A SCASST varia de angina instável (AI) ao infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSST). A AI se diferencia da estável devido ao seu mecanismo fisiopatológico, caracterizado pela ruptura da placa aterosclerótica, acompanhada do estreitamento arterial por trombo não oclusivo. A AI é um surto agudo ou subagudo de isquemia miocárdica, sem que haja necrose dos cardiomiócitos, mas cerca de 10% dos pacientes evoluem para IAM. Suas formas de apresentação são mostradas na tabela 8, e sua classificação mais utilizada é proposta por Braunwald (tabela 9), que evidencia as diferenças no prognóstico dos pacientes conforme o subgrupo em que eles se situam
A patogênese do IAMSST é qualitativamente idêntica a da AI, tendo diferença apenas quantitativa. No IAMSST, há menor proteção de colaterais e o trombo suboclusivo se formou mais rapidamente, com pequena flutuação, resultando em uma isquemia mais grave. Se diferencia da AI pela elevação dos marcadores de necrose miocárdica - CK-MB, mioglobina, troponinas - devido à formação de pequenos focos esparsos de necrose miocárdica.
Dor ou desconforto profundo precordial ou no membro superior esquerdo, iniciada em repouso ou desencadeada por estresse emocional ou mínimos esforços, que costuma persistir por 10 minutos. Não é aliviada com nitrato ou repouso, ao contrário da angina estável, e possui padrão progressivo. Pode ser classificada conforme a gravidade de sintomas, manifestações clínicas e tratamento.
As SCASST possuem espectro extenso de gravidade, variando de AI a IAM. Devido a essas diferenças de manifestações clínicas, é importante determinar sua estratificação de risco, que ajuda a estabelecer estratégias terapêuticas adequadas a cada caso.
A avaliação inicial prioriza determinar se os sintomas são ou não causados por isquemia miocárdica e, se forem, qual o nível de risco. A probabilidade de ocorrer IAM pode ser estimada pela história clínica, exame físico e pelo eletrocardiograma. Em pacientes jovens, com suspeita de SCA, é importante questionar sobre o uso de cocaína, que pode causar vasoespasmo coronariano e trombose e elevar FC e PA.
tabela
A terapia intervencionista deve conter administração de AAS, inibidor do ADP plaquetário, betabloqueador, anticoagulante, inibidor de IIb/IIIa plaquetário, além da realização de uma cineangiocoronariografia precoce e e angioplastia com colocação de stent. A angiografia coronariana imediata, até 48 horas após a admissão no pronto-socorro, é a melhor conduta em pacientes com IAMSST e angina de alto risco.