Paciente de 47 anos, sexo masculino, agricultor, deu entrada na UPA com história de tosse seca e febre (não mensurada) há 3 meses.
Paciente relata ainda que vem cursando com astenia intensa e cefaleia de intensidade 6/10, pulsátil e holocraniana, a qual melhorava com analgésicos ( não soube especificar o nome) e piorava quando tinha quadros intensos de tosse. Relata ainda que evoluiu no último mês com dispneia aos esforços extra-habituais e dor torácica de intensidade 8/10 impedindo-o de realizar suas atividades rotineiras.
Paciente relata que mora na zona rural, onde trabalha como agricultor e afirma criar muitos pássaros.
Nega DM, HAS, HIV, hepatites e tuberculose. Nega fazer uso de medicamentos. Nega alergias e cirurgias prévias. Nega histórico familiar de tuberculose e câncer.
Exame Físico
Paciente apresenta-se lúcido no tempo e espaço, em regular estado geral, emagrecido, desidratado e descorado.
PA: 110x80mmHg FC: 82 ppm FR: 22ipm Tax: 37,2ºC
Pele com turgor e elasticidade alterados.
Linfonodos não palpáveis.
Aparelho cardiovascular: sem alterações.
Aparelho respiratório: tórax atípico, boa expansibilidade, FTV presente, murmúrio vesicular reduzido difusamente.
Abdome e sistema nervoso: nada digno de nota.
Exames Laboratoriais
TGO: 142 TGP: 53 Ureia: 59 Bilirrubina direta: 1,9 Bilirrubina indireta: 0,9 Na: 148 K: 6,6 Cl: 100
Hemograma com leucocitose de 13.000 às custas de granulócitos e linfopenia de 1500.
Raio-X de tórax evidenciando um disseminado micronodular nos pulmões.
Bacterioscopia e cultura de material de biópsia e escarro foram negativas para BK e as culturas das amostras de escarro e do lavado broncoalveolar revelaram a presença de Histoplasma capsulatum.
Conduta
Foi iniciado tratamento com Anfotericina B, 1mg/kg, IV, 1 dose/dia
durante 14 dias e depois substituído por Itraconazol, 200 mg, VO, 2 vezes ao
dia, durante 12 meses.