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Manual de Atendimento Pré-Hospitalar

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Índice
2.3

CENÁRIO DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

O solicitante do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), amigo da vítima, relatou ao TARM que o paciente, de 23 anos, do sexo masculino, apresentou lesão ocular devido a trauma com objeto pontiagudo em evento desportivo. Ao falar com o médico regulador, o amigo refere que o paciente é previamente hígido, sem doenças oculares prévias e que o paciente queixa- -se de dor muito forte em olho direito, associada à visão borrada e dificuldade de abrir o olho, devido a inchaço, vermelhidão no olho e irritação com a luz.

AVALIAÇÃO DA CENA DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

Ao chegar ao endereço fornecido, a equipe certificou-se de que o ambiente não oferecia risco aos socorristas e ao paciente e que se tratava de um local seguro, sendo, portanto, iniciado o atendimento.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

A: via aérea pérvea. Sem necessidade de imobilização de coluna cervical com colar cervical.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

Sinais vitais: Pressão arterial: 130x90mmHg em membro superior direito. Frequência cardíaca: 105 bpm. Frequência respiratória: 18 irpm; temperatura axilar: 36,5ºC. S: refere dor intensa em olho direito, associada à turvação visual, fotofobia, lacrimejamento e edema bipalpebral. A: nega alergias

PONTO DE DISCUSSÃO DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

1. Qual diagnóstico do paciente? 2. Em quais situações deve-se haver alto nível de suspeição para tal? 3. Como podem se classificar as lesões provenientes desse tipo de trauma? 4. Qual a forma mais adequada de conduzir inicialmente esse paciente? 5. Há algum procedimento que pode ser feito para evitar consequências irreversíveis?

DISCUSSÃO DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

Lesões orbitárias e oculares não são incomuns e tendem a resultar de trauma facial direto. Embora lesões no globo ocular não sejam frequentes é essencial que elas sejam pesquisadas sempre que houver trauma facial e orbital, visto que o tratamento adequado definirá o prognóstico e a reversibilidade do quadro visual do paciente.

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

Embora o diagnóstico de trauma ocular seja fácil quando somado história clínica e exame físico, é importante termos em mente diagnósticos diferenciais da dor ocular, que ocorrem com ou sem baixa acuidade visual (BAV).

OBJETIVOS DE APRENDIZADO/COMPETÊNCIAS DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

• Reconhecer precocemente lesões oculares em pacientes vítimas de trauma. • Saber identificar os fatores que aumentam a suspeição de trauma ocular. • Conhecer os principais mecanismos de trauma ocular e fratura de órbita. • Saber identificar as diferenças entre as apresentações clínicas decorrentes de cada mecanismo de lesão/fratura. • Conduzir inicialmente o paciente com trauma óculo-orbitário leve ou grave e encaminhá-lo para serviço de referência. • Conhecer outras afecções com sintomatologia semelhante.

PONTOS IMPORTANTES DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

1. A queimadura química é a urgência ocular que requer tratamento mais precoce, sendo esse por meio da lavagem copiosa de toda a superfície ocular, incluindo os fundos de saco conjuntivais (superior e inferior) e a remoção do agente agressor, melhorando o prognóstico do paciente.

SOLUÇÃO DO CENÁRIO DO CASO DE EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 17

Hipótese Diagnóstica: trauma ocular mecânico com ferimento por corpo estranho. Procedimentos: paciente apresentava quadro clínico compatível com trauma ocular mecânico, que gerou ferimento ocular devido ao contato com um corpo estranho de forma traumatizante, com média quantidade de energia. Foi submetido à monitorização com oximetria de pulso na ambulância e aferidos sinais vitais. Foi realizado curativo oclusivo em olho direito, não compressivo, com gaze umedecida em soro fisiológico para proteger o local, e encaminhado ao serviço oftalmológico de emergência de referência da cidade

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