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A infecção pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV) consiste em um vírus que afeta as células T humanas!
De acordo com o Ministério da saúde, o Brasil é o país com o maior número absoluto de casos de HTLV no mundo. Estimativas mostram que existem entre 700 mil e 2 milhões de pessoas infectadas. Contudo, a maioria são portadores assintomáticos.
Apesar de prevalente, o HTLV ainda passa despercebido pela maioria da população e pelos profissionais e gestores da saúde.
A infecção pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV)
Durante o curso da infecção, o HTLV-1 tende a infectar diferentes tipos celulares:
- Células dendríticas
- Macrófagos
- Monócitos
- Linfócitos T CD8+
Contudo, a principal infecção está nos linfócitos T CD4+, que vão funcionar como reservatórios para o vírus. Nos linfocitos T CD4+, o HTLV pode permanecer latente por um longo período. Além disso, como há uma taxa baixa de replicação, pode ocorrer alterações genéticas, a indução de proliferação celular ou lesão do sistema nervoso central (SNC).
Sintomas
A maior parte dos indivíduos infectados por HTLV permanece assintomático por um longo período. Entre essas manifestações, destaca-se:
- Leucemia/Linfoma de Células T
- Mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM): é uma doença desmielinizante crônica progressiva que afeta a medula espinal
- Disfunção cognitiva
- Encefalopatia
- Bexiga neurogênica
- Doença do neurônio motor
- Miopatias inflamatórias
- Há também manifestações clínicas importantes no olho, pele, pulmão, articulações, tireoide, coração e intestino
Por ser uma patologia multissistêmica, é necessário que o médico esteja atento a essa patologia.
Diagnóstico do vírus T-linfotrópico humano (HTLV)
O diagnóstico dessa patologia é clínico e conta com auxílio de exames.Dessa forma, ele baseia-se na detecção de anticorpos específicos por meio de testes imunoenzimáticos. Além disso, exames complementares auxiliam e ajudam a confirmar o diagnóstico das manifestações neurológicas do HTLV-1 como o exame do líquido cefalorraquiano (LCR).
Nesse âmbito, os exames de imagem como a ressonância magnética nuclear de crânio e de coluna cervical são úteis para afastar lesões expansivas ou desmielinizantes. Na foto abaixo, é possível observar a representação esquemática dos componentes morfológicos do HTLV-1 (HAM):
Diagnóstico diferencial
Dentre os principais diagnósticos diferenciais antes do diagnóstico definitivo de HAM são:
- Tumores medulares
- Esclerose múltipla
- Deficiência de vitamina B12 e folato
- Neurossífilis
- Paraplegias espásticas
Transmissão do vírus T-linfotrópico humano (HTLV)
Dentre as principais formas de transmissão do HTLV-1 tem-se:
- Transmissão vertical: de mãe infectada para o filho ou durante a amamentação
- Relação sexual desprotegida com parceiro infectado
- Compartilhamento de seringas e agulhas
Tratamento e prevenção
A terapia da infecção pelo HTLV-1 consiste, basicamente, em intervenções direcionadas às complicações resultantes da doença. Dessa forma, como não há cura para essa patologia, o paciente deverá ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
Além disso, é necessário promover a educação em saúde sobre essa patologia, para que não haja transmissão para outros indivíduos. Além disso, é necessário que haja uma difusão de conhecimento sobre a doença, visto que, ela é relativamente desconhecida pela população geral e por profissionais de saúde.
Referência bibliográfica
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de manejo clínico da infecção pelo HTLV. Disponível aqui. Acesso em 17 de Junho de 2022.
- ROSADAS et. al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV). 2020. Disponível aqui. Acesso em 17 de Junho de 2022.