É principalmente baseado na história clínica, exame físico e laboratorial, auxiliados pelos exames de imagem.
A história clínica detalhada inclui antecedentes pessoais, epidemiológicos, familiares e início e progressão dos sintomas. Por exemplo, na doença de Chagas, dados como residência em área endêmica e familiares com a doença, associados à sintomatologia de IC, sugerem a etiologia. Já a presença de angina pectoris, antecedentes de IAM, aterosclerose, área hipofuncionante em eletrocardiograma e disfunção seguimentar no ecocardiograma sugerem etiologia isquêmica.
A sensibilidade e especificidade da avaliação clínica para diagnosticar a doença é relativamente baixa, fazendo-se necessária a análise de exames complementares. A avaliação inicial deve incluir hemograma para avaliar anemia, eletrólitos, função renal, glicemia, hemoglobina glicada, perfil lipídico, função hepática, além de uranálise, função tireoidiana, troponina, CPK, ácido úrico e sorologias.
O peptídeo natriurético tipo B (BNP) e o NT-proBNP são os biomarcadores mais utilizados para diagnosticar IC, servindo também para prognóstico de mortalidade e internação. Seus valores aumentam proporcionalmente à distensão da parede ventricular e se relacionam com a fração de ejeção (FE) e com casos de hipervolemia.
O ecocardiograma Doppler bidimensional é o exame mais utilizado para avaliação anatômica e funcional do coração, pois é um exame barato, rápido e não invasivo, que pode ser realizado à beira do leito, tanto no repouso quanto no esforço. É um bom método para avaliar função global e regional do VE, da função sistólica e diastólica, função valvar, aorta, veia cava, pericárdio e presença de trombos intracavitários. Além disso, é um bom exame para monitorar a resposta do paciente a diversas terapias.
Na avaliação de um paciente com IC, obrigatoriamente, faz-se a radiografia de tórax. A partir dela, avalia-se a presença de cardiomegalia, linhas B de Kerley, dilatação de câmaras atriais e ventriculares, congestão pulmonar e derrames pleurais. Contudo, a ausência desses sinais não exclui o diagnóstico, principalmente em pacientes com IC aguda ou com função sistólica preservada.
Alterações eletrocardiográficas são frequentes, como presença de arritmias, sinais de sobrecarga atrioventriculares, bloqueios de ramo e desvio de eixo elétrico. Contudo, sua aplicação é mais relevante para excluir disfunção ventricular sistólica, pois o eletrocardiograma normal tem valor preditivo negativo maior que 90%.
Utilizada para avaliar o coração funcional e morfologicamente, permite a visualização do pericárdio e dos grandes vasos e a avaliação global e segmentar da função ventricular esquerda e direita, sistólica e diastólica, e da perfusão miocárdica.
A coronariografia está indicada em pacientes com angina ou com evidência de isquemia miocárdica. Os pacientes com IC em investigação etiológica e refratários ao tratamento devem ser submetidos à angiografia coronariana, já que a doença coronariana está presente em aproximadamente 67% dos pacientes com disfunção ventricular. Entre outras indicações, estão: avaliação em candidatos a transplante cardíaco, auxílio na indicação de tratamento cirúrgico em disfunções valvares, aneurismas ventriculares e obstruções coronarianas.
O teste de esforço é utilizado nestes casos para avaliar a função cardiorrespiratória, estratificar prognóstico e fornecer informações importantes para a seleção de candidatos ao transplante cardíaco. Ele consiste em um teste de esforço associado à medida da ventilação pulmonar e à análise da oxigenação e de gás carbônico do ar expirado.