Coronavírus

COVID-19: atualização sobre a epidemiologia do novo coronavírus

COVID-19: atualização sobre a epidemiologia do novo coronavírus

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Esse é um artigo datado, estamos em 20 de Abril, um mês e nove dias após a OMS ter declarado pandemia do SARS-CoV-2. 

Qual o cômputo disso? Mais de 100 países já apresentam casos da doença, e o mundo todo se encontra num frenesi de otimização de recursos, estrutura e pessoal para atender à demanda de pacientes com a COVID-19.

A busca para um vacina e terapêuticas com eficácia in vivo é imperativa, e instituições renomadas, brasileiras e internacionais trabalham incansavelmente para a elucidação do tratamento e da prevenção. 

Confira neste artigo conceitos em epidemiologia sobre a COVID-19, atualizações e cenário epidemiológico. 

Quando considerar curado um caso de COVID-19?

Segundo o Ministério da Saúde, perante diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e conforme experiência e evidências provenientes de outros países, os casos curados são:

  1. Para casos em isolamento domiciliar: casos confirmados que passaram por 14 dias em isolamento domiciliar, a contar da data de início dos sintomas E que estão assintomáticos.
  2. Para casos de internação hospitalar: perante avaliação médica, considerando melhora clínica, laboratorial e radiológica. 

A liberação dos pacientes está sujeita a critérios operacionais do Plano de Contingência local, a qual pode ser feita a por meio de visita domiciliar e/ ou telefone/ telemedicina. 

O que considerar sobre febre?

  1. Temperatura axilar ≥ 37,8 ºC
  2. Pode não estar presente em pacientes jovens, idosos, com comorbidades e imunossuprimidos

O que considerar como sintoma respiratório?

  1. Tosse, dispneia, não sentir gosto ou cheiro dos alimentos, escarro, congestão nasal, odinofagia, disfagia, coriza, SatO2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal

O que considerar como contato próximo?

  1. Estar  a dois metros ou menos de um paciente com caso suspeito ou confirmado por 15 minutos ou mais sem uso de EPI
  2. Conviver no mesmo ambiente com CASO SUSPEITO em ambiente de trabalho, sala de atendimento, meios de transporte e escolas
  3. Contato eventual de horas com caso confirmado sem EPI
  4. Contato direto com fluidos corporais ou cuidado e visitas a área e até mesmo sala de espera de assistência médica, quando não sob o uso de EPI

O que considerar como contato domiciliar?

  1. Contato íntimo
  2. Contato prolongado em residência com CASO CONFIRMADO, incluindo morar ou cuidar

Caso provável de infecção humana – quando resultado laboratorial inconclusivo para SARS-CoV-2 ou teste positivo em ensaio de pan-coronavírus

Caso confirmado de infecção humana – confirmação laboratorial conclusiva, independente de sinais e sintomas

Caso descartado de infecção humana – quando o caso suspeito apresenta resultado laboratorial para outro agente etiológico ou resultado negativo para SARS-CoV-2

Caso excluído de infecção humana – todo caso notificado que não se enquadra na definição de caso suspeito. 

DEFINIÇÕES SOBRE CASOS OPERACIONAIS

Primeiramente, tenha em mente que casos operacionais não são definições clínicas! São casos considerados para vigilância em saúde pública. Em determinados contextos, os médicos podem fazer essa consideração com base na avaliação clínica, sendo que tal decisão deve ser constatada em prontuário e, também,  em ficha de notificação. 

Cabe salientar que atualmente, para que se considere um caso suspeito, basta que o paciente se apresente com quadro de síndrome gripal, não importando histórico de viagens para a definição de caso suspeito

VIGILÂNCIA UNIVERSAL DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)

De acordo com o Guia de Vigilância Epidemiológica para a COVID-19, produzido pelo Ministério da Saúde, a doença pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos casos sintomáticos apresenta-se sob a forma de síndrome respiratória aguda. Podendo ser, portanto, confundida com outras síndromes gripais cuja sazonalidade se dão entre os períodos de outono e inverno, como o vírus influenza. 

Em virtude da sazonalidade o vírus influenza, a campanha de vacinação foi adiantada com o intuito de diminuir o impacto sobre a população. 

Deste modo, as definições de casos operacionais devem ser tomadas regionalmente, com base na incidência de circulação dos vírus influenza A e B. 

Nas crianças abaixo de 5 anos também deve-se atentar para o vírus sincicial respiratório (VSR).

Atente para as condições clínicas de risco para complicações:

Orientações para afastamento e retorno às atividades de profissionais de saúde

  1. Profissionais contactantes domiciliares assintomáticos de pacientes suspeitos ou confirmados de Síndrome Gripal. 

Aos contactantes não-domiciliares, não existem recomendações quanto ao afastamento. Já os contactantes domiciliares devem seguir as orientações a seguir:

  1. Profissional de saúde com suspeita de Síndrome Gripal (febre acompanhada de tosse ou dor de garganta ou dificuldade respiratória)

Todos os profissionais que se enquadram nessa categoria devem ser afastados imediatamente. O retorno às atividades deve estar condicionado aos seguintes aspectos:

Aos profissionais pertencentes aos grupos de risco supracitados, recomenda-se o afastamento da atividade laboral. No caso de não haver possibilidade de afastamento, tais profissionais não devem prestar assistência a pacientes com suspeita ou quadro confirmado de síndrome gripal

STATUS EPIDEMIOLÓGICO

Até 16 de Abril de 2020, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram identificados, no Brasil, 1.952 óbitos  e 30.891 casos confirmados, sendo a mortalidade de 0,9249/ 100.000 (hab), conferindo uma letalidade de 6,32%. 

Sete estados brasileiros estão com incidência 50% acima da média nacional, a saber: Amapá, Amazonas, Ceará, São Paulo, Distrito Federal, Roraima e Rio de Janeiro. O Brasil apresentou um coeficiente de incidência de 145/ 1.000.000, conforme dados do Ministério da Saúde considerando as projeções do IBGE em 2020. 

No mundo, são 2.222.699 casos confirmados, com 149.995 óbitos, mortalidade de 1,94459/ 100.000 (hab) e letalidade de 6,75%. Os EUA são a nação com o maior número de casos, estando o Brasil na 11ª posição tanto em número de casos confirmados quanto em número de óbitos. 

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Confira o vídeo:

REFERÊNCIAS