Índice
- 1 O que é a disciplina de embriologia e qual a importância na faculdade de medicina?
- 2 Tópicos estudados na disciplina de embriologia
- 3 Como estudar para uma prova de embriologia?
- 4 Quais são os assuntos da embriologia mais cobrados em provas?
- 5 Exemplos de questões de embriologia que podem aparecer na prova
- 6 Referências bibliográficas
- 7 Sugestão de leitura complementar
Quer passar na prova de embriologia? Esse post tem tudo que você precisa para guiar seus estudos nesta disciplina.
A embriologia é um ramo da biologia que estuda vários processos envolvidos no desenvolvimento de organismos, considerando a concepção, morfogênese e outros aspectos importantes para compreendermos o funcionamento desses organismos.
Na medicina, estudamos a embriologia humana. Essa ciência nos permite entender todo o mecanismo envolvido no desenvolvimento embrionário até o início da vida fetal.
Usamos o termo “embriologia clinicamente orientada” para entender o estudo dos embriões como um todo, verificando aspectos como a anatomia do desenvolvimento, fatores genéticos e defeitos congênitos.
Esse é um grande ramo do conhecimento e pode ser estudado no contexto de tecidos, órgãos ou sistemas bem específicos.
Nesse contexto, o desenvolvimento humano a partir da fecundação até o parto é dividido em dois estágios principais: o embrionário e o fetal.
Conhecer a embriologia é um diferencial importante na construção do conhecimento sobre o corpo humano e as doenças congênitas estão relacionadas aos problemas embrionários.
Vem com a gente para entender a relevância desse saber em sua carreira!
O que é a disciplina de embriologia e qual a importância na faculdade de medicina?
A embriologia enquanto disciplina pode ter organizações diferentes conforme o currículo de cada faculdade. Em alguns, ela pode ser estudada como uma matéria principal ou como disciplina optativa do currículo.
Contudo, o fato de ser um componente optativo não significa que os conhecimentos da embriologia não serão aplicados durante o curso.
Alguns cursos incluem o saber da embriologia em associação com outras disciplinas do ciclo básico, como fisiologia humana e patologia. É possível estudar embriologia do sistema nervoso em qualquer uma dessas disciplinas, por exemplo.
Torna-se importante conhecer a embriologia porque o entendimento do desenvolvimento humano no tratamento de doenças como mal formações congênitas, pesquisas em medicina regenerativa e genética se apoiam nesse conhecimento.
A embriologia clinicamente orientada possibilita, ainda, um caminho que interliga o desenvolvimento pré-natal, a obstetrícia, a pediatria e a clínica no estudo de condições muito relevantes para a medicina.
Os defeitos congênitos são um dos carros chefes da embriologia e representam uma grande parte de óbitos durante o primeiro ano de vida. Assim, prever com antecedência esses defeitos pode representar intervenções precoces e condutas mais adequadas.
O estudo da embriologia inclui o uso de termos relativos à posição, direção e planos corporais, assim como na anatomia, na descrição de embriões e na observação de possíveis anomalias.
Tópicos estudados na disciplina de embriologia
Concepção e Fertilização
Essas são etapas que preconizam obrigatoriamente todo o processo de desenvolvimento do embrião e desempenham um papel crucial no estudo da embriologia.
De forma resumida, compreendemos a concepção e a fertilização como processos embricados que ocorrem no momento que o óvulo é fertilizado por um espermatozoide, dando origem a um zigoto.
Esse processo ocorre nas trompas de Falópio e é importante conhecer o processo do ciclo menstrual para identificar o melhor período para que a concepção ocorra, além de compreender a fecundação e suas fases.
A fertilização é organizada em etapas: capacitação dos espermatozóides, penetração do óvulo e fusão do núcleo – esse último resultando no zigoto diplóide.
Segmentação e Blastulação
A segmentação e a blastulação são os processos primários do desenvolvimento embrionário em si, após a fertilização.
Na segmentação, também chamada de clivagem, ocorre a divisão celular após a fecundação. Esse processo de divisão celular resulta nos blastômeros, que se dividem ainda mais e geram a blastulação.
Na blastulação existe a formação o blastocisto, uma célula formada por duas partes: a massa celular interna que irá gerar os tecidos embrionários, e o trofoblasto que irá gerar, em última instância, a placenta.
Implantação
Na implantação pode ocorrer um sangramento resultante do extravasamento do tampão para a cavidade uterina que deriva das redes lacunares rombidas pelo blastocisto implantado.
Esse conhecimento é importante porque se esse sangramento for interpretado como menstrução, a data de previsão para o nascimento do bebê estará incorreta.
Gastrulação
Esse é o processo que marca o início da morfogênese e ocorre durante a terceira semana. Nesse estágio, o embrião é chamado de gástrula.
A gastrulação é muito importante por ser o processo em que as camadas germinativas serão formadas. O disco embrionário é transformado em disco embrionário trilaminar e ocorrem muitas alterações celulares para que esse processo ocorra.
No contexto biomolecular, existem várias proteínas morfogenéticas ósseas envolvidas nesse processo, assim como moléculas de sinalização como FGF e Shh (sonic hedgehog).
As camadas germinativas estão presentes em número de três e são as responsáveis pela formação de tecidos e órgãos específicos, além da orientação axial.
O mesoderma embrionário origina uma série de tecidos: músculos esqueléticos; músculos lisos das vísceras; revestimento seroso das cavidades corpóreas; maior parte do sistema cardiovascular, além de ductos e órgãos do sistema genital e excretor.
O mesoderma ainda gera as células sanguíneas e os revestimentos dos vasos sanguíneos e é responsável por todos os tecidos conjuntivos dos órgãos internos no tronco.
Endoderma, a camada média, é a que origina os revestimentos epiteliais do sistema respiratório e digestório, incluindo as glândulas e células glandulares associadas ao trato digestório.
O ectoderma embrionário origina a epiderme, o sistema nervoso central e periférico, os olhos e ouvidos internos, as células da crista neural e tecidos conjuntivos da cabeça.
Neurulação
Esse processo se completa durante a quarta semana e consiste na formação do tubo neural, que inclui a placa neural, as pregas neurais e os no fechamento dessas pregas. Quando finalizada, ocorre o fechamento do neuroporo caudal.
Alterações da neurulação podem ter como resultado vários defeitos congênitos gravíssimos do encéfalo e da medula espinhal. Os defeitos do tubo neural estão entre as anomalias congênitas que são mais comuns.
Desenvolvimento do sistema cardiovascular, do sistema nervoso e de órgãos e sistemas
O sistema cardiovascular começa a ser desenvolvido por volta do 18º dia, quando os tubos endocárdicos do coração e aproximam e se fundem para formar um tubo cardíaco único.
O coração começa a bater a partir do 22º ou 23º dia e o fluxo sanguíneo se inicia na quarta semana. Esses batimentos podem ser percebidos pela ultrassonografia com doppler e é um importante marcador na avaliação da vida intrauterina.
O sistema nervoso tem um desenvolvimento mais precoce que o sistema cardiovascular e começa a ser desenvolvido na terceira semana, visto que a placa e o sulco neural já manifestam desenvolvimento no aspecto posterior do embrião trilaminar.
Cada órgão e sistema é desenvolvido em um período específico do desenvolvimento, como já vimos. Sendo assim, a irregularidade temporal pode indicar alteração ou anomalia presente e que merece atenção.
Morfogênese
A morfogênese é iniciada na gastrulação e compreende o desenvolvimento da forma do corpo. Essa etapa inclui diversos processos como a regulação gênica e várias estruturas como a vesícula umbilical e a cavidade amniótica, por exemplo.
O uso de álcool e outras substâncias podem alterar a morfogênese do embrião ou do feto, e por isso é importante orientar e acompanhar adequadamente todo o processo da gestação de perto.
A caderina é essencial para a morfogênese embrionária devido sua atuação como reguladora da separação de camadas celulares, migração e diferenciação celular; além de atuar nas conexões sinápticas e nos cones de crescimento de neurônios.
Teratologia
A teratologia é um dos ramos da embriologia e da patologia. Ela se encarrega dos estudos relacionados às malformações, considerando a produção, anatomia, e a classificação de embriões e fetos.
As causas dos defeitos congênitos na teratologia estão divididas em três grupos principais:
- Fatores genéticos;
- Fatores ambientais;
- Herança multifatorial – que inclui a ação dos fatores genéticos combinados aos fatores ambientais.
Porém, cerca de 55% dos defeitos congênitos ainda tem causa desconhecida e nem todos tem uma importância médica significativa quando avaliado isoladamente, mas quase sempre podem indicar associação a defeitos maiores.
Como estudar para uma prova de embriologia?
Os livros de embriologia mais utilizados na medicina são:
- “Embriologia Básica”, Keith L. Moore e T.V.N. Persaud;
- “Embriologia Clínica”, Keith L. Moore, T.V.N. Persaud e Mark G. Torchia;
- “Desenvolvimento Humano”, William J. Larsen;
- “Atlas de Embriologia Humana”, Netter;
- “Embriologia Clínica para Estudantes de Medicina”, Richard S. Snell.
O estudo da embriologia é geralmente orientado no contexto temporal por semanas de desenvolvimento (da primeira até à oitava), então iniciamos a compreensão sobre o período fetal (da nona semana até o parto).
A partir disso, o estudo passa a ter um enfoque específico em sistema e tecidos – o que inclui uma forte associação com conhecimentos da biologia celular e molecular, fisiologia e genética.
Organizar o estudo com base nesse segmento faz muita diferença no momento da aprendizagem.
Quais são os assuntos da embriologia mais cobrados em provas?
Durante a graduação, a forma como a embriologia será cobrada depende de como o currículo da sua faculdade está organizado. Se considerarmos importância dos conteúdos, podemos compreender que existem alguns assuntos prioritários.
São eles:
- Fertilização e desenvolvimento embrionário inicial, considerando os processos de concepção, fertilização, segmentação e blastulação;
- Diferenciação celular e gastrulação;
- Desenvolvimento dos órgãos e sistemas considerando o contexto temporal esperado na normalidade;
- As principais anomalias congênitas e suas implicações clínicas.
Uma dica importante para compreender a embriologia é associá-la com a perspectiva da clínica e da biologia. Correlacionar conteúdos é uma forma interessante para fixação do conteúdo.
Exemplos de questões de embriologia que podem aparecer na prova
Trouxemos algumas questões para você treinar seus conhecimentos em embriologia. Confira abaixo:
Questões
Questão 1: Qual dos itens abaixo não correspondem a uma camada germinativa originada na gastrulação:
- Ectoderma
- Endoderma
- Mesoderma
- Linha primitiva
Questão 2: Em que período ocorre o desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário trilaminar?
- Primeira semana
- Segunda semana
- Terceira semana
- Quarta semana
Questão 3: Em que período ocorre a finalização do processo de neurulação?
- Início da segunda semana
- Final da quarta semana
- Final da quinta semana
- Terceira semana
Gabaritos
Gabarito da Questão 1: Letra D. A linha primitiva está envolvida na gastrulação, mas é apenas um sinal morfológico desse processo e não uma camada germinativa.
Gabarito da Questão 2: Letra C. Esse desenvolvimento na terceira semana é caracterizado pelo aparecimento da linha primitiva, diferenciação das três camadas germinativas e do desenvolvimento da notocorda.
Gabarito da Questão 3: Letra B. É esperado que o processo de neurulação esteja completo até o final da quarta semana, quando há o fechamento do neuroporo caudal.
Quer ter acesso a uma série de conteúdos ricos sobre embriologia? Vale a pena você conhecer o SanarFlix, a plataforma de estudo mais completa para a jornada do estudante de medicina.
CONHEÇA O SANARFLIX!
Referências bibliográficas
- MOORE, K. et al. Embriologia clínica. 10. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
- Moore, K. L., Persaud, T. V. N. Embriologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. 893 p.
- Larsen, W. J. Desenvolvimento Humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 5ª ed, 2016.
- Netter, F. H. Atlas de Embriologia Humana. Elsevier, 2014. 288p.
- Snell, R. S. Embriologia Clínica para Estudantes de Medicina. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2013.