A decisão terapêutica deve-se basear no risco cardiovascular considerando a presença de fatores de risco, lesão em órgão-alvo e/ou doença cardiovascular estabelecida, não apenas no nível da PA. Modificações de estilo de vida têm impacto favorável nos fatores de risco envolvidos no desenvolvimento ou agravo da HAS. Assim, devem ser indicadas indiscriminadamente
Hipertensos estágios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e médio: < 140/90mmHg
Controle de peso (IMC < 25kg/m² e a circunferência abdominal < 102 cm para os homens e < 88cm para as mulheres)
Ser eficaz por via oral. • Permitir a administração em menor número possível de tomadas, com preferência para dose única diária. • Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou de interação química dos compostos. • Ser utilizado por um período mínimo de quatro semanas, salvo em situações especiais, para aumento de dose, substituição da monoterapia ou mudança das associações em uso. • Ser seguro e bem tolerado e com relação de risco/benefício. • Ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação, podendo ser aumentadas gradativamente ressalvando-se que, quanto maior a dose, maiores serão as probabilidades de efeitos adversos. • Ser considerado em associação para os pacientes com hipertensão em estágios 2 e 3 e para pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular que, na maioria das vezes, não alcançam a meta de redução da pressão arterial preconizada com a monoterapia. • Ter demonstração, em ensaios clínicos, da capacidade de reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares associadas à hipertensão arterial (característica para preferência de escolha).
Fibras, proteína de soja, oleaginosas, laticínios, alho, café, chá e outros • Moderação no consumo de álcool • Exercícios físicos • CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) e outras formas de tratamento da síndrome da apneia/hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) • Controle do estresse psicossocial: Meditação, musicoterapia, yoga • Respiração lenta: dez respirações por minuto por 15 minutos diário • Controle do diabetes e das dislipidemias • Cuidados com substâncias hipertensivas: esteroides, narcóticos, antidepressivos, AINH
O objetivo primordial do tratamento é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a PA, mas também os eventos cardiovasculares fatais e não-fatais, e, se possível, a taxa de mortalidade.
A monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HAS estágio 1, e com risco cardiovascular baixo a moderado. O tratamento deve ser individualizado, e a escolha inicial do medicamento como monoterapia deve-se basear nos seguintes aspectos:
Em cerca de 2/3 dos casos, a monoterapia não é suficiente para atingir as reduções de pressão previstas, e sendo interessante a administração combinada de medicamentos, principalmente em certos grupos de pacientes:
Diuréticos com outros diuréticos de diferentes mecanismos de ação • Diuréticos com simpatolíticos de ação central • Diuréticos com betabloqueadores • Diuréticos com inibidores da ECA • Diuréticos com bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II • Diuréticos com inibidor direto da renina • Diuréticos com bloqueadores dos canais de cálcio • Bloqueadores dos canais de cálcio com betabloqueadores • Bloqueadores dos canais de cálcio com inibidores da ECA • Bloqueadores dos canais de cálcio com bloqueadores do receptor AT1 • Bloqueadores dos canais de cálcio com inibidor da renina
A adesão ao tratamento é definida como o grau de coincidência entre a prescrição e o comportamento do paciente. Vários são os determinantes para a não-adesão ao tratamento. Os percentuais de controle de PA são muito baixos (20-40%), apesar das evidências de que o tratamento anti-hipertensivo é eficaz em diminuir a morbidade e mortalidade cardiovascular. A taxa de abandono, grau mais elevado de falta de adesão, é crescente conforme o tempo decorrido após o início da terapêutica