Índice
A abertura das escolas, de forma segura e o mais rápido possível, é o desejo de muitos. Esta é uma matéria crítica, pois o aprendizado pessoal traz muitos benefícios. Mas, para que a abertura aconteça, e seja possível ser mantida, é necessário adotar ações que impeçam ou minimizem a propagação do vírus SARS-CoV-2. Com base no documento publicado pela CDC, traremos aqui algumas diretrizes que podem servir de guia para o processo de reabertura das escolas.
O impacto da transmissão comunitária
Talvez um aspecto não bem compreendido é a influência da transmissão comunitária na possibilidade da contaminação escolar. Se a transmissão comunitária é alta, os estudantes, professores e funcionários estarão mais sujeitos a serem transmissores da doença.
Isto significa, portanto, que todos, professores, funcionários e alunos e suas respectivas famílias, devem trabalhar duro para que se protegerem onde quer que estejam.
Escola: atividade essencial?
De acordo com o CDC, as escolas deveriam ser o último estabelecimento a ser fechado, e somente após todos os mecanismos de mitigação da propagação terem sido empregados.
Mais, deveriam também ser o primeiro estabelecimento a reabrir, assim que seguro e possível, antes mesmo dos negócios e atividades não essenciais.
Quando reabrir as escolas?
Dada a associação entre a transmissão local para o risco de contágio escolar, a decisão de retorno das aulas deveria ser feita de maneira individualizada.
Os administradores devem ser informados por órgãos oficiais da saúde sobre as taxas de transmissão do vírus na comunidade, a probabilidade do surgimento de um caso dentro da escola, as chances daquele caso levar a um surto e quais as consequências esperadas.
Após abertas, as escolas devem também individualizar a decisão de permanecerem abertas mesmo com alta taxa de transmissão local.
A decisão deve ser guiada com base no grau de implementação de medidas de proteção na escola, no número de estudantes, professores e funcionários contaminados, bem como a própria experiência individual de cada colégio.
Uma outra medida importante é a priorização do ensino dentro da sala de aula, evitando passeios e atividades esportivas, que facilitam a transmissão.
Indicadores utilizados pela CDC
Com o objetivo de fornecer indicadores e limites para guiar a reaburtura e manutenção da abertura das escolas, o CDC publicou diretrizes com diversos indicadores locais que devem ser considerados na decisão.
O primeiro indicador utilizado é o total de novos casos por 100.000 pessoas nos últimos 7 dias.
Este indicador é calculado pela soma do número de casos novos numa determinada comunidade, nos últimos 7 dias, dividido pelo total da população local, multiplicando-se o resultado por 100.000.
No intervalo entre 0-9 o indicador mostra baixa transmissão, entre 10-49 considera-se moderada transmissão, entre 50-99 considera-se transmissão substancial, e acima de 100 considera-se alta transmissão.
Outro indicador utilizado é a porcentagem de positividade dos testes de amplificação de ácido nucleico (por exemplo, o teste RT-PCR), nos últimos 7 dias.
O indicador é calculado dividindo o número de testes positivos nos últimos 7 dias, pelo total de testes realizados.
Ao utilizar os 2 principais indicadores acima mencionados, é possível acessar a eficácia das estratégias de mitigação da transmissão, do modo de aprendizado, do número de testes recomendados para a comunidade, baseados no nível de transmissão local.
Estratégias de mitigação da transmissão escolar
Independente do nível de transmissão local, todas as escolas devem adotar estratégias de mitigação da transmissão do vírus. Cinco estratégias são consideradas essenciais pelo CDC, listadas abaixo:
- Uso correto e universal da máscara;
- Distanciamento físico;
- Etiqueta respiratória e lavagem das mãos;
- Limpeza e manutenção das instalações;
- Rastreamento de contato, aliado à isolamento e quarentena, em colaboração com o departamento de saúde.
A importância da vacinação
Professores e funcionários de escolas constituem grupos críticos para receber a vacina assim que possível. Além de estarem expostos, possuem o trabalho essencial de ensino.
Na fase inicial da vacinação, os professores devem ser considerados grupos prioritários.
Inclusive, o Comitê Consultivo em Práticas de Imunização dos EUA chega a considerar professores como profissionais da linha de frente de serviços essenciais, que devem receber a vacina logo após profissionais da saúde e moradores a longo prazo de instituições.
Conclusão: elementos essenciais para a reabertura
Já existem evidências que sugerem ser possível, para aquelas escolas que seguiram rigidamente alguns elementos essenciais, a reabertura com segurança para o ensino pessoal, bem como a manutenção da abertura.
Os elementos essenciais que devem ser seguidos incluem as medidas acima mencionadas.
Em primeiro lugar, implementação rigorosa de barreiras de contenção da transmissão do vírus nas escolas.
Em segundo, a utilização dos indicadores locais de transmissão do vírus na comunidade na qual a escola está inserida.
Outras estratégias também citadas são o teste e identificação de indivíduos infectados, para isolamento e quarentena, e a vacinação dos professores e funcionários da escola.
Com a implementação rigorosa das medidas citadas, pode ser possível um retorno seguro ao ensino escolar presencial.
Posts relacionados:
- Cientistas indicam 4 hipóteses para novo surto de COVID-19 em Manaus
- 4 pontos importantes sobre vacinas contra COVID-19
- Marcadores de gravidade e alvos terapêuticos de pacientes com COVID-19
- COVID-19 pode causar “curto-circuito” no cérebro
- Vacina de Oxford reduziu em 94% risco de hospitalização, aponta estudo
- Tenho anticorpos contra a covid-19, posso me reinfectar?