Ciclo Clínico

Aneurisma de aorta abdominal

Aneurisma de aorta abdominal

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Paciente do sexo feminino, 57 anos, dá entrada em Unidade de Emergência com história de queda da própria altura em sua residência. Foi encontrada com secreção espumosa na boca e desacordada. Na admissão, relatou mal-estar antes da queda, com escurecimento do campo visual e tontura; negou possuir epilepsia, porém referiu ser dislipidêmica e hipertensa, sem ser rigorosa com o uso da medicação de controle. Apresentava glicemia capilar de 257 mg/dl, pressão arterial inaudível. Ausência de déficit motor, pulsos periféricos reduzidos e presença de sudorese fria. Ausculta pulmonar sem alterações, ausculta cardíaca apenas com atrito pericárdico e sinais de dor torácica. Foram solicitados hemograma, enzimas cardíacas, eletrocardiograma e radiografia de tórax. A paciente entrou em quadro dispneico e piora do estado geral, sendo internada na UTI Coronariana. Resultado dos exames: hemograma com discreta anemia (11 g/dl), eletrocardiograma sem alterações, e enzimas cardíacas dentro da faixa de normalidade; radiografia de tórax apresentando alargamento do mediastino.

Foi realizada tomografia computadorizada de tórax e abdômen com os seguintes achados: presença de placas de ateroma calcificadas parietais de aorta torácica e abdominal, apresentando ectasia da aorta ascendente com 4,3 cm de diâmetro e crossa com 3,8 cm transverso; porção descendente com 3,9 cm de diâmetro até a sua porção inferior e transição que se torna aneurismática medindo cerca de 5,3 cm e 6,5 cm de diâmetro transverso; observa-se hiperdensidade circundando toda a extensão da aorta torácica, sugestiva de hemorragia no interior do trombo parietal e volumoso derrame pericárdico (figura 2); aorta toracoabdominal e abdominal ao nível do tronco celíaco aneurismática e com flopping de dissecção até o nível das artérias renais (figura 3); aorta de volume normal 3 cm a cima da bifurcação para ilíacas comuns. Foi diagnosticado, com ajuda dos exames de imagem, aneurisma dissecante de aorta tipo B de Stanford, além de trombo hemorrágico de aorta torácica e volumoso derrame pericárdico.

A paciente entrou em piora do quadro geral e choque hipovolêmico com suspeita de sangramento intra-abdominal. Deu entrada no Centro Cirúrgico, foi realizada laparotomia exploratória que evidenciou ruptura de saco aneurismático, porém não resistiu ao procedimento, evoluindo a óbito.