Coronavírus

Covid-19: Número de mortes no Brasil dobra a cada 9 dias e 14 horas

Covid-19: Número de mortes no Brasil dobra a cada 9 dias e 14 horas

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O número de mortes decorrentes do novo coronavírus no Brasil dobra a cada 9 dias e 14 horas. O dado é resultado de um cálculo feito pelo Observatório Covid-19, a partir de dados do Ministério da Saúde.

Na quinta-feira, 23 de abril, o Brasil alcançou novo recorde de óbitos em 24 horas: 407 pessoas morreram por causa da Covid-19. Também houve recorde no número de casos confirmados: 3.735 pessoas foram diagnosticadas com a doença. No total, passa de 50 mil o número de casos confirmados e de 3,3 mil o total de mortes.

O cálculo feito pelo Observatório Covid-19 indica que a curva de mortes no Brasil dobra mais rapidamente do que na Espanha, quando considerado o período em que o país viveu a mesma fase da epidemia que estamos agora.

Cálculo do ritmo de mortes

Para chegar a um resultado, os pesquisadores se perguntaram: “Quanto tempo é preciso para que se dobre o número de óbitos por coronavírus?“. A partir disso, usaram como parâmetro cinco dias depois da décima morte.

Depois de 28 dias, se tem um resultado. Aqui no Brasil, o período terminou em 21 de abril. Na Espanha, foi no dia 8 do mesmo mês.

O comparativo mostra que, enquanto no Brasil demora-se 9 dias e 14 horas para dobrar o número de óbitos, na Espanha o tempo é maior: 12 dias e 7 horas. Isso quer dizer que, quanto mais tempo decorrido, melhor é a situação do país.

Em Nova York, por exemplo, o 28º dia da análise foi em 5 de abril. Na época, o ritmo de duplicação das mortes era 3,5 dias. Situação mais grave do que no Brasil.

O professor Vítor Sudbrack, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), explicou ao G1 que o comportamento exponencial é esperado em casos de doença como a Covid-19.

“Isso significa que o tempo para o número de casos duplicar é constante. Então, em cada janela de cinco dias, a gente ajusta uma curva exponencial e ‘anota’ o valor desse tempo de duplicação que melhor se ajustou aos dados. Daí, fazendo isso para todos os dias, a gente tem esse gráfico”, disse ele, que também integra o observatório.

O Observatório Covid-19 é composto por pesquisadores de diversas universidades. São elas: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade de Berkeley (Estados Unidos) e Universidade de Oldenburg (Alemanha).

Fonte: G1


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