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Dose única da vacina da Johnson é eficaz contra casos severos de variante de COVID-19

Dose única da vacina da Johnson é eficaz contra casos severos de variante de COVID-19

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A agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), publicou um documento na última quarta-feira (24/02) atestando que a vacina Johnson & Johnson, de dose única, oferece alta proteção contra casos severos de COVID-19.

O documento também considera que o imunizante oferece proteção também contra a variante sul-africana e tem a capacidade de reduzir a transmissão do vírus em pessoas vacinadas.  

A agência norte-americana também validou o estudo da Johnson que mostrou eficácia de 66% para prevenir casos moderados e graves 28 dias após a vacinação. A farmacêutica não divulgou resultados para casos leves da doença.

Segundo a FDA, a eficácia contra casos moderados e graves nos Estados Unidos foi de 72%, e de 64% contra a variante originada na África do Sul. Já na América Latina, foi de 66% e na África do Sul, 57%.

Considerados apenas os casos graves, em todas as regiões, a eficácia da vacina chegou a 85%. Isso significa uma redução de 85% nos casos graves de Covid no grupo vacinado em relação ao grupo não vacinado.

A proteção começou 14 dias após a vacinação e foi, de forma geral, “consistente” em todos os participantes, independentemente de raça ou idade, e inclusive em adultos acima de 60 anos

A eficácia aumenta com o passar do tempo: o imunizante garantiu 100% de proteção contra hospitalizações e morte 28 dias depois da aplicação e não houve nenhum caso grave de COVID-19 nos participantes vacinados após 49 dias.

Uma dose só da vacina da Johnson

A vacina usa a tecnologia de vetor viral e é a única em etapa avançada de testes com apenas uma dose, segundo informações do G1. Em janeiro, a vacina foi considerada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, como “vacina dos sonhos” do Brasil, por ser dose única, o que na prática permite imunizar o dobro de pessoas, e pela possibilidade de armazenamento em geladeira comum, o que facilitaria a distribuição no país.

Mais de 44 mil voluntários nos Estados Unidos, América Latina e África do Sul participaram dos testes. No Brasil, os testes foram feitos com 7.560 voluntários de 11 estados, porém a farmacêutica norte-americana ainda não entrou com pedido de uso emergencial na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, a vacina pode ser armazenada por pelo menos 3 meses em temperaturas de 2ºC a 8ºC – o que é compatível com a rede de frio de vacinação usada no Brasil hoje. Em temperaturas de -20ºC, ela fica estável por dois anos, estima a Johnson. 

Vacinas com eficácia comprovada em estudo

Ainda segundo levantamento do G1, com o anúncio da Janssen, já são oito vacinas com resultados de eficácia divulgados, mas apenas três com dados publicados em revista científica (Pfizer, Moderna e Oxford/AstraZeneca). 

1.   Pfizer/BioNTech: 95% de eficácia2. Moderna: 94,1% de eficácia
3. Oxford/AstraZeneca: 70,4% de eficácia
4. Sputnik V: 91,4% de eficácia
5. Novavax: 89,3% de eficácia
6. Sinopharm: 79,3% de eficácia
7. Johnson: 66% de eficácia contra casos moderados e graves
8. CoronaVac: 50,38% de eficácia