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Transmissão de covid-19 por assintomáticos dificulta o controle

Transmissão de covid-19 por assintomáticos dificulta o controle

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A transmissão da covid-19 por assintomáticos tem dificultado o controle da pandemia espalhando o vírus, sem mesmo saber que estão transmitindo. De todos os pacientes que testaram positivo, apenas 22% afirmaram sentir algum sintoma relacionado a doença

Uma das principais dificuldades no controle da pandemia do novo Coronavírus é fazer com que pacientes assintomáticos não transmitam o vírus. Segundo o Office for National Statistics, o escritório oficial de estatísticas do Reino Unido, só 22% das pessoas que testaram positivo para a Covid-19 relataram sintomas no dia do teste.

As informações, reveladas em uma reportagem da BBC, mostram que isso aumenta a possibilidade do vírus ser espalhado. Os dados foram revelados justamente quando o número de pacientes mortos no Reino Unido apresenta queda.

A pesquisa revelou ainda um comportamento mais “comum” nos novos infectados pela Covid-19. São eles:

  • Pessoas que trabalham fora de casa com saúde ou assistência social têm, em geral, maior probabilidade de testarem positivo;
  • Pessoas de minorias étnicas estão entre as mais propensas a ter um teste de anticorpos positivo, sugerindo uma infecção passada;
  • Pessoas brancas foram as menos propensas proporcionalmente a testar positivo;
  • Pessoas que moram com famílias maiores têm maior probabilidade de testarem positivo, do que aquelas que convivem em famílias menores.

Infectados assintomáticos nos EUA

Segundo Anthony Fauci, médico chefe do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, entre 40% a 45% dos infectados pela Covid-19 em todo território norte-americano são assintomáticos. 

De acordo com o especialista, isso dificulta as tentativas rastreamento do contato entre infectados e a aplicação de medidas de isolamento entre pessoas. 

Atualmente, os Estados Unidos contam com mais de 3,3 milhões de pessoas infectadas e 137 mil mortos pela Covid-19. 

Assintomáticos no Brasil contrariam tendência de outros países

Segundo inquérito epidemiológico, apenas 9% dos pacientes com a Covid-19 no Brasil são assintomáticos. A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal de Pelotas com quase 90 pessoas de todas as regiões do país.

Segundo Pedro Hallal, professor da UFPel e coordenador da pesquisa, “a literatura se acostumou a dizer que a maioria dos pacientes são assintomáticos, o nosso estudo sugere que a maioria dos pacientes têm sintomas leves, mas não são assintomáticos”, afirmou.

Mas, por outro lado, isso não significa que 91% dos pacientes infectados irão precisar de atendimento em hospitais. “Os sintomas da Covid-19 aparecem, e isso é uma boa notícia para tentar identificar as pessoas e impedir a disseminação da doença”, disse Hallal.

O levantamento da UFPel mostrou ainda um alto índice de transmissão familiar em todo Brasil. Cerca de 39% das pessoas que moravam com alguma pessoa que contraiu o vírus tiveram a doença confirmada. 

Atualmente o Brasil conta com mais de 1,8 milhão de infectados e 72 mil mortos pelo novo Coronavírus. 

Como os pacientes têm melhorado da Covid-19? 

Diante de incertezas sobre novas transmissões por conta de pacientes assintomáticos, medicamentos com eficácia comprovada, interiorização da doença e uma vacina, como tem sido feito o tratamento?

A Organização Mundial da Saúde, a Sociedade Brasileira de Infectologia, o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido, o Centro de Controle de Doenças e o Instituto Nacional de Saúde dos EUA apontam que o tratamento deve focar em cuidar dos sintomas e problemas de saúde decorrentes da infecção. 

Em casos leves e moderados, a recomendação é: hidratação, excelente alimentação e o uso de antitérmicos e analgésicos.

Já em casos graves, com febre alta, falta de ar e dor no peito, é possível que o quadro evolua para a necessidade de internação do paciente. E quando a oxigenação do sangue fica comprometida, o doente precisa receber a administração de oxigênio. 

Já o tempo de cura normal apresenta um período mínimo de cinco dias, mas que pode variar entre pacientes. Na maioria dos casos, o infectado produz anticorpos contra a Covid-19 e se cura sozinho.

Confira o vídeo: