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As novas variantes do coronavírus são objeto de estudo e preocupação em todo o mundo, já que alterações na principal proteína usada pelo vírus para infectar o corpo humano tornam essas novas linhagens potencialmente mais transmissíveis.
A boa notícia é que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acaba de desenvolver um teste do tipo RT-PCR que além de confirmar a infecção por SARS-CoV-2, permite identificar rapidamente se a pessoa foi contaminada por uma das mutações comuns às cepas do Brasil, Reino Unido e África do Sul.
Segundo o vice-diretor de Pesquisa e Inovação da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, o novo teste é uma ferramenta mais rápida que o sequenciamento na identificação das variantes do coronavírus e vai reforçar a vigilância genética do vírus no Brasil.
“É possível fazer centenas de amostras diariamente, porque o protocolo de PCR em tempo real é muito mais fácil e direto do que o sequenciamento, então, a gente consegue fazer hoje com a nossa capacidade centenas de amostras por dia”, disse Naveca em texto divulgado pela Fiocruz.
“A ferramenta é um produto inovador que foi desenvolvido no nosso laboratório. Existem outros protocolos semelhantes, o que nos dá uma confiança muito grande no resultado”, completou.
Variante de Manaus se espalha pelo Brasil
Os pesquisadores da Fiocruz aplicaram os novos testes desenvolvidos em um grupo de 500 pessoas. Do total, 70% apresentaram resultado positivo para a variante originada em Manaus, a P.1.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já identificou novas variantes do coronavírus em exames de 204 pacientes com COVID-19, destes 184 são da mutação brasileira, identificada pela primeira vez em janeiro. Os outros 20 casos são da variante do Reino Unido e não há casos detectados da mutação da África do Sul.
O RT-PCR é considerado padrão-ouro no diagnóstico da COVID-19 por seus benefícios como ensaio qualitativo específico e simples e pela sensibilidade adequada para identificar precocemente a infecção. Veja mais detalhes aqui.
Testes já começam a circular
O Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas será o primeiro a usar o produto, mas kits estão sendo enviados também para Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul, Ceará e Rio de Janeiro.
Segundo Naveca, ainda não será possível atender todos os estados por causa da quantidade limitada de insumos comprados. “Mas com essa validação em escala maior, podemos ter isso em maior quantidade”, garantiu.
Importância da testagem em massa
O consórcio de veículos de imprensa informou na última terça-feira (23/02) que a média diária de mortes por COVID-19 no Brasil está acima de mil há 34 dias. No total, o país acumula 248.646 óbitos e 10.260.621 casos confirmados da doença.
Diante do crescente número de casos e da lentidão do programa nacional de imunização contra o novo coronavírus, a realização de testagem em massa na população se mostra uma alternativa promissora para conter os índices de contágios e mortes, visto que permite um melhor manejo de pacientes doentes, diminuição das subnotificações e adequação do planejamento sanitário para as realidades locais.
*Com informações do G1 e da Agência Brasil