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Os desafios enfrentados por pacientes recuperados da covid-19 será o tema do nosso post de hoje. Sabe-se que muitos pacientes recuperados experimentam sintomas remanescentes durante um curto período. Porém, alguns destes sintomas podem persistir e impactar a qualidade de vida dos recuperados.
Especialmente, destaca-se os sintomas neuropsiquiátricos, como ansiedade, depressão e medo, que podem persistir por um longo tempo após a recuperação.
A pandemia alcançou o estágio onde muitos pacientes recuperados já voltaram para suas casas e agora resta-nos saber como lidar com as consequências a longo prazo.
A recuperação da covid-19 depende de vários fatores
O tempo para recuperação completa, como já se sabe, depende de diversos fatores como idade e condições de saúde pré-existentes.
De acordo com a OMS, pessoas na faixa etária de 10 a 50 anos possuem taxa de mortalidade de 1%, e são mais propícias à recuperação.
Quando pensamos na recuperação a long prazo, precisamos lembrar que os pacientes que voltam para casa, vivenciaram dias difíceis no hospital, sendo uma boa parte voltando após semanas respirando através de ventilação mecânica.
Dessa forma, a recuperação a longo prazo enfrentará dois inimigos: os efeitos causados pelo próprio vírus, e aqueles decorrentes do processo de hospitalização.
Para fragilizar ainda mais a situação, tanto pacientes infectados como aqueles recuperados enfretaram períodos de extremo isolamento social, onde o afastamento do contato humano pode ser um fator que aumente as chances de sintomas psicológicos.
Fatores associados à pior recuperação
Durante o período de quarentena, muitos serviços de saúde suspenderam o atendimento devido ao risco de infecção. É descrito que este fator pode predispor os pacientes a enfrentarem a chamada síndrome pós cuidados intensivos.
Os pacientes recuperados podem ainda enfrentar o medo de serem estigmatizados pela comunidade, e neste quesito é importante fornecer à comunidade aconselhamento moral e piscológico para acolher estes pacientes.
Recomendações para salvaguardar pacientes recuperados
Aqui listamos, com base na literatura, algumas recomendações preconizadas para aumentar as chances de recuperação completa dos pacientes que conseguiram vencer a COVID-19.
Os pacientes recuperados devem ser tratados com o maior cuidado possível. Estes pacientes devem ser seguidos, e o acompanhamento deve incluir monitorização de sintomas e testes com PCR.
Os membros familiares dos pacientes devem ser aconselhados e treinados a praticarem empatia e exercitarem a comunicação com os pacientes recuperados, encorajando-os a falarem sobre seus sentimentos.
A dieta e exercício físico devem fazer parte da prática destes pacientes, bem como a boa ingestão de água e líquidos.
Conclusão
Além dos efeitos físicos causados pela COVID-19, os pacientes recuperados estão sob maior risco de desenvolverem condições neuropsiquiátricas que requerem cuidado e atenção.
É importante para o médico e o profissional de saúde compreender que a recuperação física da doença não é o fim da linha de cuidado para o paciente.
Estes pacientes devem ser seguidos de perto, de forma longitudinal e integral, garantindo que o seu bem estar físico e psicológico sejam preservados das consequências da doença, bem como das condições que a acompanham durante o estado de pandemia.
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Referências:
Follow-up studies in COVID-19 recovered patients – is it mandatory? – Science Direct