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Uma nova variante da COVID-19 esteve associada à maior mortalidade num estudo preprint publicado recentemente. Se você está perdido sobre as variantes da COVID-19, recomendamos a leitura prévia do post sobre as variantes da covid-19, aqui no site.
A variante B.1.1.7 foi inicialmente descoberta em Setembro no Reino Unido, está se espalhando mais rapidamente que o previsto.
De acordo com dados publicados por pesquisadores da London School of Hygiene & Tropical Medicine, o risco de morrer desta nova variante é maior.
Os pesquisadores encontraram um risco até 35% maior em pessoas infectadas com a nova variante.
Como foi possível encontrar os resultados?
Para encontrar os dados do estudo, os cientistas analisaram dados de mais de 850.000 pessoas com infecção pelo SARS-CoV-2 confirmada entre 1° de Novembro e 11 de Janeiro.
Apesar da variante ser nova, um detalhe permitiu que os testes realizados pudessem diferenciar a nova variante.
O teste utilizado normalmente detectava 3 genes do SARS-CoV-2 para confirmar a presença do vírus. Mas, na variante B.1.1.7, devido à mutação na proteína Spike, os testes continuavam positivos, porém para apenas 2 genes.
O que muda do risco anterior
O estudo encontrou maior mortalidade em todas as faixas etárias, gênero e etnia. Porém, a nova variante mantém o padrão de maior risco para indivíduos mais idosos.
Para exemplificar, o risco de morte para homens entre as idades de 70 a 84 anos é de, aproximadamente, 5% para a variante original do SARS-CoV-2.
Para a nova variante, este risco sobe para mais de 6% na mesma população com teste positivo para a B.1.1.7.
Já em pacientes ainda mais velhos, acima de 85 anos, o incremento no risco é ainda maior. Antes, de aproximadamente 17%, agora passa a ser 22%, de acordo com dados do estudo.
Os resultados foram concordantes com outros estudos realizados no Reino Unido.
Algumas ressalvas quanto aos resultados
Os próprios autores do estudo alertam que, por se tratar de estudo preliminar, os dados devem ser interpretados com cuidado.
Além disso, ainda não é possível afirmar com certeza se a nova variante é, de fato, mais letal, ou se está apenas se espalhando mais rápido e assim afetando número maior de pessoas vulneráveis.
Outra limitação dos dados foi a falta de correlação das mortes com comorbidades subjacentes nos pacientes, como diabetes ou hipertensão, dado faltante que pode, de certa forma, mascarar os resultados encontrados.
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Referências
What’s the risk of dying from a fast-spreading COVID-19 variant? – Nature