A febre chikungunya (CHIKF) é uma arbovirose transmitida por artrópodes do gênero Aedes. O nome chikungunya deriva de uma palavra em Makonde que signifi ca “aqueles que se dobram”, descrevendo a aparência encurvada de pacientes que sofrem da artralgia intensa. Afeta todos os grupos etários e ambos os sexos.
O vírus chikungunya (CHIKV) é pertencente à família Togaviridae, gênero Alphavirus. O modo mais importante de transmissão do vírus é por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. O Aedes albopictus também apresenta potencial de transmissão do vírus e foi essencial para distribuição a nível global, devido à presença desse vetor em zonas temperadas. Alguns vertebrados têm sido implicados como potenciais reservatórios, incluindo primatas não humanos, roedores, pássaros e outros pequenos mamíferos. Outras formas de transmissão podem ocorrer. A transmissão vertical é possível, ocorrendo quase exclusivamente intraparto em gestantes virêmicas e, muitas vezes, provoca infecção neonatal grave. Pode ocorrer transmissão também por via transfusional, todavia é rara, se os protocolos forem observados. Não há transmissão pelo leite materno e ainda não existe ainda vacina disponível.
O período de incubação intrínseco no humano, após picada do mosquito, são 3-7 dias (possível 1-14 dias). Dos infectados, os sintomas estão presentes em 60-97% dos casos.
É essencialmente clínico. Reservar a investigação laboratorial, para os casos graves ou com as manifestações atípicas. • Exame específico: IgM ELISA, IgG ELISA, RT-PCR em tempo real, isolamento de vírus. Teste de anticorpos neutralizantes para o CHIKV (PRNT) também pode ser utilizado para confirmação do IgM ELISA
Os principais diagnósticos da febre por ZIKV são o dengue e chikungunya. As características para diferenciação estão resumidas no quadro 3. Lembrar de leptospirose e malária devido aos antecedentes epidemiológicos semelhantes. Febre reumática e artrite séptica devem ser descartados se suspeitos, em vista que o tratamento precoce de ambas fará grande diferença no prognóstico. É importante também a exclusão de farmacodermia e doenças com manifestações exantemáticas, como varicela; escarlatina; sarampo; enteroviroses; menincoccemia; rubéola e exantema súbito
Não existe tratamento antiviral específico. Recomenda-se repouso no leito e sintomáticos para dor e febre. Paracetamol é a droga de escolha. Evitar usar ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios sem descartar o dengue. O uso opioides para dor refratária pode ser necessário. Alguns autores indicam uso de corticosteroides e cloroquina para pacientes crônicos, apontando diminuição da inflamação, porém maiores estudos ainda são necessários. Existem evidências que o repouso é fator protetor para evitar evolução para fase subaguda. Deve-se orientar sobre o posicionamento adequado dos membros, favorecendo a proteção articular e o retorno venoso, e recomendar utilização de compressas frias como medida analgésica nas articulações acometidas de 4 em 4 horas por 20 minutos.
Bom, na maioria dos casos, com remissão total dos sintomas. Quando em fase crônica, os sintomas podem persistir por mais de dois anos. Os principais fatores de risco para a cronificação são: idade acima de 45 anos, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda.