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Manual Prático para Urgências e Emergências Clínicas

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Índice
1.8

INTRODUÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

A insufi ciência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome clínica que resulta da incapacidade do coração de encher e/ou ejetar sangue de acordo com a demanda tecidual, ou só o faz à custa de aumentos na pressão de enchimento. A incidência vem aumentando nas últimas décadas em decorrência do envelhecimento progressivo da população e da maior sobrevida dos pacientes portadores de morbidades que culminam em ICC, como insufi ciência coronariana e hipertensão arterial

ETIOLOGIA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

As causas mais comuns de ICC são: doença isquêmica; hipertensão arterial; doença de Chagas; cardiomiopatia; doenças endócrinas; carência nutricional; doenças de depósito e doenças extracardíacas. As causas mais comuns de ICC aguda, ou seja, de aparecimento do primeiro episódio

FISIOPATOLOGIA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

Os pacientes com ICC possuem um delicado equilíbrio entre a volemia (pressões de enchimento ventriculares, pré-carga), a resistência vascular periférica (pós-carga) e o debito cardíaco. Assim, para que a perfusão tecidual adequada permaneça apesar do dano miocárdico, há uma alteração compensatória hemodinâmica, inflamatória e neuro-hormonal. Quaisquer fatores que provoquem comprometimento de um desses componentes, de forma aguda ou subaguda, levam à piora da função cardíaca e descompensação clínica da doença.

QUADRO CLÍNICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

• Síndrome congestiva: é decorrente da elevação das pressões de enchimento ventricular. Cursará com congestão sistêmica ou pulmonar; dispneia; ortopneia; dispneia paroxística noturna; pressão venosa jugular elevada; edema; estertores pulmonares; ascite; refluxo hepatojugular; presença de terceira bulha cardíaca (B3); • Síndrome de baixa perfusão periférica: se deve ao baixo débito cardíaco. Apresentará hipotensão arterial; alterações do nível de consciência; oligúria; pulso filiforme; extremidades frias; exaustão aos esforços; síncope e choque cardiogênico.

AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

Existem duas classificações que ajudarão a determinar o prognóstico desses pacientes. São a funcional, segundo a New York Heart Association (NYHA), conforme o Quadro 2, e a classificação evolutiva, segundo a American Heart Association/ American College of Cardiology (AHA/ACC),

DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

Identificar qual a forma de apresentação da ICC do paciente é essencial para a instituição do tratamento correto, como veremos a seguir. Assim, se faz necessário uma avaliação clínica detalhada, não deixando de incluir

TRATAMENTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

Os objetivos primordiais do tratamento serão: • Correção do distúrbio hemodinâmico; • Aliviar rapidamente os sintomas; • Resolver o fator precipitante da descompensação; • Instituir tratamento que vise diminuir a progressão da doença e melhora da sobrevida em longo prazo

MEDICAMENTOS NA DESCOMPENSAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

Furosemida: por via parenteral, provoca venodilatação em 15 minutos e diurese em 30 minutos. Indicada em pacientes congestos. Se faz necessária monitorização da diurese, hipotensão, eletrólitos e função renal. Estão indicados em uso crônico nas classes funcionais II, III e IV;

MODELO DE PRESCRIÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

1. Dieta zero; 2. Scalp hidratado; 3. Furosemida (1 mg/kg) EV em bolus agora; 4. Isordil 5 mg, sublingual, agora; 5. Medicações em uso pelo doente para tratamento da ICC (como IECA, betabloqueador e espirinolactona). O betabloqueador não deve ser suspenso, apenas em caso de choque cardiogênico; 6. Enoxaparina 40 mg, SC, 1x dia; 7. Oxigenoterapia (cateter ou máscara) se SO2 < 90%; 8. Ventilação mecânica não invasiva se sinais de insuficiência respiratória; 9. Monitoração cardíaca;

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