Coronavírus

Atuação da Enfermeira(o) na APS frente à COVID-19

Atuação da Enfermeira(o) na APS frente à COVID-19

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É comum ficar na dúvida de como agir ao receber um caso suspeito (ou confirmado) de Covid-19 na atenção primária à saúde. Mas, é muito importante que todos nós, profissionais de enfermagem, estejamos preparados para atender esses pacientes e saber encaminha-los da forma correta, seguindo os protocolos de manejo clínico oferecidos pelo Ministério da Saúde.
Além de a APS ser a porta de entrada para o SUS, muitas vezes, somos o primeiro contato do paciente com um profissional de saúde. Por isso, a importância de saber atender e encaminhar os casos de forma correta.

É importante também que os acadêmicos entendam desse protocolo, pois ele pode ser útil ao orientar familiares e amigos que apresentem os sintomas.

Identificar sinais e sintomas de síndrome gripal

Síndrome gripal é um conjunto de sinais e sintomas que estão presentes em inúmeras doenças diferentes. Apesar disso, qualquer um que chegue à unidade apresentando esses sintomas deve ser considerado caso suspeito de Covid-19.

Os sintomas de síndrome gripal costumam ser:

  • Febre (>=37,8ºC);
  • Tosse;
  • Dispneia;   
  • Mialgia e fadiga;
  • Sintomas respiratórios superiores;   
  • Sintomas gastrointestinais, como diarreia (mais raros).

Esses sintomas podem se apresentar desde uma forma bem leve (inclusive, há pacientes assintomáticos) até uma forma mais importante, como a presença de mialgia e fadiga intensa, por exemplo.

O papel da enfermeira(o) da APS, após a identificação do caso suspeito de Covid-19, é a resolução dos casos leves, com medidas de apoio, isolamento domiciliar e acompanhamento até a cura do paciente, e o encaminhamento rápido de pacientes com quadro clínico grave para unidades de urgência e emergência e hospitais.

Identificar sinais e sintomas de gravidade

A maioria dos pacientes, principalmente os mais jovens sem comorbidades, apresenta a forma leve da doença, sendo necessário apenas. O isolamento domiciliar e o tratamento para melhor dos sintomas.

Apesar disso, há pessoas que desenvolvem a forma grave da doença, sendo necessário sua identificação e encaminhamento rápido. Caso o paciente apresente sintomas respiratórios graves ou outro sinal preocupante, deve-se acionar a médica(o) imediatamente.

São considerados casos graves pacientes que apresentem os sintomas da síndrome gripal e ao menos um sinal de gravidade:

  • Saturação de SpO2 <95% em ar ambiente;  
  • Sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória avaliada de acordo com a idade;
  • Piora nas condições clínicas de doença de base;
  • Hipotensão; 
  • Indivíduo de qualquer idade com quadro de insuficiência respiratória.

Além disso, pacientes com alguma comorbidade, devem ser encaminhados para um hospital ou pronto socorro, pois o isolamento domiciliar é, a primeira vista, contraindicado a essas pessoas, que necessitarão passar por uma avaliação no hospital. Dentre as comorbidades que contraindicam o isolamento em casa, estão:

  • Doenças cardíacas descompensadas;   
  • Doença cardíaca congênita;   
  • Insuficiência cardíaca mal controlada; 
  • Doença cardíaca isquêmica descompensada;   
  • Doenças respiratórias descompensadas;
  • dPoC e asma mal controlados;  
  • Doenças pulmonares intersticiais com complicações;   
  • Fibrose cística com infecções recorrentes;  
  • Displasia broncopulmonar com complicações;
  • Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade; 
  • Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5); 
  • Pacientes em diálise;
  • Imunossupressos;   
  • Transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea;  
  • Imunossupressão por doenças e/ou medicamentos (em vigência de quimioterapia/radioterapia, entre outros medicamentos);
  • Portadores de doenças cromossômicas e com estados de fragilidade imunológica        (ex.: Síndrome de Down);  
  • Diabetes (conforme juízo clínico);
  • gestante de alto risco.

Papel da enfermeira(o) na APS em casos leves de COVID-19

Após a identificação de casos leves, deve-se fornecer ao paciente atestado médico até o fim do isolamento, que costuma durar 14 dias. Esse paciente deve ser orientado em relação a higiene, alimentação saudável e a como evitar que pessoas que moram junto com ele se contaminem.

O paciente em isolamento domiciliar também deverá ser monitorado a cada 48h, pela enfermeira(o) através de ligações para acompanhamento da evolução do quadro.

Além disso, o paciente deverá receber orientações a respeito de como reconhecer possíveis sintomas de gravidade e ser orientado a retornar na unidade ou procurar um serviço de emergência imediatamente.

 Papel da APS em casos graves de COVID-19

Em caso de identificação de SRAG em algum paciente, esse deverá ser encaminhado, em transporte adequado, ao pronto socorro ou hospital mais próximo.

Caso o paciente já esteja em isolamento domiciliar e relate sintomas de gravidade através de teleatendimento, ele também deverá ser orientado a procurar o serviço de emergência.

Confira o vídeo: