Desidratação | Colunistas

desidratação-Bruna Scioute
Índice

Introdução

A desidratação é uma doença potencialmente grave que se caracteriza pela baixa concentração não apenas da água, mas também de sais minerais e líquidos orgânicos no corpo, assim impedindo de realizar as funções normais.

Quando se apresenta vômitos ou diarreia, uso de medicamentos que aumentam a excreção urinaria (diuréticos), sudorese profusa (por ondas de calor, especialmente com esforço prolongado) e diminuição da ingestão de água podem dar origem a desidratação.

Esta é comum principalmente em idosos, isso porque o centro que controla a sede pode não funcionar muito bem, levando a que alguns idosos não percebam que estão ficando desidratados.

Também é comum a desidratação em bebes e crianças, porque o volume de liquido perdido durante a diarreia ou vômitos pode ser maior comparado a de crianças mais velhas e adultos.

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Quais são os sintomas da desidratação?

A desidratação estimula o centro de sede do cérebro, provocando sede, se a ingestão de água não corresponder a perda de água, a desidratação se agrava, a sudorese diminui e menos urina é excretada. 

A água se desloca do interior das celulas para a corrente sanguínea para manter o volume necessário de sangue (volume sanguíneo) e a pressão arterial. Caso a desidratação continuar, os tecidos do corpo começam a secar e as celulas começam a encolher e a funcionar inadequadamente.

Os sintomas de desidratação de LEVE:

  • Sede
  • Dores de cabeça
  • Fraqueza
  • Tontura
  • Fadiga
  • Sonolência 

Os sintomas de desidratação de MODERADA:

  • Boca seca
  • Diminuição da diurese
  • Moleza
  • Batimentos cardíacos acelerados
  • Falta de elasticidade da pele

Os sintomas de desidratação de GRAVE:

  • Sede intensa
  • Anúria (ausência de urina)
  • Respiração rápida
  • Alteração do estado mental
  • Pele fria e úmida

Qual é a fisiopatologia da desidratação?

A água retida no organismo fica acumulada no interior dos vasos, nos espaços intercelulares dos tecidos e no interior das celulas, quando o organismo perde água dos espaços intercelulares e do interior das celulas para os vasos, mas isso é um recurso limitado e o corpo passa logo a sentir as consequências da desidratação.

Dependendo da relação entre a perda de água e de eletrólitos, a desidratação é chamada isotônica, hipertônica ou hipotônica.

  • DESIDRATAÇÃO ISOTONICA: A água e os sais minerais são perdidos em proporções equivalentes as que existem no organismo. Isso acontece nos vômitos e diarreias, sendo o tipo de desidratação encontrada em crianças pequenas.
  • DESIDRATAÇÃO HIPERTÔNICA: A perda de água é proporcionalmente maior que a perda de eletrólitos, como ocorre na falta de ingestão de água, sudação excessiva, diurese osmótica e uso de diuréticos. Nesses casos, há transferência de água intracelular para os espaços extracelulares. É comum em diabéticos e em algumas crianças com diarreia.
  • DESIDRATAÇÃO HIPOTÔNICA: Também chamada de hiponatremia, proporcionalmente são perdidos mais sais que água, como nos casos de transpiração muito elevada, perdas gastrointestinais ou quando a reposição é feita só com água, sem sais. Nesse caso, ocorrera transferência de liquido extracelular para dentro da célula. Ocorre em alguns casos pediátricos com diarreias.

Como fazer o diagnóstico de desidratação?

Pela constatação da ingesta insuficiente ou da perda elevada de líquidos, alguns sinais são indicadores de desidratação, como secura da boca e das mucosas, perda da turgência da pele, secura nos olhos, aumento da temperatura corporal, perda de elasticidade da pele, afundamento das fontanelas em bebes entre outros.

Como prevenir a desidratação?

Desidratação | Drauzio Varella
  • Ingerir bastante água (2 litros ou mais a cada dia), principalmente no período de calor e quando a pessoa faz atividades físicas intensas com grande transpiração.
  • Corrigir o mais prontamente possível os mecanismos anormais de perdas de liquido, como febre, vomito, diarreia, etc.
  • Evitar o calor excessivo e a exposição excessiva ao sol.

Tratamento da desidratação

O leite materno é o recurso ideal para o tratamento da desidratação nos primeiros seis meses de vida. Depois, independentemente da idade, nos casos de desidratação leve a moderada, beber muita água. É muito importante manter o paciente em ambiente com temperatura amena para evitar a perda de água pelo suor.

Em caso de desidratação GRAVE, a reidratação deve ser realizada com soro oral, e pode ser preparado em caso tendo validade de 24 horas depois de diluído em água, estes podem ser encontrados em postos de saúde de maneira gratuita.

Caso haja dificuldade para conseguir o soro em postos de saúde, também podemos preparar o soro caseiro, com 1 litro de água filtrada ou fervida, uma colher rasa de chá de sal e duas colheres rasas de sopa de açúcar.

Complicações da desidratação

A desidratação hipotônica não corrigida pode levar ao edema cerebral e a morte. As desidratações que implicam perdas de mais de 10% do peso corporal podem ser fatais. As desidratações crônicas aumentam os riscos de infecções, ainda mais infecções urinarias. 

Pode ocorrer insufiencia renal, mas ela sempre é reversível se for decorrente apenas da desidratação e se dor tratada precocemente. A diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro pode causar confusão mental e afetar a coordenação.

Referência bibliográfica

Desidratação – Distúrbios hormonais e metabólicos – Manual MSD Versão Saúde para a Família (msdmanuals.com)

Desidratação | Drauzio Varella – Drauzio Varella (uol.com.br)

IMAGEM DE CAPA: Nº 085 https://drive.google.com/file/d/1IT1kONOKYG5k4I4UNFpsmhZUoNiSaC5t/view?usp=sharing

AUTOR: BRUNA SANTOS SCIOUTE

INSTAGRAM: @bscioute


O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.


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