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Interpretando artigos científicos: como não cair em armadilhas

Interpretando artigos científicos: como não cair em armadilhas

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Você é estudante de medicina, lê artigos científicos mas não sabe qual a melhor forma de filtrá-los? Então, leia este texto!

Você já ouviu falar de Medicina Baseada em Evidências? E em Medicina Enviesada por Evidências? Ler e estudar artigos científicos é essencial para o médico ou estudante de medicina. Entretanto, saber como não cair em armadilhas na hora de ler esses artigos é fundamental!

É comum que vejamos a publicação de artigos de má qualidade, que apresentem conflitos de interesse… Tão constante quanto esses movimentos é a elaboração de materiais metodologicamente fracos e até mesmo fraudados.

E, apesar do assunto ter se tornado popular durante a pandemia, esse não é um problema que surgiu agora. Há anos, debates sobre plágios e confiabilidade em artigos é pautado na academia.

Para te ajudar nessa tarefa, listamos dois pontos que vão te prevenir de estudos de má qualidade.

Cum hoc, ergo propter hoc

Esse é um exemplo fácil de falácia que você não quer cometer e deve ficar atento para descobrir se algum estudo não caiu nela.

Basicamente, ela fala que não é necessariamente porque uma coisa antecedeu ou aconteceu ao mesmo tempo que outra que ela foi a causadora dessa segunda coisa.

Um exemplo disso? Olhando apenas os números, poderíamos associar filmes do Nicolas Cage ao número de afogamentos em piscinas nos últimos 10 anos. Mas, não é pela coincidência deles seguirem uma relação de aumento/queda anual que uma coisa influencia na outra, certo?

Ao mesmo tempo, não é possível afirmar que, após dar um medicamento ao paciente e ele apresentar uma melhora, apenas analisando essas duas informações, que o remédio foi responsável pela melhora no quadro. Só os estudos científicos, e a medicina baseada em evidências, que poderá nos indicar isso.

Hierarquia nos estudos científicos

Além de ficar atento a falácia acima, também é necessário entender a ordem e a hierarquia nos estudos científicos. Afinal, não é porque há uma causalidade entre os filmes do Nicolas Cage e afogamentos que precisamos desenvolver um estudo para analisar se uma coisa causa a outra, certo?

Tudo começa com uma ideia, mas para dar força a ela (e a própria pesquisa) é necessário analisar se a hipótese é plausível, consistente, coerente e tem temporalidade.

Assim, apenas a temporalidade, como acontece no caso acima, não garante uma boa probabilidade pré-teste.

Quer aprender de vez a interpretar artigos científicos?

O eletrofisiologista Dr. José de Alencar, autor do Manual de ECG, traz em sua nova obra a MBE dissecada.

Manual de Medicina Baseada em EvidênciasComo Interpretar Artigos Científicos foi pensado para ser um manual de leitura de evidências, conduzindo os estudantes ao pensamento científico embasado.

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Sugestão de leitura complementar