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Manual de Cardiologia para Graduação

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Índice
10.3

ESTENOSE MITRAL

A anatomia da válvula mitral é composta pelo anel mitral, cúspides valvares, cordoalhas tendíneas e músculos papilares.

ETIOLOGIA DA ESTENOSE MITRAL

A causa predominante de estenose mitral é a febre reumática, estando presente em 99% das estenoses mitrais ao tempo da troca da valva. Cerca de 25% dos pacientes com doença cardíaca reumática apresentam somente a estenose mitral, enquanto 40% apresentam regurgitação mitral concomitante. Dois terços dos pacientes com cardite reumática são mulheres.

FISIOPATOLOGIA DA ESTENOSE MITRAL

Normalmente, logo após o VE começar a relaxar após a contração (diástole), a válvula aórtica se fecha, a válvula mitral se abre e um pouco de sangue flui do AE para o VE. Em seguida, o AE se contrai e ejeta mais sangue para o ventrículo ipsilateral.

SINAIS E SINTOMAS DA ESTENOSE MITRAL

Muitos dos pacientes são assintomáticos, e pode ocorrer um período de latência de 20 a 40 anos entre o acometimento pela doença e o começo dos sintomas.

EXAME FÍSICO PARA DIAGNOSTICAR A ESTENOSE MITRAL

Na estenose mitral grave, devido ao baixo debito cardíaco e à vasoconstricção sistêmica, pode ser observado fácies mitral, com manchas róseo- purpúricas que surgem nas bochechas do paciente. Na maioria das vezes, o pulso arterial está normal, porém, nos pacientes com volume sistólico reduzido, pode se apresentar com baixa amplitude. Em relação à IC direita, pode haver edema em membros inferiores, distensão hepática e estase jugular. O Ictus cordis pode estar desviado para esquerda, e com o paciente em decúbito lateral esquerdo, o frêmito diastólico em área mitral é perceptível.

EXAMES COMPLEMENTARES PARA DIAGNOSTICAR A ESTENOSE MITRAL

Ecocardiograma Importante para diagnóstico e avaliação do grau de acometimento da função e anatomia da valva com estenose. Na maioria das vezes, faz-se o ecocardiograma transtorácico (ETT), porém há situações em que é usado o método transesofágico, como em pacientes que apresentam fenômeno tromboembólico, pela melhor acurácia para identificação de trombos, e nos candidatos à valvoplastia percutânea.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO PARA A ESTENOSE MITRAL

Não tem efeito direto sobre a estenose, só no alívio dos sintomas. Na estenose mitral discreta, com paciente assintomático e em ritmo sinusal, não há necessidade de intervenção farmacológica. Nos pacientes com a doença moderada a grave, pode ser indicado durante o tempo de aguardo para o procedimento intervencionista, visando melhora da qualidade de vida ou controle de complicações como a fibrilação atrial.

TRATAMENTO INVASIVO PARA A ESTENOSE MITRAL

Há dois tipos de tratamento intervencionista na estenose mitral: a valvuloplastia mitral percutânea por cateter-balão (VMCB) e a cirurgia (comissurotomia ou troca valvar). O momento e a modalidade escolhida dependem dos sintomas e do risco cirúrgico do paciente

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