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Manual Prático para Urgências e Emergências Clínicas

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Índice
6.1

INTRODUÇÃO DE INJÚRIA RENAL AGUDA

Atualmente, prefere-se usar o termo injúria renal aguda (IRA) ao invés do termo “insufi ciência” renal aguda, pois o primeiro engloba desde alterações mínimas da função renal até a perda total da capacidade de fi ltração glomerular.

EPIDEMIOLOGIA DE INJÚRIA RENAL AGUDA

Atualmente, a IRA ocorre em aproximadamente 7% de todos os pacientes internados e cerca de 37% a 67% dos pacientes críticos, dependendo do critério utilizado. A IRA grave ocorre em 4% a 25% dos pacientes críticos e em torno de 5% a 6% dos pacientes com IRA internados em unidades de terapia intesiva necessitando de diálise. Em casos leves, a mortalidade da IRA é de aproximadamente de 20%, porém em casos mais graves, com creatinina ≥ 3,0 mg/dL ou que requerem terapia dialítica, a taxa de mortalidade varia de 40% a 50%, sendo em unidade de tratamento intensivo (UTI) de 50% a 70%. Atualmente, passa-se por uma fase de compreensão do impacto da IRA a longo prazo.

FISIOPATOLOGIA DE INJÚRIA RENAL AGUDA

O processo de isquemia renal prolongada, decorrente de um evento séptico ou de outra etiologia, leva a uma lesão tubular e endotelial direta. Este dano possibilita a passagem do ultrafiltrado tubular ao intestício renal, causando ativação de mediadores inflamatórios e aumento da lesão celular. O organismo ainda tenta compensar essa deficiência de filtração adequada pelo mecanismo renina-angiotensina-aldosterona, porém devido ao ritmo de filtração glomerular insuficiente, ocorrem complições metabólicas. O organismo passa para a fase de recuperação das células epiteliais tubulares e recuperação gradual do ritmo de filtração glomerular.

ETIOLOGIA DE INJÚRIA RENAL AGUDA

A IRA pode ser dividida conforme sua etiologia e fisiopatologia em: • Pré-renal: quando ocorre queda absoluta ou relativa da volemia, ocasionando uma diminuição da pressão de perfusão renal e/ou de aumento da resistência vascular renal, tendo como consequência a queda da filtração glomerular com acúmulo de escórias nitrogenadas e aumento da reabsorção tubular da água e sódio, mediadas pelo hormônio antidiurético (ADH) e aldosterona, sem haver lesão do parênquima renal podendo ainda ser uma causa reversível. ( Presente em 55% a 60% dos casos).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE INJÚRIA RENAL AGUDA

Com a instalação e evolução da IRA, podem surgir sinais e sintomas de suas complicações. E, dependendo da etiologia e gravidade, os pacientes podem ter uma variedade de apresentações clínicas.

DIAGNÓSTICO DE INJÚRIA RENAL AGUDA

A avalição clínica adequada tem como intuito o diagnóstico precoce da IRA e identificção de sua causa, para isso, na história clínica do paciente, devemos investigar: • Doenças sistêmicas prévias; • Medicação em uso crônico ou usadas recentemente; • Traumatismo ou procedimento cirúrgico recente, se sim, qual o anestésico e se teve intercorrência clínica

TRATAMENTO DE INJÚRIA RENAL AGUDA

O tratamento visa a manutenção da homeostase orgânica durante o quadro e a correção das causas bases, fatores desencadeantes e manejo clínico adequado, como: • Adequação da dieta, aporte calórico de 20-30 Kcal/kg/dia sem restrição proteica, recomenda-se 0,8-1 g/kg/dia de proteína em paciente não dialítico. Em paciente com indicação à diálise, o aporte proteico deve ser maior que 1-1,5 g/kg/dia, e 1,7 g/kg/dia em pacientes com terapia de substituição renal contínua e hipercatabolismo;

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