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Definição de FA
Fibrilação atrial é ritmo irregular e rápido de 300 a 600bpm do átrio. São variáveis em amplitude, forma e tempo. No ECG, vemos tremor de linha base ou linha reta, por ter tremores finos, ausência de onde P.
Acomete com mais frequência pacientes acima de 65 anos. Em jovens se deve investigar uso de álcool excessivo nas últimas horas, conhecido como síndrome do coração pós-feriado.
Fatores de riscos
- Hipertensão
- Doença coronariana
- Miocardiopatia
- Distúrbios da válvula tricúspide ou mitral
- Hipertireoidismo
- Consumo abusivo de álcool (síndrome do coração pós-feriado)
Classificação
- Paroxística: termina espontaneamente dentro de 7 dias.
- Persistente: presente continuamente por mais de 7 dias e pode voltar ao ritmo sinusal normal.
- Persistente de longa duração: persiste por mais de um ano.
- Permanente: duração longa em que não há intervenção farmacológicas para voltar ao ritmo sinusal normal, porém pode ser eliminado com sucesso pela ablação cirúrgica ou por cateter.
Existem dois tipos
Valvar e não valvar.
A valvar está relacionada com pacientes que tenham estenose mitral e em pacientes que usam prótese mecânica/ metálica no coração.
A não valvar é definida por FA na ausência de estenose mitral reumática, válvula mecânica ou biológica ou plastia mitral prévia.
Sinais e sintomas
Geralmente, a fibrilação atrial é assintomática, mas muitos pacientes apresentam palpitação, desconforto torácico vago ou sintomas de insuficiência cardíaca, como fraqueza, sensação de desfalecimento e dispneia.
Complicações
- Taquicardiomiopatia
- Congestão direita
- Edema de membros inferiores
- Hepatoesplenomegalia
- Dispneia paroxística noturna
- Tromboembolismo
Diagnóstico
Assim como qualquer condição de saúde, a primeira etapa no diagnóstico da FA tem início com a verificação do seu histórico médico, que provavelmente será seguido por um exame físico. O seu médico auscultará seu coração e seus pulmões com um estetoscópio para ter uma ideia do seu coração, da frequência respiratória e do ritmo.
O seu médico em seguida precisará realizar alguns exames, que podem incluir exames de imagem, exames de sangue e exames com exercícios para ajudar a avaliar a sua função cardíaca.
O tipo mais comum de exame para ajudar no diagnóstico da FA é o eletrocardiograma (ou ECG), que mede a atividade elétrica do seu coração, de modo a demonstrar se existe ou não qualquer irregularidade. Um ECG registra o ritmo e a atividade do coração em uma fita de papel em movimento ou em uma linha em uma tela.
No ECG encontramos as seguintes alterações:
- Ausência de ondas P.
- Presença de ondas f (de fibrilação) entre os complexos QRS; ondas f são irregulares no tempo e na morfologia; ondulações da linha de base com frequências > 300 bpm, geralmente mais bem vistas na derivação V1 e nem sempre aparentes em todas as derivações.
- Intervalos R-R anormalmente irregulares.

FONTE: https://getsmartaboutafib.net/pt-br/publico-geral/tenho-fibrilacao-atrial/que-e-fibrilacao-atrial
Tratamento farmacológico
Baseado em evitar complicações. Vamos ver como:
- Controlar frequência cardíaca: drogas que agem no nó átrio ventricular
- Betabloqueadores
- Bloqueadores do canal de cálcio
- Digoxina
2. Controlar ritmo
- Porpafenona: inibem canais de sódio. Não pode usar em paciente com comorbidades cardiovasculares. Em pacientes mais jovens.
- Amiodarona: inibem canais de potássio.
- Cardioversão elétrica
- Ablação com cateter
Tratamento não farmacológico
Procedimentos de ablação para fibrilação atrial
Para pacientes que não respondem ou não podem usar fármacos que controlam a frequência, pode-se realizar a ablação do nó AV para provocar BAV completo e então a implantação de marca-passo permanente se torna necessária. A ablação de apenas uma via nodal AV (modificação do nó AV) reduz o número de impulsos atriais que alcançam os ventrículos e elimina a necessidade de marca-passo, mas essa abordagem é considerada menos efetiva que a ablação completa, sendo raramente usada.
Prevenção de tromboembolismo durante o controle do ritmo
Os pacientes, em especial aqueles nos quais o episódio atual de fibrilação atrial estava presente > 48 horas, têm alto risco de tromboembolismo por várias semanas após a cardioversão farmacológica ou elétrica. Se o episódio atual de fibrilação atrial não foi claramente iniciado nas últimas 48 horas, deve-se anticoagular o paciente por 3 semanas antes e, pelo menos, 4 semanas depois da cardioversão independentemente do risco tromboembólico previsto do paciente (recomendação classe I).
Como alternativa, iniciar a anticoagulação terapêutica, fazer ecocardiograma transesofágico (ETE) e, caso nenhum coágulo seja visto no apêndice atrial esquerdo ou no átrio esquerdo, a cardioversão pode ser realizada, seguida de pelo menos 4 semanas de anticoagulação (recomendação classe IIa).
Se cardioversão urgente é necessária por comprometimento hemodinâmico, a cardioversão é realizada e a anticoagulação é iniciada assim que possível e continuada por pelo menos 4 semanas.
Se o episódio atual da fibrilação atrial foi claramente iniciado nas últimas 48 horas, a cardioversão pode ser feita sem anticoagulação prévia se o paciente tiver fibrilação atrial não valvar e não apresentar alto risco de evento tromboembólico. Após a cardioversão, fazer anticoagulação terapêutica durante quatro semanas (recomendação classe I); mas a anticoagulação pode não ser necessária para os pacientes com baixo risco de eventos tromboembólicos (recomendação classe IIb).
Como diminuir o risco de FA
Algumas alterações no estilo de vida podem favorecer seu coração, ajudando-o a ficar mais saudável:
- Manter o peso ideal
- Atividades físicas regularmente
- Evitar consumo de álcool
- Evitar consumo de tabaco
- Evitar fontes artificiais de cafeína
Autora: Rainara D’Ávila
Instagram: @rainaradavila
Referências
https://getsmartaboutafib.net/pt-br/publico-geral/tenho-fibrilacao-atrial/que-e-fibrilacao-atrial https://getsmartaboutafib.net/pt-br/publico-geral/sua-primeira-visita-ao-medico/diagnosticando-a-fibrilacao-atrial