O Brasil com população estimada em 207,7 milhões de habitantes em 2016 apresenta cerca de 30 casos de morte súbita a cada 10.000 habitantes. A etiologia é bastante estudada, sendo o acometimento cardiovascular responsável por 50% dos casos. Os distúrbios de condução elétrica e o infarto agudo do miocárdio (IAM) estão entre os principais fatores para esse desfecho. A parada cardiorrespiratória (PCR) é a mais grave consequência, pois inúmeras manifestações clínicas podem gerar danos irreversíveis ao tecido cerebral. A cessação da circulação por falha da bomba cardíaca e consequente baixa perfusão tecidual exigem um raciocínio clínico rápido e medidas de reanimação eficientes, independentemente de serem realizadas ou não por profissional da saúde.
O diagnóstico é eminentemente clínico. A identificação dos eventos eletrocardiográficos, como taquicardia ventricular sem pulso, fibrilação ventricular, atividade elétrica sem pulso ou assistolia, em um paciente em PCR é fundamental, pois determina tanto o uso imediato do desfibrilador elétrico quanto a terapêutica medicamentosa. Quanto menor o delta entre a parada cardiorrespiratória e o início da RCP, com suporte médico-hospitalar adequado, melhor será o prognóstico do paciente.
Diante de um paciente não responsivo nem mesmo a estímulos dolorosos, com respiração ausente ou gasping e pulso central ausente, a conduta imediata é iniciar a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), devendo-se posicionar o paciente em decúbito dorsal sobre superfície plana e rígida, chamar por ajuda e iniciar a RCP. Iniciar o mais rápido possível as compressões torácicas, priorizando a qualidade, respeitando a frequência de 100 a 120 compressões por minuto, comprimir o tórax entre 5 e 6 cm e, impreterivelmente, retornar completamente ao ponto inicial. Realizar ciclos de 30 compressões para cada duas respirações com dispositivo bolsa-valva-máscara com reservatório e oxigênio adicional.
Paciente, 52 anos, dá entrada no hospital, trazido por familiares, após ficar inconsciente por alguns minutos. Detectado que o paciente não apresentava pulso ou mesmo respiração espontânea, iniciam-se manobras de ressuscitação cardiorrespiratória, bem como checado ritmo de parada, visto no ECG a seguir: