Índice
- 1 O que é Coronavírus?
- 2 O que significa ser um vírus de RNA?
- 3 Qual o quadro clínico causado pelo novo Coronavírus (Sars-CoV-2)?
- 4 Como é feito o diagnóstico?
- 5 Qual a diferença de Coronavírus, COVID-19 e Sars-CoV-2?
- 6 COVID-19 X Resfriado X Gripe
- 7 Anosmia na COVID-19
- 8 Qual a etiologia da Anosmia nesse caso?
- 9 Tuberculose e COVID-19 tem relação?
- 10 Orientações aos Otorrinolaringologistas
Coronavírus é uma família de vírus RNA de fita simples, que podem infectar animais e seres humanos, causando doenças respiratórias, gastrointestinais, hepáticas e neurológicas.
O que significa ser um vírus de RNA?
DNA e RNA são ácidos nucleicos de diferentes estruturas. Eles diferem no tipo de açúcar do DNA (Desoxirribose) e do RNA (Ribose). Além disso, as bases nitrogenadas do DNA (Adenina, Guanina, Citosina e Timina) diferem das do RNA em apenas uma (Uracila). Ou seja, o RNA é composto de Adenina, Guanina e Citosina assim como o DNA.
A imagem abaixo mostra a diferença entre o RNA e o DNA:
O quadro clínico varia de leve a grave. Pacientes leves (80% dos casos) apresentam sintomas semelhantes aos de outras doenças respiratórias, porém sem características radiográficas. Pacientes moderados apresentam febre, sintomas respiratórios e raio-X alterado. Pacientes graves podem ter dispneia, frequência respiratória maior que 30 incursoes respiratórias, saturação de oxigênio menor que 93% no ar ambiente e/ou PaO2/FiO2 menor que 300mmHg. Os pacientes críticos evoluem para insuficiência respiratória e/ou choque séptico e/ou falência de múltiplos órgãos.
Como é feito o diagnóstico?
Existem diversos métodos sendo utilizados no momento como a pesquisa do vírus por reação em cadeia de polimerase (PCR) de Swab nasal, teste rápido por fluorescência, imunocromatografia, teste de IgM/IgG, entre outros.
Coronavírus é uma família de vírus, como explicado anteriormente. COVID-19 é o nome da doença causada pelo vírus dessa família e Sars-Cov-2 foi o nome dado ao vírus.
COVID-19 X Resfriado X Gripe
A COVID-19 é causada pelo Sars-CoV-2, um vírus da família dos Coronavírus. Já o resfriado pode ser causado por diversos tipos de vírus, mas o Rinovírus é o principal. A gripe é causada pelo vírus Influenza A, B e C e suas variações.
Os sinais e sintomas variam nas três doenças como podemos ver na seguinte imagem feita pelos membros da LAORL-CCF:
Sintomas | COVID-19 | Resfriado | Gripe |
Febre | Comum | Raro | Comum |
Fadiga | Comum | Ocasional | Comum |
Tosse | Comum (seca) | Leve | Comum (seca) |
Difícil respirar | Ocasional | Não ocorre | Ocasional |
Dor de cabeça | Menos comum | Raro | Comum |
Dor no corpo | Menos comum | Ocasional | Comum |
Dor de garganta | Menos comum | Comum | Ocasional |
Calafrios | Menos comum | Raro | Comum |
Coriza | Ocasional | Comum | Ocasional |
Espirros | Ocasional | Comum | Ocasional |
Anosmia na COVID-19
A anosmia é a diminuição ou perda absoluta do olfato. Além dela, foram relatados em casos de COVID-19 a Ageusia (perda no sentido do paladar) e a disgeusia (diminuição no sentido do paladar). Um estudo feito em março de 2020 (GANE, 2020) constatou que de 320 pacientes, 19,4% dos casos apresentaram disfunções quimiossensoriais. No entanto, a emergência da situação não nos permite fornecer informações precisas e, além disso, a incidência pode ser maior porque a função gustativa e olfatória não são sempre investigadas. Outro estudo da Alemanha indicou que dois terços dos pacientes apresentavam tal queixa.
Qual a etiologia da Anosmia nesse caso?
Na situação atual, não existe a possibilidade de realização de nasoendoscopia, isso leva a uma etiologia ainda indeterminada. Existem, no entanto, duas hipóteses:
Síndrome da Fenda Olfativa (do inglês Olfatory Cleft Syndrome), que seria uma obstrução da mucosa da fenda olfativa, responsável por causar a perda condutora e, assim, a anosmia.
Síndrome da anosmia pós-viral, ou seja, infecção direta da mucosa olfativa e destruição dos neurônios sensoriais olfativos.
No caso da primeira hipótese, o retorno do olfato é relativamente rápido, assim que há a resolução de quaisquer outros sintomas nasais. Já no segundo caso, a recuperação é prolongada e existe a possibilidade de um déficit olfativo persistente.
Tuberculose e COVID-19 tem relação?
Os fatores de risco associados à COVID-19 ainda não foram totalmente esclarecidos. É possível, portanto, que a Tuberculose seja um fator de risco para a infecção pelo Sars-CoV-2. Um estudo da China identificou que a infecção por Micobacterium Tuberculosis foi mais comum do que outras comorbidades. Além disso, a confecção pela micobactéria e o vírus mostrou-se maior no grupo de pneumonias severas e críticas. Para saber mais sobre a Tuberculose acesse o outro texto da liga.
Resumo: tuberculose: definição, formas, diagnóstico, tratamento e mais
Orientações aos Otorrinolaringologistas
Com base na nota de orientação aos médicos Otorrinolaringologistas emitida pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), nós da LAORL-CCF FMUMC compilamos os principais pontos de interesses aos médicos dessa área.
No consultório
Considerando que os atendimentos em consultórios otorrinolaringológicos realizam muitos procedimentos que podem gerar gotículas respiratórias, os Otorrinolaringologistas apresentam alto risco para a infecção. Por isso, é importante que os médicos e demais funcionários do consultório usem máscara e disponibilizem essa para pacientes com febre, tosse, dispneia e espirros.
É importante que sejam disponibilizadas preparações alcoólicas, a recepção seja bem ventilada e existam condições para higiene simples das mãos. Além disso, deve-se limpar e desinfetar objetos e superfície tocados com frequência, com álcool a 70%, solução de hipoclorito de sódio ou outro desinfetante indicado para este fim.
Panfletos ou cartazes sobre etiqueta respiratória também podem estar disponíveis.
Etiqueta Respiratória
Seguem algumas recomendações de etiqueta respiratória da ABORL-CCF:
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com o cotovelo flexionado ou com lenço de papel e descartar após o uso;
- Após tossir ou espirrar, lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
- Evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienização adequada das mãos.
Na sala do médico
Em caso de paciente positivo ou suspeito, o médico deve utilizar:
- Máscara N95, PFF2 ou superior
- Óculos de proteção individual
- Avental impermeável de mangas longas
- Gorro
- Luvas de procedimento
É necessário lembrar sempre que o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) supracitados não deve substituir a higiene básica e higienização das mãos. O médico também não deve circular pelo consultório usando os EPI.
Autor: Beatriz Zanetti Murbach (Presidente da LAORL-CCF FMUMC).
Instagram: @bia.zanetti e @otorrinoumc_