Trata-se de uma infecção viral aguda que acomete as vias respiratórias, de elevada transmissibilidade e distribuição mundial. Em geral, tem evolução benigna, autolimitada, com resolução espontânea do quadro em torno de sete dias, podendo, contudo, cursar com quadros graves e fulminantes, principalmente nos grupos de maior risco para complicações. É doença sazonal, de ocorrência anual, porém é mais frequente nos meses do outono e do inverno, principalmente no sul e sudeste do país. Apresenta grande capacidade em causar epidemias.
O vírus Influenza é um RNA vírus, pertencente à família Ortomixiviridae e se subdivide em três tipos antigenicamente distintos: A, B e C, sendo que o tipo A é o principal responsável pela ocorrência de epidemias, devido à sua alta capacidade de mutação antigênica e variedade de subtipos (como o Influenza A H1N1).
Início súbito, com sintomas de Síndrome Gripal (SG): febre, tosse seca, odinofagia, mialgia, cefaleia e prostração, sem outro diagnóstico específico, e geralmente com resolução espontânea em aproximadamente 7 dias. Podem ocorrer sintomas gastrointestinais, rouquidão e hiperemia conjuntival.
Casos de SG, SRAG, quadro de insuficiência respiratória aguda durante o período sazonal.
• Reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa (RT-PCR) em tempo real – padrão ouro: a amostra clínica preferencial é a secreção da nasofaringe (deve ser coletada até o 7o dia após o início dos sintomas). • Radiológico: infiltrado intersticial localizado ou difuso; condensação lobar ou segmentar.
• Outras infecções pelo vírus Influenza. • Pneumonia.
• Ambulatorial: sintomáticos e hidratação. • Iniciar antiviral: Fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) empírico, de preferência, nas primeiras 48 horas do início dos sintomas, independente da condição vacinal. • Orientar sobre medidas de precaução e sinais de agravamento.
• Ambulatorial: sintomáticos e hidratação. • Orientar sobre medidas de precaução e sinais de agravamento. • Fosfato de oseltamivir: se o critério médico considerar necessário. • Orientar retorno ao hospital se houver piora do quadro clínico. • Surgimento de sinais de agravamento: oferecer o fosfato de oseltamivir de imediato.
• Internação hospitalar com precaução para gotículas. • Preencher ficha de notificação. • Avaliação rigorosa e tratamento de suporte: reposição volêmica, oxigenoterapia e monitoramento clínico.
• Instabilidade hemodinâmica. • Sinais de insuficiência respiratória. • Outras disfunções orgânicas (insuficiência renal, hepática, alteração do nível de consciência). • Hipoxemia moderada a grave: relação PO2/FiO2 < 300, caracterizando lesão pulmonar aguda. • Aumento significativo de DHL e CPK (marcadores prognósticos).
•Todos os pacientes internados em UTI. • Pacientes internados: recomendada principalmente se apresentam infiltrado lobar ou escarro purulento. – Ceftriaxone ou Amoxicilina/clavulanato + Claritromicina ou Azitromicina ou Quinolona respiratória IV. Duração de 7 a 10 dias.
• Notificar a vigilância epidemiológica local: casos de SRAG, óbitos por SRAG, surtos de SG. • Higienizar as mãos antes e depois do contato com o paciente. • Precaução para gotículas: uso de máscara cirúrgica ao entrar no quarto. • Manter paciente preferencialmente em quarto privativo. • Procedimentos que geram aerossóis (intubação, aspiração de via aérea e nebulização): uso obrigatório de equipamento de proteção individual pelo profissional da saúde durante o procedimento – máscara tipo N95
A vacinação contra influenza sazonal anual é a medida preventiva mais eficaz, proporcionando imunidade efetiva e segura durante o período de circulação sazonal do vírus. A vacina é composta por vírus inativados. A composição é atualizada a cada ano, de acordo com as cepas circulantes.
Constitui medida preventiva adjuvante da vacinação. O uso profilático indiscriminado do antiviral leva ao aparecimento de resistência viral. Portanto, a quimioprofilaxia com o Oseltamivir está indicada no período máximo de 48 horas após exposição aos casos suspeitos ou confirmados de influenza.
O vírus Influenza A H1N1 é um vírus triplo-recombinante, derivado dos vírus influenza A humano, suíno e aviário, com alto potencial de disseminação entre as populações. Normalmente, cursa com quadro clínico oligossintomático, com resolução espontânea em até sete dias. No entanto, alguns casos podem evoluir para a forma grave da doença, a síndrome respiratória aguda grave, sendo indispensável a investigação e vigilância dos grupos de risco para complicações e dos sinais de agravamento. O tratamento empírico com o antiviral específico está indicado para pacientes com fatores de risco para complicações, pacientes com sinais de agravamento ou com síndrome respiratória aguda grave, independentemente do histórico vacinal e da confirmação do diagnóstico, preferencialmente, até 48 horas após o início dos sintomas.
Paciente do sexo masculino, 30 anos, comparece ao hospital devido à tosse seca, rinorreia e mialgia, há quatro dias. Relatou febre no dia anterior de 38,5 ºC. Nega doenças de base, uso de medicações, tabagismo ou etilismo. Exame físico pulmonar sem alterações, foi submetido à radiografia de tórax, a qual revelou opacidade em lobo pulmonar inferior direito. Aos exames complementares: leucócitos de 5700 mm, neutrófilos 4845 mm, bastonetes 161 mm, linfócitos 483 mm, monócitos 322 mm e eosinófilos de 57 mm; hemoglobina de 14,3 g%, plaquetas de 202.000/mm. Foi iniciada antibioticoterapia com Levofloxacino oral e coletada amostra de secreção de nasofaringe. Há 1 dia paciente evoluiu com piora clínica, apresentando dispneia, FR = 40 irpm, dor torácica ventilatório-dependente, desidratação, PA = 90x60 mmHg, Sat O2 = 85% em ar ambiente e 92% com máscara facial a 15 L/min. Nova radiografia de tórax revelou infiltrado intersticial pulmonar difuso com broncograma aéreo, bilateralmente. Gasometria arterial: PaO2: 60 mmHg. Realizada internação hospitalar, solicitados exames complementares (hemograma, DHL, CPK, função renal) e iniciado tratamento específico;