Geriatria

Doença de Menière | Colunistas

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A Doença de Menière é uma vestibulopatia comum em adultos e idosos. Tem discreta prevalência no sexo feminino e não tem etiologia completamente conhecida.

Os surtos de vertigem e sintomas aurais típicos da doença são associados ao aumento no volume de fluidos da orelha interna. Considerada uma doença crônica episódica, debilitante e com evolução imprevisível. Há registros de uma pré-disposição genética e de um padrão de herança de dominância autossômica. É influenciada por efeitos e fatores combinados como genéticos, hormonais, ambientais, entre outros. A apresentação mais comum é unilateral. O acúmulo de líquido, no entanto, não explica integralmente a persistência de zumbido, progressão da perda auditiva e frequência das crises vertiginosas. Seu início é semelhante a vertigem posicional paroxística benigna.

O tratamento da doença, em crises, se dá com o uso de sintomáticos, para enjoo e náuseas, envolve a mudança de hábitos e podem ser utilizados, também, medicações tranquilizantes, diuréticos, além da reabilitação.

Como hábitos de vida pode-se inferir a alimentação saudável, evitando o uso de industrializados e frituras.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença em sua forma típica depende da história clínica,que consiste em vertigem episódica agregada a náusea e vômito, sensação de perda auditiva, zumbido e plenitude aural na orelha acometida; os sintomas aurais são modificáveis antes e durante a crise. A doença definida consiste em dois ou mais episódios vertiginosos agudos com duração de 20 minutos a 12 horas;perda auditiva neurossensorial (PANS) ao menos uma vez antes durante ou após o surto de vertigem; sensação de perda auditiva, zumbido e plenitude aural flutuantes na orelha afetada sem outro diagnóstico melhor. O exame físico é comumente normal. A audição pode normalizar entre as crises; O diagnóstico é baseado na história clínica e na audiometria, enquanto que o provável apenas na história clínica caracterizando-se por dois ou mais episódios de vertigem ou tontura com duração de 20 minutos a 24 horas; sintomas aurais flutuantes (sensação de perda auditiva, zumbido, plenitude aural) na orelha afetada; não melhor explicada por outro diagnóstico vestibular.

Existem diversos quadros atípicos, entre as diversas atipias existem a síndrome de Lermoyez e as variantes exclusivamente coclear (hidropisia coclear)ou exclusivamente vestibular (hidropisia vestibular).

A associação com outras comorbidades

Muito se associa a Doença de Meinère com a migrânea vestibular com e sem aura; vertigem posicional paroxística benigna; doenças imunológicas, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, hipotireoidismo autoimune e psoríase; alergias respiratórias e alimentares; e, fatores psicológicos (estresse, depressão, ansiedade), entre outras. Os pacientes com dois tipos diferentes de quadro clínico devem ser diagnosticados com a associação das duas doenças; um dos quadros clínicos preenchendo os critérios da migranêa e o outro o padrão de Meinère. A relevância da conjunção entre as duas doenças desperta interesse em relação ao fato. Os profiláticos migranosos são benéficos na DM refratária a tratamento. 

O tratamento das comorbidades adjacentes podem melhorar os quadros de vertigem e diminuir a quantidade e duração das crises.

Conclusão

A doença de Meinère é ainda de etiologia desconhecida, no entanto, é associada a inúmeros fatores desencadeantes e pode estar ligada a diversas outras doenças, destacando-se a Migranêa Vestibular. Os critérios diagnósticos incluem a clínica e exames complementares, sendo essencial que realize-se, além do tratamento das crises, o tratamento profilático quando indicado, bem como o das comorbidades, proporcionando e garantindo uma melhora da qualidade de vida.

Autora: Thays Davanço Pedroso dos Passos

Instagram: @thadavanco

Referências

1 – GANANÇA, M.M; CAOVILLA, H.H.; DOENÇA DE MENIÈRE: O QUE SE SABE?. Disponível em: doenca_de_meniere_-_o_que_se_sabe.pdf (aborlccf.org.br) 

O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.