Meningite é uma doença que resulta de um processo inflamatório das meninges, que são as membranas que recobrem o encéfalo e a medula espinhal. As etiologias são diversas, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e, mais raramente, parasitas (protozoários e helmintos), sendo que, algumas etiologias podem cursar com quadros graves, com alta letalidade, mesmo com o tratamento adequado, ou ainda apresentar evolução para quadros hemorrágicos, que se confundem com outras infecções como febre maculosa, dengue etc. A doença meningocócica (DM), causada pela Neisseria meningitidis (meningococo) e os vírus são os principais responsáveis por surtos e epidemias.
Bacteriana; Viral; Fúngica; Meningite criptocócica;
A transmissão ocorre através do contato com secreções respiratórias do portador do agente patogênico (inalação de gotículas de secreção de vias aéreas). As meningites virais (especificamente causadas por enterovírus) geralmente são transmitidas por via fecal-oral.
O quadro clínico da meningite caracteriza-se por febre de início súbito, associada à cefaleia, prostração, náuseas, vômitos, hiporexia, rigidez de nuca, mialgia, agitação, fotofobia e sinais meníngeos.
• Cultura (padrão ouro) – líquido cefalorraquidiano (LCR), sangue, raspado de lesões petequiais ou fezes. • Reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real – LCR, soro, sangue total. • Aglutinação pelo látex – LCR e soro. • Contraimunoeletroforese (CIE) – LCR e soro
Hospitalização imediata dos casos suspeitos. • Precaução respiratória para gotículas durante as primeiras 24 horas de antibioticoterapia. • Coleta de amostras para exames diagnósticos.
Não há indicação de tratamento antiviral específico. Recomenda-se tratamento de suporte, com sintomáticos, avaliação criteriosa e acompanhamento clínico. Tratamento antiviral específico somente nos casos de meningite herpética (HSV 1 e 2 e VZV) com Aciclovir endovenoso.
Imunocompetente; Imunodeprimido (HIV ou outra imunossupressão)
A quimioprofilaxia é a melhor medida para prevenção de casos secundários e de surtos. Está indicada somente para os contatos próximos de casos de meningite por H. influenzae e doença meningocócica. Considera-se como contato próximo moradores do mesmo domicílio, indivíduos que compartilham o mesmo dormitório (em alojamentos, quartéis, entre outros), parceiro, comunicantes de creches e escolas, pessoas diretamente expostas às secreções do paciente, indivíduo que conviveu com o doente por quatro ou mais horas diárias, por pelo menos cinco dos sete dias que antecederam a admissão hospitalar do caso.
A vacinação é considerada a principal medida preventiva, sendo as vacinas específicas para determinados agentes etiológicos e utilizadas na rotina para imunização de crianças menores de 2 anos. Estão disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação da Criança do Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS): • Vacina conjugada Pentavalente: protege contra meningite e outras infecções causadas pelo H. influenzae tipo b, além de difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.
Surto: ocorrência de três ou mais casos pelo mesmo sorogrupo confirmados laboratorialmente (cultura ou PCR) em até 3 meses, na mesma área geográfica, que não sejam comunicantes entre si.
Paciente, sexo masculino, 23 anos, refere febre não aferida há três dias, associada à cefaleia holocraniana intensa, náuseas, vômitos, astenia e prostração. Refere piora do quadro há um dia. Nega demais queixas. Nega doenças pré-existentes, alergias e uso de medicamentos. Nega tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas.
• Dieta oral livre. • Soro fisiológico 0,9% 2000 mL IV a 28 gotas/min. • Ceftriaxone 2 g IV 12/12 horas