Ceratite é a inflamação da córnea, podendo ser causada por agentes infecciosos, traumas, doenças autoimunes, dentre outros. A sua incidência varia de acordo com cada tipo, sendo as mais comuns as infecciosas e a mais grave a por bactérias, variando a agressividade a depender da virulência do microrganismo e a integridade da córnea
Ceratite bacteriana, viral e fúngica: As ceratites infecciosas apresentam-se comumente quando o patógeno consegue invadir o epitélio corneano comprometido. Elas podem ser divididas em: bacterianas, virais e fúngicas. Em ceratites bacterianas, as bactérias mais comuns são: P. aeruginosa, S. aures, S. piogenes, S. pneumoniae, Pseudomonas sp (mais comum em usuário de lentes de contato), Streptococcus sp e Proteus sp. Ceratite supurativa: Ocorre, comumente, devido ao uso contínuo e incorreto de lentes de contato, decorrente de má higienização e suporte de armazenamento inadequado. É caracterizada pela intensa produção de pus resultante da inflamação. A infecção é possibilitada pela lente que pode romper o tecido epitelial e favorecer a adesão dos agentes infecciosos à córnea.
Ceratite Sicca e Síndrome de Sjogren: A ceratite sicca é uma doença de evolução crônica normalmente causada pela diminuição ou irregularidade do filme lacrimal devido à atrofia progressiva da glândula lacrimal ou aumento da evaporação lacrimal. As condições de baixa umidade, contato direto com o vento, ambientes com ar condicionado e a variação hormonal são propícias para a piora do quadro. Costuma ser três vezes mais incidente em mulheres com o pico de aparição após os 40 anos. Ceratite traumática: É causada pela exposição a agentes nocivos, na maioria acidentais, que causam a inflamação da córnea. Pode ser causada por agentes químicos (fármacos, solventes, ácidos, bases, álcoois), térmicos (soldas, exposição a luz ultravioleta), de exposição (fechamento inadequado das pálpebras pós trauma ou por proptose), elétrica, por lente de contato e por corpo estranho (presença de ciscos, sementes ou areia). O desenvolvimento da lesão é diretamente proporcional à exposição, à duração, à quantidade e à penetração do agente causador.
Paciente 42 anos, sexo masculino, trabalha em serralheria com cargo de soldador. Chega ao pronto-socorro referindo intensa dor em olho direito há dois dias, com hiperemia conjuntival, sensação de corpo estranho, lacrimejamento constante e fotofobia. Refere não ter usado o EPI, pois o atrapalha no trabalho.