Caso clínico | Episódio depressivo grave

Imagem de uma médica atendendo um paciente
Índice

Um caso clínico de Episódio Depressivo Grave para auxiliar vocês nos seus estudos. Ao final, confira casos clínicos relacionados à Depressão.

Bons estudos.

UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-Americana

LAPSM – Liga Acadêmica de Psiquiatria e Saúde Mental

27-03-2017

Identificação do Paciente

T.P.S, feminino, 60 anos, branca, divorciada, destra, natural de Benedito Novo -SC e procedente de Foz do Iguaçu-PR, diarista, evangélica e mãe de 3 filhos de 36, 39 e 41 anos e tem 7 irmãos sendo ela a mais velha.

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Queixa Principal

“Muito sono durante o dia e sentimento de inutilidade e de querer acabar com a vida”.

História da Doença Atual (HDA)

Paciente com dificuldades para responder adequadamente as perguntas estava sem acompanhante e relata que costumava ter uma vida bem ativa, mas que ficou muito mal depois do suicídio do irmão mais novo há um mês.

Desde então passou a apresentar forte tontura e cefaléia além de muito sono ao longo de todo dia. Disse que se sentia muito culpada por “ser inútil” e que passava então os dias na cama até ser internada há quase uma semana.

Antecedentes pessoais, familiares e sociais

Apresenta diabetes e hipertensão arterial e nega outras doenças. Nega histórico de outros episódios depressivos ou tontura e cefaléia semelhantes.

História Familiar

Paciente nega histórico de doenças na família.

Hábitos de Vida

Nega alcoolismo, nega tabagismo ou uso de drogas ilícitas. Sedentária. Má qualidade de sono há um mês relatando dormir muito durante o dia e ter muitos pesadelos durante a noite.

Exame físico

BEG, perda ponderal de 5 quilos no último mês, mas ainda com IMC normal. Fortes tonturas impedem a paciente de se levantar.

Exame Psicopatológico

Avaliação Geral da Pessoa: Auto cuidado pouco preservado, indiferente.

Nível de Consciência: Vigil.

Estado Cognitivo: Orientada autopsiquicamente e alopsiquicamente; hipovigil; memória imediata algo prejudicada; prejuízo crítico;

Pensamento: Lentificado, com predomínio de conteúdo negativo com pensamentos de morte; sem delírios aparentes.

Linguagem: Preservada, com paralisia do olhar.

Sensopercepção: Preservada.

Humor: Hipotímico, com afeto hipomodulado não ressoante.

Psicomotricidade: algo lentificado.

Suspeita diagnóstica

Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos (CID-10: F32.2)

Discussão do caso de Episódio Depressivo Grave

Considerando o quadro clínico em questão, pode-se afirmar que a paciente possui como diagnóstico sindrômico depressivo sem quadros anteriores.

A falta de acompanhante dificulta a coleta de dados neste caso, uma vez que a paciente apresentava dificuldades ou talvez não se sentisse a vontade para relatar mais detalhes sobre o ocorrido.

A restrição de luto como um momento após morte de um ente querido ocorrendo de forma distinta ao diagnóstico de depressão foi implementada no DSM-III com o intuito de não diagnosticar o transtorno depressivo major desnecessariamente.

Durante a formulação do DSM-III, constatou-se que aqueles que passavam por um período de luto apresentavam menos sintomas depressivos do que os outros casos de depressão – apenas 50% dos estados apresentavam mais do que 4 sintomas dentre choro, distúrbios no sono, humor cabisbaixo, perda de apetite, perda de interesse nas coisas do cotidiano, cansaço e fadiga. No DSM-V, essa restrição foi removida com o intuito de que as pessoas não corram o risco de serem subdiagnosticadas e não recebam o apoio necessário durante essa etapa da vida (ZISOOK; PIES; IGLEWICZ, 2013).

ZISOOK, Sidney; PIES, Ronald; IGLEWICZ, Alana. Grief, Depression, and the DSM-5.California: Lippincott Williams & Wilkins, 2013. 386 p. v. 19. Disponível em:<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24042244>. Acesso em: 27 mar. 2017.

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