhanan D, Jamuna SR, Chandramohan SM, Anbarasu S. A rare submucosal tumour of stomach-glomus tumour: a case report. Int J Surg Case Rep. 2015; 11: 64-7. PubMed PMID:25935733.
3 Kim YD, Son JS, Lee JW, Han YJ, Choi H, Jeong YJ. Extradigit glomus tumor causing abdominal pain-a case report. Korean J Pain. 2012; 25(2): 108-11. PubMed PMID:22514779.
4 Gutiérrez AP, Pérez MP, Díaz MS, Ablanedo P, Herrero AZ, Fresno MP. Tumor glómico gástrico. IV-CVHAP. 2001; pôster-E-039. Available at: .
5 Lee W, Kwon SB, Cho SH, Eo SR, Kwon C. Aglomus tumor of the hand. Arch Plast Surg. 2015; 42(3): 295-301. PubMed PMID:26015884.