Internato

Um caso clínico de Edema Cerebral em UTI

Um caso clínico de Edema Cerebral em UTI

Compartilhar
Imagem de perfil de Graduação Médica

Confira um caso clínico de Edema Cerebral completo na UTI e entenda o que dever ser feito com pacientes que chegam ao hospital com esse problema.

Bons estudos!

Identificação do paciente

Paciente internado na UTI Adulto Geral, homem, 20 anos, histórico de uso de álcool, drogas ilícitas e tabaco.

História da doença Atual (HDA)

Tomou um choque elétrico seguido por um trauma (caiu da escada) no dia 27/04/2017, estando consciente nos primeiros minutos mas entrou em FV/TV logo a seguir.

Foram feitos 20 minutos de compressão até a chegada do SAMU e o paciente foi levado para a UPA, onde foi feita a intubação orotraqueal. Transferido em seguida para a UTI do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Santos.

Exame físico

Após uma tomografia perceberam possíveis indicações de edema cerebral (mas as estruturas não se encontravam muito deformadas). Confirmou-se o edema com outra tomografia realizada alguns dias depois, quando o mesmo diminuiu.

O paciente entrou em estado de mal epilético mesmo com o uso de benzodiazepínicos, então entrou-se com o thiopental.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é de edema cerebral, que não se sabe se foi causado por hipóxia (uma vez que ficou em PCR por 20 minutos) ou pelo trauma. Não há medidores de pressão intracraniana mas pelo edema pode-se esperar que haja um aumento da PIC, então o tratamento consiste em medidas de neuro proteção.

Entre elas estão: manter a cabeça do paciente neura e elevada a 30 graus, a temperatura deve se manter menor que 37 graus, PIC menor que 20 mmHG (se houvesse como medir), PCO2 entre 35 e 40 mmHG, sedação para evitar convulsões e saturação maior que 98%. Deve-se evitar tanto a hiper quanto a hipoventilação.

Se houvesse um medidor de PIC poderia ser feito medidas mais drásticas para controle da pressão, como o uso do manitol. O próprio corpo tem mecanismos de compensação da pressão intracraniana e esperamos que as mesmas sejam suficiente, em conjunto com as medidas de neuro proteção.

Passaram-se 7 dias desde o trauma e o paciente ainda se encontra sedado e em estado de mal epilético e não esperamos uma evolução positiva. O raio-x de tórax revelou um pulmão com danos extensos pelo tabagismo e o paciente contraiu uma pneumonia, provavelmente devido a intubação. 

VEJA TAMBÉM

Posts Relacionados