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Manual de Cardiologia para Graduação

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Índice
10.2

INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

Na insuficiência aórtica ou tricúspide (IAo), ocorre retorno do fluxo sanguíneo da artéria aorta para o ventrículo esquerdo na fase diastólica, em decorrência de uma incompetência valvar que impede seu fechamento adequado. Ela geralmente se desenvolve de maneira insidiosa, com uma morbidade muito baixa durante uma longa fase assintomática. Alguns pacientes, porém, podem exibir progressão da lesão regurgitante com desenvolvimento de IAo importante com disfunção sistólica ventricular esquerda e insuficiência cardíaca.

ETIOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

Entre as principais causas dessa anormalidade valvar se encontra a febre reumática – responsável por 85% dos casos – dilatação aórtica idiopática, pós- endocardite infecciosa, valva aórtica bicúspide (principal causa congênita), hipertensão arterial sistêmica, degeneração mixomatosa, dissecção de aorta e síndrome de Marfan. Entre as causas menos frequentes, incluem-se lesões traumáticas, aortite sifílica, osteogênese imperfeita, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, doença de Whipple, doença de Crhon e Síndrome de Ehler Danlos e Síndrome de Reiter.

FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

Insuficiência aórtica crônica: Na IAo, há um somatório do volume proveniente do átrio com o regurgitado pela valva aórtica, o que acarreta maior volume diastólico e sistólico final, no VE. Esse maior volume na câmara ventricular leva à hipertrofia concêntrica e excêntrica, desgastando gradualmente a função de bombeamento ventricular. Devido a essa hipertrofia, aumenta-se o consumo de oxigênio pelo miocárdio, o que pode provocar isquemia tecidual.

SINAIS E SINTOMAS DA INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

O paciente pode ficar assintomático por décadas se a insuficiência for crônica. Já o quadro agudo, é uma situação de emergência. Os sintomas encontrados na IAo aguda são, principalmente: dispneia, hipotensão, palidez, sudorese, cianose e pulso filiforme. Quando há IC instalada, observa- se sintomas como dispneia aos esforços, ortopneia, lipotimia, síncope, entre outros.

EXAME FÍSICO PARA DIAGNOSTICAR AINSUFICIÊNCIA AÓRTICA

O mais importante no exame físico é a diferença entre a pressão arterial diastólica e a pressão arterial sistólica, ou seja, a ampla pressão de pulso. Isso repercute de forma periférica, originando sinais clássicos de IAo (tabela 2). Os pulsos arteriais são amplos e visíveis, e o Ictus cordis é hiperdinâmico, difuso e deslocado para baixo e para esquerda. A 1ª bulha pode estar normal ou hipofonética, e a 2ª bulha se encontra inaudível.

EXAMES COMPLEMENTARES PARA DIAGNOSTICAR AINSUFICIÊNCIA AÓRTICA

Ecocardiograma É o principal exame, pois é possível identificar a etiologia, quantificar a gravidade e avaliar a morfologia da valva, além de analisar a função ventricular esquerda, de modo que permite determinar o momento para cirurgia. Ele também é utilizado para reavaliação de assintomáticos, de paciente com mudanças de sintomas e após cirurgia valvar.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO PARA DIAGNOSTICAR AINSUFICIÊNCIA AÓRTICA

O uso de medicamento é utilizado como suporte antes da cirurgia ou para pacientes com alto risco cirúrgico. Nesses casos, os fármacos de escolha são os vasodilatadores arteriais, como nifedipino de ação prolongada, IECAs e hidralazina

TRATAMENTO CIRÚRGICO PARA DIAGNOSTICAR AINSUFICIÊNCIA AÓRTICA

Indica-se a troca valvar para pacientes sintomáticos, com diâmetro sistólico final do VE > 55mm, diâmetro diastólico final do VE > 75mm ou com função ventricular < 50%. Em caso de IAo aguda, a indicação cirúrgica é tratada como uma urgência, devido à baixa capacidade de adaptação do coração em suportar a sobrecarga de volume.

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