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Apresentação do caso clínico
R.M.C, 44 anos, sexo feminino, parda, professora, residente da cidade do Rio de Janeiro – RJ, hipertensa. Procurou atendimento ambulatorial de oftalmologia com queixa de redução da acuidade visual, de início há 6 meses. Sem outras queixas no momento. Relatou que é hipertensa há 10 anos, mas seu tratamento é irregular. Nega outras comorbidades.
Ao realizar o exame de fundo de olho da paciente, o médico encontrou os seguintes achados: disco óptico normal, arcadas vasculares com desproporção arteriovenosa de 1:4, com estreitamento arteriolar difuso e cruzamentos patológicos esparsos.
Hipóteses diagnósticas
- Catarata senil
- Retinopatia hipertensiva
- Presbiopia
Exames complementares
Para essa paciente, é importante acompanhamento não só com oftalmologista, mas também com o cardiologista e nefrologista pois a hipertensão arterial é uma doença que atinge principalmente olhos, coração e rins. Além disso, é interessante para melhor avaliação do quadro a retinografia, angiografia fluoresceínica e tomografia de coerência óptica.
Diagnóstico e Tratamento
A primeira linha de tratamento para retinopatia hipertensiva é normalização gradual e progressiva da pressão arterial. Em caso de edema macular ou neovascularização pode-se realizar o processo de fotocoagulação retiniana. Outra opção de tratamento farmacológico para o edema macular é a triancianolona intra-vítrea ou anti-angiogênico intra-vítreo.
Questões para orientar a discussão
- Qual é uma possível complicação relacionada ao cruzamento arteriovenoso patológico?
- Por que a normalização da pressão arterial deve ser feita de forma gradual e progressiva?
- Qual a importância da angiografia fluoresceínica para o caso em questão?
Respostas
1. Qual é uma possível complicação relacionada ao cruzamento arteriovenoso patológico?
Oclusão de ramos venosos, isquemia e hemorragia.
2. Por que a normalização da pressão arterial deve ser feita de forma gradual e progressiva?
Porque se for feita de forma abrupta, há risco de interrupção do fluxo sanguíneo para região e por consequência, isquemia.
3. Qual a importância da angiografia fluoresceínica para o caso em questão?
É importante porque é um exame que permite a visualização de neovasos e avaliação das artérias acometidas.
Autores e revisores
Autor: Eduarda Bernardes e Rayane Marques
Revisor: Raíza Pereira
Orientador: André Portes
Liga: Liga Acadêmica de Oftalmologia – LAOFT (Estácio Cittá – RJ)
O texto acima é de total responsabilidade do(s) autor(es) e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de Ligas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.
Referências:
Silva, Aurelio; Silva, Andrea; Herkenhoff, Fernando. Retinopatia hipertensiva: Revisão. Arq Bras Oftalmol 2002;65:487-93
Aragão, Ricardo; Ferreira, Bruna; Pinto, Hugo. MANIFESTAÇÕES OCULARES DE DOENÇAS SISTÊMICAS: RETINOPATIA HIPERTENSIVA. Ceará 2012.
Mehta, Sonia. Retinopatia hipertensiva. Manual MSD, versão para profissionais de saúde. Acesso em: 29/03/2021.