Pneumologia

Casos Clínicos: Pneumotórax | Ligas

Casos Clínicos: Pneumotórax | Ligas

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Apresentação do caso clínico

Paciente MJS, 78 anos, sexo feminino, foi admitida no PA com queixa de tosse seca e dispneia há 3 dias. A acompanhante (filha), relata que a paciente também apresenta mialgia, febre (não aferida), náuseas, vômitos e diarreia e que nas últimas 24h, cursou com piora da falta de ar. Refere que paciente é portadora de HAS, DM e demência senil, e que a mesma teve contato com outra familiar COVID +. Ao exame físico, estava REG, confusa, com cianose periférica, anictérica, e SatO2 = 90%, em ar ambiente.

Foi internada na enfermaria com O2 sob máscara não-reinalante, evoluindo com piora clínica e aparecimento de escórias nitrogenadas.

TC de Tórax: aspecto de vidro fosco bilateral >50%.

Exames Laboratoriais: SatO2 = 87%, pH = 7.48; PCO2 = 36; PO2 = 79, BIC = 26; LAC = 1,6; BE = 3,3. Leucócitos = 16.000, BT = 4%, Ur = 45, Cr = 2.

Paciente foi encaminhada para a unidade de terapia intensiva, onde fez uso de máscara não-reinalante em 10L/min. Glasgow = 12. Hemodinamicamente estável sem DVA, TEC < 3s. Em uso de dieta VSNE, abdômen flácido sem IP. Diurese em fralda. Fez uso de Ceftriaxone e Azitromicina, assim como Insulinoterapia.

EVOLUÇÃO

Um dia após internamento na UTI, paciente apresentou Glasgow = 7 e foi intubada com auxílio de Noradrenalina para compensar a hipotensão.

RX de Tórax: pneumotórax principalmente em hemitórax esquerdo.

A abordagem terapêutica incluiu drenagem torácica anterior, sedação com Fentanil, Noradrenalina, Tazobactam sódico, azitromicina, ventilação mecânica (FiO2: 50% e PEEP: 10) e dieta enteral.

Exames Laboratoriais: leucócitos = 18.710, BT = 7%, Ur = 168, Cr = 2.2, Na = 145, Hb = 12, plaquetas = 309.000.

 

Questões para orientar a discussão    

  1. O que é Pneumotórax e como podemos classificá-lo?
  2. Qual o melhor exame de imagem para diagnóstico do Pneumotórax e o que identificamos nele?
  3. Como é o Pneumotórax Hipertensivo?

Respostas

  1. O Pneumotórax é definido como a presença/entrada de ar na cavidade pleural que causa repercussões clínicas e radiológicas. Ele pode ser classificado etiologicamente em espontâneo, que inclui causar primárias (ex.: rotura de bolhas subpleurais), secundárias (ex.: DPOC, infecções, neoplasias) e neonatais; e em adquirido, que inclui causas iatrogênicas, traumáticas e o barotrauma.
  2. O melhor exame de imagem para o Pneumotórax é a radiografia simples do tórax, pois é uma exame barato e que permite o diagnóstico através da presença de ar entre a parede torácica e/ou diafragma e a pleura visceral; desvio contralateral das partes moles; hiperinflação do pulmão oposto (compensatório); e ausência de parênquima pulmonar delimitando a pleura visceral da parietal. A TC de tórax pode ser usada em paciente que requerem avaliação mais criteriosa da cavidade pleural, a exemplo de casos que complicam com enfisema subcutâneo ou em paciente encaminhados para a UTI, na medida em que a radiografia a beira leito não demonstra se há ar na cavidade pleural por conta de septação ou por anteriorização do pulmão.
  3. O Pneumotórax Hipertensivo se caracteriza por pressões intrapleurais acima da pressão atmosférica, bem como pelo desvio contralateral do mediastino por pinçamento de veias cavas e obstrução do retorno venoso para o coração, com consequente redução de débito cardíaco. Assim, o paciente pode cursar com dispneia intensa e choque obstrutivo.

Autores, revisores e orientadores:

  • Área: Emergência/Radiologia/Pneumologia
  • Autores: Débora Hyanna Ché e Marconi Chaves
  • Revisor(a): Lorena Fagundes
  • Orientador(a): Drª. Lara Cardoso
  • Liga: Liga Acadêmica de Radiologia da Bahia (LARB)

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