Causa solicitada: “inconsciência” O solicitante do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), filho da vítima M.J.S.S., 51 anos, sexo feminino, encontrou a paciente caída ao chão, com provável rebaixamento agudo do nível de consciência e provável queda da própria altura. Referiu que paciente é também hipertensa, diabética e possui transtorno psicótico acompanhada pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-Geral). Foi encaminhado, pelo médico regulador, Unidade de Suporte Avançado (USA).
Ao chegar ao endereço fornecido, a equipe certificou-se de que o ambiente não oferecia risco aos socorristas e ao paciente e que se tratava de um local seguro, sendo, portanto, iniciado o atendimento
A: vias aéreas sem obstrução ou sialorreia. B: bradipneica (FR 6 irpm), Sat O2 90-92%.
S: tremores esparsos observados A: nega alergias (relato familiar) M: uso de lorazepam 6mg/dia, olanzapina 20mg/dia, losartana 100mg/ dia e metformina 1.500mg/dia (última prescrição da paciente) P: internações recorrentes desde o diagnóstico de esquizofrenia em 2001 (descrição médica registrada em receituário) L: não se sabe última refeição (relato familiar); familiar havia saído de manhã e só voltara pela noite; Dx 154mg/dL E: filho informou que paciente não fazia uso de medicação de forma apropriada e regular
1. Quais as prováveis hipóteses diagnósticas para o caso clínico descrito? 2. Sobre o manejo pré-hospitalar, é necessária proteção de vias aéreas para a paciente em tela? 3. Quais os potenciais riscos para a paciente se não houver o manejo pré-hospitalar desejado? 4. Quais os princípios do tratamento hospitalar?
Define-se hipotermia (HT): temperatura corpórea central menor que 35ºC. Situação potencialmente severa, de alta mortalidade mesmo com adequado manejo, tendo em vista a predominância do clima quente do Brasil, contudo regiões Sul e Sudeste atende a casos de hipotermia primária, ou seja, apenas exposição ao frio. Assim, a geração de calor, que se dá pela produção celular, é perdida por pelo menos um dos quatro mecanismos a seguir: i) Irradiação: responsável pela maior perda (50-70%), maior quando despido e ereto
O correto diagnóstico se baseia na diferenciação entre hipotermia primária e secundária, além de condições associadas ao quadro. Devido às condições climáticas da região, que quase impossibilitam a exposição ao frio, a hipótese de hipotermia secundária foi aventada. O quadro clínico não é sugestivo de AVE, apesar de que ambas as condições podem estar relacionadas
• Descrever sobre o diagnóstico de hipotermia e seus potenciais risco no ambiente pré-hospitalar. • Apresentar apropriado manejo clínico da condição clínica.
1. Deve-se considerar hipotermia em cenários que envolvam a exposição ao frio, intoxicações exógenas e condições endócrinas. Atentar- -se aos grupos de risco. 2. Define-se hipotermia: temperatura central menor que 35ºC. 3. Paciente que sente frio deve ser tratado como hipotermia.
Hipótese diagnóstica: hipotermia Procedimentos: a avaliação primária foi devidamente realizada, conforme o protocolo de intervenção do SAMU e do ATLS. Além disso, a avaliação secundária nesses casos orienta para possíveis complicações adicionais, como alterações súbitas do nível pressórico, desregulação glicêmica (hipo/hiperglicemia), estado confusional agudo, acidente vascular encefálico e intoxicação endógena. Esta última parece ter sido a causa da hipotermia evidenciada in loco. O uso concomitante de antipsicótico (olanzapina) com benzodiazepínico predispõe ao agravamento da hipotensão e da depressão respiratória