Inteligência Artificial na Medicina: uma reflexão sobre sua utilidade e usabilidade| Colunistas

Inteligencia Artificial na Medicina - Sanar Medicina

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Possivelmente todos já ouviram falar no termo “Inteligência Artificial (IA)”, seja ele empregado em filmes de ficção científica ou, mais recentemente, em muitas das tecnologias que utilizamos no nosso cotidiano, como, por exemplo, os assistentes dos Smartphones: SIRI no IOS, Google Assistant no Android ou CORTANA no Windows. A IA é um ramo da ciência da computação que se propõe a desenvolver sistemas que simulem a capacidade humana de percepção de um problema, identificando seus componentes para resolver problemas e propor/tomar decisões. 

Essa tecnologia que, a priori, tem um nome futurista, na verdade já está há um certo tempo na nossa realidade se adequando às várias interfaces da nossa Sociedade. As áreas da saúde e, mais especificamente, a Medicina, já fazem uso da IA, e a cada dia se integram mais com ela. Visando a área da pesquisa médica, uma das principais contribuições é o arquivamento e análise dos dados obtidos dos casos clínicos dos pacientes, gerando um padrão nas informações. Assim, um quadro clínico mais específico, uma melhor associação de sintomas, uma melhor forma de diagnóstico e um melhor tratamento podem e têm sido obtidos a partir de programas e gadgets de pesquisa médica, em que sua principal diferença é a imensa quantidade de dados que podem ser analisados, gerando, assim, um padrão mais real, fidedigno e adequado da variável analisada.

O melhor exemplo disso é o Watson, um algoritmo desenvolvido pela International Business Machines (IBM), que trabalha a partir de análise de dados de literaturas científicas para sugerir as melhores opções de tratamento. A máquina não diz com exatidão qual caminho deve ser tomado, mas mostra todos os tratamentos indicados para cada caso. O provável resultado da utilização do algoritmo seria a maior qualidade científica nas decisões médicas refletida na qualidade de vida para o paciente.

Outro ponto da IA na área médica pode ser exemplificado por um estudo baseado no método algoritmo Deep Learning, elaborado por cientistas dos Estados Unidos, Alemanha e China, que visou a análise de um grande número de imagens radiológicas e tomográficas, produzindo um programa para melhor diagnóstico de algumas doenças específicas do estudo. Os testes obtiveram resultados incríveis, em que o programa superou em acertos diagnósticos até mesmo alguns especialistas de uma das áreas pesquisadas.

Mais exemplificações de onde IA se adentra na prática médica são as tecnologias vestíveis/corporais (wearable devices). Elas são extremamente funcionais, podendo obter informações contínuas sobre glicemia, ECG e movimento, podendo, também, gerar ações automatizadas, como injetar insulina ou dar uma descarga elétrica de um desfibrilador subcutâneo. Vale ressaltar que todas as informações são captadas por um programa de celular do paciente, podendo ser compartilhadas com o seu médico.

Todavia, uma das maiores ponderações à IA é o fato de que ainda não há uma forma completa de análise para “enxergar” o paciente como um todo. Nessa linha crítica, um homem pode vir ao consultório reclamando de dores abdominais, mas, durante o exame, o médico percebe uma lesão insensível no seu pé, que o conduz à pesquisa e, em seguida, diagnóstico de Diabetes Mellitus. O algoritmo não teria como prever a lesão, já que a queixa inicial era dor abdominal e nada havia sido mencionado sobre o pé.

IMAGEM-ILUSTRATIVA

Dessa forma, embora muito tenha a complementar e adicionar na prática médica, a IA ainda está relativamente longe de se equiparar ao Feeling Clínico do profissional, afinal, esse pode ver, tocar, perguntar e analisar o paciente na sua frente de uma forma mais integral e completa do que qualquer máquina, programa ou algoritmo da atualidade. Mas a pergunta que fica é: até quando? 

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