A insufi ciência adrenal (IA) é uma emergência clínica, resultante principalmente da falta ou diminuição de mineralcorticoide, podendo representar uma situaç ã o de risco grave, sendo o reconhecimento, diagnó stico e tratamento precoce fundamentais na prá - tica clínica
A defi ciê ncia hormonal pode ser causada por doenç a primá ria ou secundária. As causas mais frequentes da forma primá ria sã o a adrenalite autoimune, as infecç õ es (em particular, a tuberculose) e as metá stases suprarrenais bilaterais, porém também podem ser induzidas por fá rmacos como varfarina e outros anticoagulantes, metopirona, cetoconazole e etomidato. A insufi ciê ncia suprarrenal secundá ria ocorre por envolvimento da hipó fi se ou do hipotá lamo por tumores, traumatismo, irradiaç ã o, suspensão aguda de tratamento prolongado de glicocorticoides, entre outras causas.
quadro, muitas vezes, é similar ao das doenç as crí ticas de base, evidenciando sintomas como dor torá cica ou abdominal; febre; hipotensã o; fraqueza progressiva; ná useas; vô mitos; letargia; confusã o; torpor; aumento progressivo da ureia e K; queda na Hb/Ht, Na e HCO3-; hipotensã o catastró fi ca; ausê ncia de resposta da pressão arterial (PA) à reanimaç ã o convencional. Algumas manifestações são sugestivas da insufi ciencia primária, como a avidez por sal (salt craving), hiperpigmentaç ã o cutâ nea e vitiligo
Deve ser realizada avaliação laboratorial inicial com dosagem de cortisol e ACTH, níveis de Na, K, HCO3-, Ca, ureia e creatinina, além de hemograma, função hepática e tomografia computadorizada (TC) de suprarrenal (útil nos casos de hemorragia supra-adrenal bilateral). Os resultados evidenciarão hiponatremia; hipercalemia; hipoglicemia; acidose metabólica; hipercalcemia; discreta anemia; linfocitose; eosinofilia e aumento de ureia e creatinina. Cortisol plasmático maior ou igual a 19 μg/dL torna a insuficiência adrenal improvável, porém valores entre 3-18 μg/dl não permitem fazer o diagnóstico de IA, sendo útil a realização do teste de estímulo com ACTH sintético (administrar 250 μg de tetracosactídeo EV ou IM e dosar o cortisol plasmático aos 0, 30 e 60 minutos. Pico de cortisol < ou igual a 18 e/ou incremento do cortisol inferior a 9 μg/dl indica o diagnóstico de IA e início de corticoterapia). A dosagem de cortisol menor que 3 μg/dl é altamente sugestiva de insuficiência adrenal. ACTH elevado (> 50 pg/mL) indica forte suspeita de insuficiência primaria e a necessidade de TC de adrenais para avaliação etiológica. Não se pode esquecer a necessidade do rastreamento de infecção como fator desencadeante do quadro.
Excesso de diurético; nefropatias perdedoras de sal; coma mixedematoso; apendicite aguda; acidose tubular renal; fase poliúrica de necrose tubular renal; diurese pós-obstrutiva
1. Administrar hidrocortisona 100 mg de hidrocortisona EV, inicialmente, seguida de 50 mg, EV, 4/4 a 6/6 h; 2. Reduzir, progressivamente, a corticoterapia parentérica ao longo de 48 h a 72 h e, quando a alimentação por via oral (VO) for tolerada, utilizar glicocorticoides por VO e fludrocortisona quando necessário
O prognóstico depende do reconhecimento e intervenção terapêutica. Quanto mais rápida a insuficiência adrenal aguda for diagnosticada e tratada, maiores são as chances de recuperação do indivíduo.