Índice
Introdução
A obesidade infantil se trata de uma condição, a qual se tem um excesso de gordura corporal e/ou adiposidade, excedendo, assim, os limites saudáveis. Atualmente, o método mais aceito para rastreio é o cálculo do índice de massa corporal (IMC), sendo em crianças, determinados pelos percentis da idade e sexo com base em gráficos de crescimento. O IMC tem como benefício a validade científica, é fácil e prático de ser aplicado, além de determinar a composição corporal total, contudo, tem como limitação a não diferença entre massa muscular e massa gordurosa.
Abaixo podemos ver a classificação do IMC por idade em crianças de 0 a 5 anos.

Infelizmente, a obesidade é uma patologia que vem crescendo, sendo um problema de saúde pública, no Brasil, segundo o portal do MEC em 2018, cerca de 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos. No mundo, os dados mostraram que em apenas quatro décadas o número de crianças e adolescentes obesos saltou de 11 milhões para 124 milhões, tendo os Estados Unidos com a tendência de uma estimativa maior.
Etiologia
A obesidade, tanto adulta quanto infantil, é uma doença multifatorial, sendo o consumo de energia/calorias maior que o gasto energético, levando a um desbalanço e, assim, ao sobrepeso/obesidade.
O ganho de peso de forma rápida e descontrolada durante, especialmente, a primeira infância e a idade pré-escolar são fatores que eleva o risco da obesidade na infância e adolescência.
Por ser uma patologia multifatorial, temos como as principais possíveis causas:
- Genética: crianças com pais obesos tem maior risco de desenvolver a mesma, alguns estudos revelam que as com origem hispânica e afro-americana podem ter uma maior incidência quando comparadas as brancas e asiáticas americanas.
- Gestação: a alimentação durante a gestação, assim como o ganho de peso nesse período, pode levar a uma macrossomia fetal e, com isso, a obesidade infantil; a desnutrição também pode ser um fator desencadeante.
- Hábitos de vida: maus hábitos alimentares, assim como a introdução incorreta de alimentos na infância, em conjunto com o excesso de industrializados levam a um aumento de ganho de peso; além da não realização de exercícios e o excesso de aparelhos eletrônicos, os quais contribuem para o sedentarismo.
- Fatores médicos: patologias congênitas como no Hipotireoidismo, além de exposição a alguns medicamentos, como é o caso dos corticoides.
Fatores de risco para a obesidade infantil
Os fatores de risco incluem:
→ Alimentação: como ocorre em quando o indivíduo possui uma dieta rica em açúcares e embutidos;
→ Sedentarismo;
→ Falta de sono;
→ Ansiedade;
→ Depressão;
→ Genética;
→ Fatores hormonais.
Repercussões
O excesso de tecido adiposo, especialmente em região central do corpo, está profundamente relacionado a uma inflamação sistêmica e atua gerando modificações fisiológicas em todo o organismo. O excesso de peso está relacionado a danos à saúde, seja por motivos biológicos, psicológicos ou comportamentais.
O excesso de gordura, como já dito, é um problema de saúde pública, e de bastante preocupação, visto que, está associado com aumento de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito tipo dois, doenças cardiovasculares, dislipidemia, diminuição do hormônio de crescimento. Em adição a isso, temos a pressão social e psicológicas.
Prevenção da obesidade infantil
A prevenção é de suma importância para tentar conter esta epidemia, sendo de suma importância começar o mais cedo possível, já que, o tratamento é longo e difícil em todas faixas etárias
O aleitamento materno está indiretamente ligado, além de todos os benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê, uma vez que, esse possui a amamentação adequada, se tem a introdução alimentar mais tardia e, consequentemente, o contato mais tardio com alimentos industrializados.
Controle médico do peso através do IMC pelo menos uma vez por ano, ficar atento quando já se possuir um histórico familiar, assim como outros fatores de risco.
Incentivar a prática de exercícios físicos em todas faixas etárias e os pais devem supervisionar melhor a quantidade de horas que crianças e jovens ficam em aparelhos eletrônicos.
A discussão sobre uma nutrição saudável, assim como seus benefícios e o controle de propagandas de fast food e industrializados.
Vale ressaltar a importância familiar, sendo importante uma mudança de hábitos em um todo, como é o caso de não comer e consequentemente ensinar a criança a não comer embutidos diariamente.
Tratamento
O tratamento da obesidade infantil, consiste, basicamente em mudanças no estilo de vida, algumas práticas como:
→ Praticar exercícios, sendo de suma importância com prazer, para se ter esse hábito para vida.
→ Ter horários para refeições e, junto a isso, evitar alimentação assistindo televisão e/ou mexendo em celulares.
→ Os pais devem dar o exemplo, além de evitarem a compra de bolachas e doces.
→ É de extrema importância respeitar a saciedade da criança e jovem, não insistindo para “raspar o prato”.
→ Montar lancheiras infantis para não incentivar a compra de lanches nas escolas.
→ Escolas devem aderir a lanches mais saudáveis e nutritivos.
→ Acompanhamento médico para cálculos de IMC e quando se há patologias de base.
Referências
Artigo: Repercussões clínicas, endócrinas e psicológicas da obesidade infantil: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.8, p. 83068-83083 aug. 2021.
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1085?q=Obesidade%20em%20crian%C3%A7as&c=recentlyviewed
https://www.unimed.coop.br/viver-bem/pais-e-filhos/obesidade-infantil
https://www.drnutricao.com.br/antropometria/imc
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.