O Instituto Butantan recebeu nesta quarta-feira (10) o segundo lote de insumos para a produção da vacina CoronaVac. O material com 5,6 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) foi enviado pela China e permitirá a produção de 8,7 milhões de doses do imunizante usado no combate à COVID-19.
O Instituto Butantan, que desenvolveu a vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac, recebeu o primeiro lote com 4,5 mil litros de IFA no início de fevereiro e deve encaminhar ambas as cargas ao Ministério da Saúde até o próximo dia 23.
A previsão do Butantan é que a produção de vacinas contra a COVID-19 alcance até 600 mil doses diárias com as duas remessas de matéria-prima.
Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto, a expectativa é que 100 milhões de doses estejam prontas até o início de setembro.
“Agora não paramos mais até completar as 46 milhões de doses, o que deve acontecer até abril. E, mais para frente, vamos receber os lotes para completar os 54 milhões. Ou seja, esperamos que até o fim de agosto, começo de setembro, os 100 milhões dessas vacinas já tenham sido entregues ao Brasil e isso vai permitir a vacinação de 50 milhões de pessoas, não só os idosos acima de 60 anos, mas também as outras categorias poderão ser incluídas”, declarou ao G1.
Vacinação para todos?
A chegada do novo lote de insumos animou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, que destacou a importância da admissão de novas vacinas. “É um momento muito especial que é a retomada do recebimento dos insumos, isso vai garantir que a gente possa vacinar mais os brasileiros de outras faixas etárias”, disse também ao G1.
Apesar da boa notícia, o programa de vacinação nacional está caminhando em passos lentos. Até agora são quatro milhões de vacinas aplicadas. Em São Paulo, são 1.020.106 pessoas imunizadas até agora.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, hospitais e centros de atendimento continuarão lotados até que pelo menos 25% da população seja imunizada. A porcentagem é referente aos 54 milhões de pessoas dos grupos prioritários definidos no Plano Nacional de Imunizações contra a COVID-19, do Ministério da Saúde.
A CoronaVac do Instituto Butantan
A CoronaVac promove a reação de sensibilização no organismo por meio de um mecanismo de inativação do vírus. Até agora, é a principal aposta brasileira no combate à COVID-19.
As pesquisas conduzidas no Brasil apontaram uma eficácia global de 50,38%. Isso significa que apenas 49,62% dos 12.508 voluntários recrutados para a terceira fase de testes, e infectados com o coronavírus, tiveram que procurar atendimento ambulatorial por conta de algum sintoma.
Em casos leves, que exigem algum cuidado médico, eficácia da vacina sobe para 78%. Nenhum dos voluntários vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu.
O imunizante teve 91,25% de eficácia em uma análise preliminar dos resultados na Turquia e 65,3% na Indonésia. Ao justificar as diferentes taxas de eficácia, a farmacêutica chinesa afirmou que os países usaram vacinas do mesmo lote em seus estudos, mas os protocolos de teste não eram idênticos.
*Com informações da CNN Brasil